Dívida dos bancos condena povo à pobreza

Islândia paga depósitos

O parlamento islandês aprovou, dia 28, uma lei que prevê a compensação dos depositantes britânicos e holandeses pelas perdas que sofreram com a falência dos bancos do país há um ano.
A lei estipula o pagamento de cinco mil milhões de dólares (3500 milhões de euros) aos governos da Grã-Bretanha e da Holanda, que garantiram os investimentos realizados por cidadãos nacionais no Icesave, a filial Internet do banco Landsbanki, entretanto nacionalizado.
O diploma prevê o escalonamento da obrigação por um período de 15 anos e terá em conta «certos critérios e pré-condições de modo a assegurar a evolução sustentável da dívida pública e permitir à Islândia restaurar o seu sistema financeiro e a sua economia», afirma-se num comunicado do governo.
A primeira ministra islandesa, a social-democrata Johanna Sigurdardottir, salientou que se trata do «maior» compromisso financeiro assumido pelo governo em toda a histório do pequeno país de 300 mil habitantes.
A aprovação da lei teve lugar depois de meses de debates realizados após o executivo islandês ter chegado a acordo, em Junho, com os governos britânico e holandês. Os intensos protestos da população, que se recusa a pagar as dívidas de bancos privados, traduziram-se nalgumas alterações ao acordo inicial, mas não conseguiram impedir a adopção do diploma.
A Islândia deverá contrair novo empréstimo junto do Fundo Monetários Internacional, que juntamente com outros países nórdicos, já concedeu há meses uma verba de seis mil milhões de dólares (4200 milhões de euros). O FMI ameaçou o governo de suspender o empréstimo caso a lei Icesave não fosse aprovada, enquanto a Grã Bretanha e a Holanda terão insinuado que bloqueariam a candidatura do país à UE.
Para a oposição centrista do Partido do Progresso, a aprovação desta lei significa que os islandeses, povo que tinha o nível de vida mais elevado do planeta antes da crise financeira de 2008, «serão condenados à pobreza nos próximos 40 anos».


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