Um exemplo que nos dá força
Manuel Lopes, falecido há dez anos e evocado anteontem na Voz do Operário, em Lisboa, constitui um «exemplo para os dias de hoje» e «dá mais força à nossa inabalável vontade de continuarmos a luta contra a exploração e por uma sociedade mais justa e fraterna», afirmou o secretário-geral do PCP.
Há que prosseguir e intensificar a luta que nos aproxima e nos une
Jerónimo de Sousa foi um dos oradores, durante a evocação promovida pela Sociedade de Instrução e Beneficência «A Voz do Operário», da qual Manuel Lopes foi dirigente durante vários anos. A iniciativa decorreu no salão da centenária colectividade, com uma plateia completa, e começou com a exibição de um filme sobre o homenageado. Na sessão solene que teve lugar em seguida, usaram da palavra Pedro Correia Lopes (filho de Manuel Lopes), o padre Constantino Alves, os sindicalistas Maria Emília Reis e Kalidás Barreto, o secretário-geral da CGTP-IN, Manuel Carvalho da Silva, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, e o presidente da Direcção da «Voz», António Modesto Navarro.
Tempo de agir
«Quando os interesses dos trabalhadores são profundamente atingidos e novas ameaças se colocam no horizonte, quando o povo português sente crescentes dificuldades, quando se condiciona a vida da juventude e se cortam as suas perspectivas de futuro, quando a corrupção, as injustiças e desigualdades sociais grassam, é tempo de agir», salientou Jerónimo de Sousa. Tomando características de Manuel Lopes, que antes destacara, o dirigente comunista precisou que «é tempo de afirmar coerência e convicções, de ultrapassar preconceitos, de desenvolver a convergência e a unidade, tendo sempre como referência os interesses dos trabalhadores e do povo e uma sociedade e um mundo mais justos».
Vivendo-se hoje «um tempo em que forças poderosas e reposicionamentos políticos negam e renegam o direito do trabalho como elemento de emancipação e avanço civilizacional, há que prosseguir e intensificar a luta que nos aproxima e nos une, e a que Manuel Lopes consagrou a sua capacidade e energia».
Depois de lembrar como Manuel Lopes foi preso - num período em que era deputado, integrado no Grupo Parlamentar do PCP -, por se encontrar numa manifestação de trabalhadores com salários em atraso, Jerónimo de Sousa destacou que, para aquele fundador da Intersindical e cidadão politicamente empenhado, «era mais brutal e ilegal o não pagamento dos salários a quem deles dependia para a sua vida, do que a falta de formalização da manifestação». Esta questão «volta a ter grande actualidade», notou o dirigente comunista.
Manuel Lopes «subscrevia abaixo-assinados, intervinha em comícios e debates políticos, apoiava e integrava as candidaturas que entendia serem as melhores, mas mantinha esta característica que designava de independente», ressalvando Jerónimo de Sousa que «nunca confundia independência dos partidos com promiscuidade política, posicionou-se sempre com os trabalhadores, foi um aliado leal, sem abdicar de ser frontal, e colocou-se acima dos preconceitos anticomunistas, seja no plano institucional, seja no plano da CGTP-IN». Na central, «destacou-se como um dos protagonistas na busca permanente da unidade interna, primeira condição para a unidade geral dos trabalhadores nas suas lutas, na construção de entendimentos entre as diferentes opções políticas e ideológicas e de opinião existentes no seu interior».
«Homenagear Manuel Lopes, hoje, é prosseguir e intensificar a acção em torno de causas essenciais pelas quais lutou e cuja actualidade hoje se salienta», afirmou o secretário-geral, lembrando que se vive no País uma situação «em que se cruza o agravamento da crise do capitalismo com a falência de 33 anos de política de direita». Se «em poucos momentos, após o 25 de Abril, se chegou a uma situação tão grave», também «em poucos momentos destes 35 anos se colocou, com tanta força como hoje a necessidade de um rumo novo», «uma nova política e um novo Governo», de «um grande movimento de ruptura e de mudança, que assenta no reforço do movimento sindical unitário, consubstanciado na CGTP-IN, no desenvolvimento das organizações e movimentos populares, na ampliação da luta de massas e no fortalecimento do PCP e dos seus aliados, como elemento essencial para a convergência de todas as forças sociais e políticas que querem a ruptura com esta política e um novo caminho para Portugal». «A crítica, o protesto, a luta, deverão estar associados às propostas, ao projecto, à confiança e à esperança, à convicção de que «Sim, é possível!», uma vida melhor», defendeu Jerónimo de Sousa.
Tempo de agir
«Quando os interesses dos trabalhadores são profundamente atingidos e novas ameaças se colocam no horizonte, quando o povo português sente crescentes dificuldades, quando se condiciona a vida da juventude e se cortam as suas perspectivas de futuro, quando a corrupção, as injustiças e desigualdades sociais grassam, é tempo de agir», salientou Jerónimo de Sousa. Tomando características de Manuel Lopes, que antes destacara, o dirigente comunista precisou que «é tempo de afirmar coerência e convicções, de ultrapassar preconceitos, de desenvolver a convergência e a unidade, tendo sempre como referência os interesses dos trabalhadores e do povo e uma sociedade e um mundo mais justos».
Vivendo-se hoje «um tempo em que forças poderosas e reposicionamentos políticos negam e renegam o direito do trabalho como elemento de emancipação e avanço civilizacional, há que prosseguir e intensificar a luta que nos aproxima e nos une, e a que Manuel Lopes consagrou a sua capacidade e energia».
Depois de lembrar como Manuel Lopes foi preso - num período em que era deputado, integrado no Grupo Parlamentar do PCP -, por se encontrar numa manifestação de trabalhadores com salários em atraso, Jerónimo de Sousa destacou que, para aquele fundador da Intersindical e cidadão politicamente empenhado, «era mais brutal e ilegal o não pagamento dos salários a quem deles dependia para a sua vida, do que a falta de formalização da manifestação». Esta questão «volta a ter grande actualidade», notou o dirigente comunista.
Manuel Lopes «subscrevia abaixo-assinados, intervinha em comícios e debates políticos, apoiava e integrava as candidaturas que entendia serem as melhores, mas mantinha esta característica que designava de independente», ressalvando Jerónimo de Sousa que «nunca confundia independência dos partidos com promiscuidade política, posicionou-se sempre com os trabalhadores, foi um aliado leal, sem abdicar de ser frontal, e colocou-se acima dos preconceitos anticomunistas, seja no plano institucional, seja no plano da CGTP-IN». Na central, «destacou-se como um dos protagonistas na busca permanente da unidade interna, primeira condição para a unidade geral dos trabalhadores nas suas lutas, na construção de entendimentos entre as diferentes opções políticas e ideológicas e de opinião existentes no seu interior».
«Homenagear Manuel Lopes, hoje, é prosseguir e intensificar a acção em torno de causas essenciais pelas quais lutou e cuja actualidade hoje se salienta», afirmou o secretário-geral, lembrando que se vive no País uma situação «em que se cruza o agravamento da crise do capitalismo com a falência de 33 anos de política de direita». Se «em poucos momentos, após o 25 de Abril, se chegou a uma situação tão grave», também «em poucos momentos destes 35 anos se colocou, com tanta força como hoje a necessidade de um rumo novo», «uma nova política e um novo Governo», de «um grande movimento de ruptura e de mudança, que assenta no reforço do movimento sindical unitário, consubstanciado na CGTP-IN, no desenvolvimento das organizações e movimentos populares, na ampliação da luta de massas e no fortalecimento do PCP e dos seus aliados, como elemento essencial para a convergência de todas as forças sociais e políticas que querem a ruptura com esta política e um novo caminho para Portugal». «A crítica, o protesto, a luta, deverão estar associados às propostas, ao projecto, à confiança e à esperança, à convicção de que «Sim, é possível!», uma vida melhor», defendeu Jerónimo de Sousa.