Carta à Direcção de Informação da RTP

PCP contra parcialidade e falta de rigor

A propósito dos incidentes verificados no 1.º de Maio, em Lisboa, a televisão pública prestou-se a um papel ditado por critério de falta de rigor e parcialidade, refere-se na carta enviada anteontem pelo Partido à Direcção de Informação da RTP.

A RTP amplificou a encenação do PS, repetiu falsificações e silenciou o PCP

Na carta, assinada por Jorge Cordeiro, da Comissão Política do PCP, expressa-se «a esperança de que os factos hoje revistos, testemunhos do papel a que a RTP se prestou, relevem enquanto contribuição para a construção de um jornalismo ditado por critérios de independência e menos governamentalizado».
Afirma-se no texto que «o papel a que o serviço público de televisão se prestou, na operação montada pelo PS a propósito dos incidentes do 1.º de Maio em Lisboa, ficará com lugar marcado, pelas piores razões, na estante de um jornalismo ditado por critérios de falta de rigor e parcialidade.
«Quer seja pela solícita amplificação do que o PS e a sua central de informações construíram, a partir do primeiro momento do incidente, pela repetição acrítica de meias verdades e falsificações ou pelo silenciamento das posições do PCP (alvo directo da campanha montada), a RTP marcou clara presença na tentativa de transformar a mentira em verdade, de procurar inculcar os elementos que, no essencial, preparassem a opinião pública para a caluniosa operação dirigida contra o PCP.
«Uma a uma, momento após momento, facto após facto, a RTP ignorou, tanto quanto as aparências exigiam, os principais visados, deu voz à mentira, silenciou a posição do PCP em que lamentava e manifestava discordância com os incidentes, classificando-os como actos isolados que só responsabilizam os seus autores (insistindo, até ao dia 2 à noite, na passagem da declaração de Francisco Lopes confinada à questão das desculpas devidas), colaborou activamente na promoção das ideias estruturantes da operação construída pelo PS.
«A RTP: realizou emissões especiais dedicadas ao acontecimento, para dar espaço, sem qualquer possibilidade de contraditório, a «comentadores e analistas» dedicados a ampliar as deturpações e falsificações que a operação exigia; enxameou os estúdios de dirigentes do PS, indispensáveis à difusão parcial da sua versão (sem que tenha sido dado igual oportunidade ao PCP); alterou horários de programas já gravados sobre o 25 de Abril e o 1º de Maio; já na posse das imagens da conferência de imprensa do PCP das 20.20 horas do dia 1 de Maio (que outros canais ainda projectaram nos jornais da noite, caso da TVI, através de um directo), a RTP insistiu até ao limite nas declarações do secretário-geral do PCP, gravadas num momento em que era reduzida a informação sobre o que pouco antes acontecera em outro local da manifestação ( a RTP ainda editou esse registo no dia seguinte, no Jornal da Tarde); manteve, pela mão dos «comentadores» de serviço do PS e PSD, e em particular de António Vitorino, 48 horas e 72 horas depois, a difusão das mesmas deturpações e mentiras; mantém ainda hoje, na total ignorância, factos sobejamente elucidativos, sobre intervenientes directos no incidente que nada têm a ver com o PCP (que seguramente conhece e que outros órgãos de comunicação social já noticiaram), que fariam ruir o castelo de mentiras que quis construir.»


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