Tensão na Ucrânia

O sistema financeiro da Ucrânia pode estar à beira do colapso, afirmam os representantes do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional em Kiev, Martin Raiser e Ceyla Pazarbasioglu, respectivamente, que defendem a intervenção do governo no apoio ao sector bancário.
Segundo noticiava no final de Maio o semanário Zerkalo Nedeli, citado pela Prensa Latina, os sintomas de tensão diferem entre as várias instituições bancárias, mas existe o perigo real de as dificuldades que algumas atravessam desencadearem uma crise generalizada. O jornal assinala que os ucranianos já começaram a cancelar as suas contas bancárias, que os bancos estão a limitar a concessão de empréstimos à população, e que muitas dessas entidades se encontram à beira da ruptura.
Outro indicador preocupante apontado pelo semanário é a acentuada desvalorização da moeda nacional (grivna) face ao dólar, ao euro e ao rublo desde o Outono passado.
Entretanto, o presidente do Fórum Nacional de Sindicatos da Ucrânia (FNSU), Miroslav Yakibchuk, garante que a sociedade ucraniana está à beira de um movimento grevista incontrolável de consequências imprevisíveis. Ao alertar para uma possível greve geral que pode desembocar num levantamento colectivo, o dirigente da FSNU assegurou que mais de mil empresas estão dispostas a encetar acções de contestação radicais.
A par destas notícias alarmantes, prosseguem as divergências entre a chefe do governo, Yulia Timoshenko, e o presidente Victor Yuschenko. A primeira acusou recentemente o ministro da Defesa Yuri Ejanurov de estar envolvido em casos de corrupção e apresentou ao Parlamento e ao Ministério do Interior uma proposta para a constituição de uma comissão de inquérito à alegada corrupção. A chefe do governo pediu igualmente a destituição de Ejanurov, mas o presidente ucraniano não só rejeitou o pedido como classificou as acusações de «manipulações políticas» que visam mascarar as manobras de desestabilização interna que continuam a ser fomentadas na Ucrânia.


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