Os «porquinhos» de Sócrates
Em matéria de promessas e demagogia dificilmente se encontrará, reconheça-se, quem se possa bater com Sócrates e PS. Em matéria de promessas conheciam-se já bastas variedades: as que se anunciam e rapidamente se esquecem; as que se formulam com o premeditado intuito de vir a fazer exactamente o contrário; as que se prometem, seguros, à partida, de que não é possível vir a cumpri-las no mandato. Esgotado pela prática de quatro anos de governação o manancial mais vulgarizado de promessas, Sócrates não quis deixar de surpreender o País.
A «conta-poupança bebé» é nesta matéria arrasadoramente inovadora: a ideia de, nasça agora e tome lá 200 euros em 2027, é um rasgo inimitável, um raro momento de luz na penumbra das já gastas promessas de 2005. Um daqueles geniais momentos de elaboração só possíveis se ditados, ou por uma sábia inspiração em experiência viva – no caso pelo conhecido anúncio de uma instituição bancária para aliciar novos depositantes (popularizada na ideia do «porquinho do BES») - ou por genuína preocupação com a escassez de lucros da banca (limitados neste primeiro semestre, no que respeita aos quatro principais bancos privados, a uns modestos 760 milhões de euros). Conhecida que é a política de comissões bancárias e a insolvência de um número significativo das famílias, bem se pode dizer que os cerca de 40 milhões de euros destinados na legislatura, segundo o PS para justificar a solvência orçamental da medida, se consumirão por inteiro na voragem bancária bem antes dos destinatários poderem daqui a 18 anos construir, com os agora prometidos 200 euros, aquela nova vida que sabiamente, duas décadas antes, um engenhoso engenheiro arquitectou.
Nesta «vara larga» de promessas, nas quais a ideia dos porquinhos até ganha concordante semântica, bem se pode dizer que se para os pretensos destinatários o saldo é nulo, já para a banca entra «chouriço e sai porco».
A «conta-poupança bebé» é nesta matéria arrasadoramente inovadora: a ideia de, nasça agora e tome lá 200 euros em 2027, é um rasgo inimitável, um raro momento de luz na penumbra das já gastas promessas de 2005. Um daqueles geniais momentos de elaboração só possíveis se ditados, ou por uma sábia inspiração em experiência viva – no caso pelo conhecido anúncio de uma instituição bancária para aliciar novos depositantes (popularizada na ideia do «porquinho do BES») - ou por genuína preocupação com a escassez de lucros da banca (limitados neste primeiro semestre, no que respeita aos quatro principais bancos privados, a uns modestos 760 milhões de euros). Conhecida que é a política de comissões bancárias e a insolvência de um número significativo das famílias, bem se pode dizer que os cerca de 40 milhões de euros destinados na legislatura, segundo o PS para justificar a solvência orçamental da medida, se consumirão por inteiro na voragem bancária bem antes dos destinatários poderem daqui a 18 anos construir, com os agora prometidos 200 euros, aquela nova vida que sabiamente, duas décadas antes, um engenhoso engenheiro arquitectou.
Nesta «vara larga» de promessas, nas quais a ideia dos porquinhos até ganha concordante semântica, bem se pode dizer que se para os pretensos destinatários o saldo é nulo, já para a banca entra «chouriço e sai porco».