Israel rejeita solução pacífica
Pela primeira vez desde que foi eleito primeiro-ministro, em Março, Benjamim Netanyahu falou publicamente sobre política de paz e segurança do seu governo. O líder do partido de extrema-direita Likud não fez por menos e escolheu como palco para o discurso a universidade de Bar Ilan, nos arredores da capital, Telavive, tida como um bastião do movimento sionista. De entre as muitas coisas que disse referiu-se a um Estado palestiniano.
Os poderes políticos da Europa e dos EUA reagiram prontamente considerando que as propostas apresentadas domingo pelo chefe do executivo israelita são «um passo na direcção certa», sublinhou a presidência checa da UE, e «um importante passo em frente», repetiu Barack Obama através de um comunicado oficial da Casa Branca.
Quem nada mais retenha do facto senão que Netanyahu proferiu um discurso sobre paz e segurança aplaudido como um gesto de abertura e boa-fé pelos habituais aliados, fica com a sensação de que Israel quer a paz e os palestinianos não terão uma pátria soberana se não quiserem ou não souberem negociar. Puro engano informativo.
A verdade é que as condições impostas por Netanyahu, nas palavras do insuspeito e fiel aliado norte-americano na região, o presidente do Egipto Hosni Mubarak, «arruinam as possibilidades de paz».
Na verdade, o facto de Netanyahu ter-se referido a um Estado palestiniano oculta o fundamental da questão, isto é, mascara que o primeiro-ministro de extrema-direita israelita só admite tal possibilidade se os territórios palestinianos forem totalmente desmilitarizados (ficarem sem exército) e os palestinianos aceitarem que Israel é um Estado do povo judeu (o que exclui à partida os cidadãos árabes israelitas); se os palestinianos aceitarem a continuação da colonização na Cisjordânia (classificada internacionalmente como ilegal); se rejeitarem alianças com o Irão ou com o Hezbollah; se cederem no repatriamento dos refugiados (e assim procurarem «fora das fronteiras de Israel», como frisou, nada inocentemente, Netanyahu, uma solução para milhões de deslocados e respectivos descendentes); se abdicarem da capital do tal «Estado» em Jerusalém Oriental e do controlo das respectivas fronteiras e espaço aéreo.
Em rigor, o que Israel propõe é a criação de um Estado composto por territórios fragmentados, amputado de elementares condições de soberania, inviável. O que o conteúdo do discurso de Netanyahu reflecte é, como referiu o Hamas, «uma ideologia racista e extremista que ignora todos os direitos do povo palestiniano».
Nem as resoluções da ONU, nem o Direito Internacional, nem os chamados esforços para a paz na região são observados por Netanyahu, acrescentou a Autoridade Nacional Palestiniana, que considerou ainda que, na prática, o que o governo de Israel pretende é enterrar definitivamente uma solução pacífica para o conflito.
Os poderes políticos da Europa e dos EUA reagiram prontamente considerando que as propostas apresentadas domingo pelo chefe do executivo israelita são «um passo na direcção certa», sublinhou a presidência checa da UE, e «um importante passo em frente», repetiu Barack Obama através de um comunicado oficial da Casa Branca.
Quem nada mais retenha do facto senão que Netanyahu proferiu um discurso sobre paz e segurança aplaudido como um gesto de abertura e boa-fé pelos habituais aliados, fica com a sensação de que Israel quer a paz e os palestinianos não terão uma pátria soberana se não quiserem ou não souberem negociar. Puro engano informativo.
A verdade é que as condições impostas por Netanyahu, nas palavras do insuspeito e fiel aliado norte-americano na região, o presidente do Egipto Hosni Mubarak, «arruinam as possibilidades de paz».
Na verdade, o facto de Netanyahu ter-se referido a um Estado palestiniano oculta o fundamental da questão, isto é, mascara que o primeiro-ministro de extrema-direita israelita só admite tal possibilidade se os territórios palestinianos forem totalmente desmilitarizados (ficarem sem exército) e os palestinianos aceitarem que Israel é um Estado do povo judeu (o que exclui à partida os cidadãos árabes israelitas); se os palestinianos aceitarem a continuação da colonização na Cisjordânia (classificada internacionalmente como ilegal); se rejeitarem alianças com o Irão ou com o Hezbollah; se cederem no repatriamento dos refugiados (e assim procurarem «fora das fronteiras de Israel», como frisou, nada inocentemente, Netanyahu, uma solução para milhões de deslocados e respectivos descendentes); se abdicarem da capital do tal «Estado» em Jerusalém Oriental e do controlo das respectivas fronteiras e espaço aéreo.
Em rigor, o que Israel propõe é a criação de um Estado composto por territórios fragmentados, amputado de elementares condições de soberania, inviável. O que o conteúdo do discurso de Netanyahu reflecte é, como referiu o Hamas, «uma ideologia racista e extremista que ignora todos os direitos do povo palestiniano».
Nem as resoluções da ONU, nem o Direito Internacional, nem os chamados esforços para a paz na região são observados por Netanyahu, acrescentou a Autoridade Nacional Palestiniana, que considerou ainda que, na prática, o que o governo de Israel pretende é enterrar definitivamente uma solução pacífica para o conflito.