Schwarzenegger admite bancarrota

Califórnia em hasta pública

O mais rico, mais populoso e mais conhecido Estado norte-americano, um símbolo da prosperidade e do progresso capitalista, a terra das oportunidades sem fim e dos sonhos tornados realidade, encontra-se, afinal, perto da falência, admitiu o governador da Califórnia.

A cada hora a dívida estadual cresce 1,7 milhões de dólares

Em comunicação dirigida aos deputados locais, sexta-feira, dia 12, Arnold Schwarzenegger fez um apelo desesperado para que estes aprovem novos cortes orçamentais, absolutamente necessários, frisou, para que a Califórnia não se declare, ainda este mês, em bancarrota.
O governador Republicano pretende abreviar sobretudo nas despesas com o ensino, a saúde e o sistema carcerário, isto para manter intacto o orçamento com a segurança, que sustenta um autêntico exército privado num território de 37 milhões de habitantes, o qual, caso fosse independente, seria a nona economia do mundo.
Entre as medidas propostas estão o despedimento de cinco mil funcionários do sector da educação, a redução do ano escolar em sete dias ou a substituição dos «obsoletos» compêndios de matemática e ciências, como os classificou Schwarzenegger numa palestra em Sacramento, por textos digitais no Facebook, no Twitter e nos Ipod's.
Na saúde, para além dos programas de despesas partilhadas, por exemplo, no tratamento dos doentes infectados com VIH/SIDA - os quais ficam com o acesso aos medicamentos adequados a cada caso muito mais restritos -, são praticamente erradicados os testes, a prevenção ou a monitorização terapêutica.
Quanto ao sistema prisional, Schwarzenegger propõe a libertação de cerca de 38 mil presos através da comutação de pena. No que a infraestruturas diz respeito, a mais emblemática das 33 prisões do Estado está já à venda. Tal como San Quentin, também estão a preços de saldo vários centros de exposições, parques de jogos e de diversão, e até o Coliseu de Los Angeles, palco das cerimónias oficiais de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de 1984.

Números da falência

De acordo com as estimativas oficiais, a Califórnia tem um buraco orçamental de 25 mil milhões de dólares, e nem o facto de representar cerca de 13 por cento da economia norte-americana evita o descalabro. Os recursos próprios caíram 27 por cento em relação ao ano passado e a arrecadação de impostos está ao nível da registada nos anos 90, descendo 20 por cento face a 2008.
A cada hora que passa, a dívida estadual cresce 1,7 milhões de dólares. A taxa de desemprego subiu de 6,6 por cento em Abril de 2008 para os actuais 11,2 por cento, muito acima da média nacional, 8,5 por cento.
É claro que Schwarzenegger tinha um plano para minimizar os efeitos da crise na Califórnia, mas o povo recusou-se a pagar a factura. Em Maio levou a referendo um conjunto de seis medidas urgentes, tais como o aumento dos impostos sobre o consumo, entre outras acima já referidas de cariz igualmente antipopular. Todas foram rejeitadas pelos eleitores por maiorias de 60 a 70, exceptuando uma, aprovada por cerca de 75 por cento: o congelamento dos salários do governador, dos deputados estaduais e dos titulares de altos cargos na função pública.


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