Berlusconi referenda justiça
O primeiro-ministro italiano voltou a atacar as instituições judiciais do país, ameaçando realizar um referendo sobre a reforma da justiça. «A justiça numa democracia verdadeira não pode estar sujeita ao poder de uma classe que não tem legitimidade eleitoral. Recorreremos ao povo, estamos prontos para fazer um referendo», afirmou, dia 16, Silvio Berlusconi.
Na reforma que planeia, o governo italiano pretende separar as carreiras de juiz e de procurador e diminuir o poder do Conselho Superior de Magistratura. Depois de o Tribunal Constitucional lhe ter retirado a imunidade, Berlusconi pretende agora a subversão completa do sistema. Segundo afirmou, «um cidadão, acusado de cometer um delito e declarado inocente uma vez, não deveria ser chamado numa fase ulterior do processo».
Sentindo-se acossado pelos tribunais, il cavaliere voltou a disparar contra o TC : «Na prática, o tribunal disse aos juízes vermelhos de Milão: reabri a caça ao homem contra o primeiro-ministro».
Mas Berlusconi não se limita a declarações provocatórias. Através do seu império mediático, lançou uma verdadeira campanha contra os magistrados. O diário Il Giornale, propriedade sua, tem publicado, em sucessivas edições, violentos ataques contra o chefe de Estado e o Tribunal Constitucional. No dia 16, uma equipa de televisão do Canal 5 perseguiu pelas ruas de Milão o juiz que condenou a Fininvest a pagar uma indemnização de 750 milhões de euros à CIR, uma empresa que o grupo de Berlusconi tomou de assalto. O próprio primeiro-ministro avisou que em breve os italianos iriam saber coisas «bonitas» sobre este magistrado.
O total desbragamento do primeiro-ministro italiano já fez soar as sirenes do outro lado do Atlântico, onde a revista Newsweek, na sua edição europeia de segunda-feira,19, apela de forma inusitada ao derrube de il cavaliere. «Dump Berlusconi» escreve o semanário na capa, explicando num artigo de três páginas que «se ele permanece aos comandos da Itália, tal ameaça não só arrastar o país contra a parede, mas também prejudicar toda a Europa e mesmo, em última análise, a Aliança Atlântica».
A revista assinala que Berlusconi, em vez de governar o país, «olha para o retrovisor» preocupado com os «procuradores, a imprensa, os conspiradores comunistas e as maquinações dos seus rivais, sem esquecer a cólera das mulheres que o perseguem».
Na reforma que planeia, o governo italiano pretende separar as carreiras de juiz e de procurador e diminuir o poder do Conselho Superior de Magistratura. Depois de o Tribunal Constitucional lhe ter retirado a imunidade, Berlusconi pretende agora a subversão completa do sistema. Segundo afirmou, «um cidadão, acusado de cometer um delito e declarado inocente uma vez, não deveria ser chamado numa fase ulterior do processo».
Sentindo-se acossado pelos tribunais, il cavaliere voltou a disparar contra o TC : «Na prática, o tribunal disse aos juízes vermelhos de Milão: reabri a caça ao homem contra o primeiro-ministro».
Mas Berlusconi não se limita a declarações provocatórias. Através do seu império mediático, lançou uma verdadeira campanha contra os magistrados. O diário Il Giornale, propriedade sua, tem publicado, em sucessivas edições, violentos ataques contra o chefe de Estado e o Tribunal Constitucional. No dia 16, uma equipa de televisão do Canal 5 perseguiu pelas ruas de Milão o juiz que condenou a Fininvest a pagar uma indemnização de 750 milhões de euros à CIR, uma empresa que o grupo de Berlusconi tomou de assalto. O próprio primeiro-ministro avisou que em breve os italianos iriam saber coisas «bonitas» sobre este magistrado.
O total desbragamento do primeiro-ministro italiano já fez soar as sirenes do outro lado do Atlântico, onde a revista Newsweek, na sua edição europeia de segunda-feira,19, apela de forma inusitada ao derrube de il cavaliere. «Dump Berlusconi» escreve o semanário na capa, explicando num artigo de três páginas que «se ele permanece aos comandos da Itália, tal ameaça não só arrastar o país contra a parede, mas também prejudicar toda a Europa e mesmo, em última análise, a Aliança Atlântica».
A revista assinala que Berlusconi, em vez de governar o país, «olha para o retrovisor» preocupado com os «procuradores, a imprensa, os conspiradores comunistas e as maquinações dos seus rivais, sem esquecer a cólera das mulheres que o perseguem».