Repressão anti-sindical

Durante o ano passado foram mortos 76 sindicalistas em todo o mundo, diz o relatório da Confederação Sindical Internacional (CSI). Milhares foram presos, torturados, agredidos, ameaçados ou despedidos, confirmando o aumento da repressão anti-sindical.
Segundo dados recolhidos pela CSI, citados pelo diário basco Gara, os abusos contra direitos fundamentais dos trabalhadores e os seus respectivos representantes foram impossíveis de esconder em 143 dos 157 países onde existem estruturas sindicais filiadas na Confederação. Para além dos 76 sindicalistas assassinados, muitos mais foram espancados, coagidos e encarcerados pelos patrões, pelas autoridades governamentais, pelos primeiros com a complacência dos segundos, ou pelos segundos respondendo ao mando dos primeiros.
A Colômbia é de longe o país mais perigoso para se integrar qualquer actividade sindical. De acordo com o relatório da CSI, só em 2008 foram assassinados 49 dirigentes. Na última década, estima-se em mais de 2700 o número de líderes ou activistas laborais colombianos mortos por não deixarem de lutar pelos seus direitos e pelos direitos dos seus camaradas e colegas de trabalho. Este ano, pelo menos 17 dirigentes sindicais foram já executados naquele território.

Capital ataca direitos

No documento, a CSI, destaca ainda os mais de 7500 casos de trabalhadores despedidos na sequência da realização de lutas organizadas. Para o secretário-geral daquela estrutura, Guy Ryder, estes números reflectem apenas «a ponta do icebergue, uma vez que a maioria dos despedimentos de trabalhadores por desenvolvimento de actividade sindical acabam por não ser reportados».
A Turquia é o país onde foi possível arrolar o maior número de casos de trabalhadores despedidos, seguindo-se a Indonésia, o Malawi, o Paquistão, a Tanzânia e a Argentina com centenas de ocorrências relatadas.
Outro problema com o qual a CSI diz preocupar-se é o do aumento da precariedade laboral. A crise é o pretexto do capital para aumentar a exploração, baixar os salários e desregular as relações laborais. No informe de 2008, a organização refere «as inquietantes tendências com relação aos direitos laborais nos países industrializados. Recorre-se cada vez mais ao emprego precário, ao trabalho à peça, e às agências de subcontratação».
Os contratos a prazo são um flagelo que em alguns países, como Espanha, atinge 30 por cento do total dos trabalhadores empregados, contribuindo decisivamente para que o patronato pressione no sentido da degradação das condições laborais dos trabalhadores, sublinha a CSI.


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