Situação social no Porto agrava-se

É preciso uma nova política

Em conferência de imprensa realizada no dia 30 de Abril, a Direcção da Organização Regional do Porto do PCP realça que se assiste, actualmente, a um «anormal número de encerramentos de empresas, que levantam dúvidas sobre a necessidade de tal desfecho». Ao mesmo tempo, acrescentam os comunistas portuenses, reduz-se o quadro de pessoal, com consequente sobrecarga de trabalho para os que ficam, e degradam-se os salários.
Na Movelpartes, do grupo Sonae, foram despedidos 42 trabalhadores «sem qualquer justificação» e a ARA, que teve lucros superiores a 1,3 milhões de euros em 2007, vai encerrar a sua unidade em Vila Nova de Gaia, atirando para o desemprego 160 trabalhadores. A Tsuzuki, que esteve para encerrar, anunciou publicamente o fim dos seus problemas e a retoma da produção, admitindo mesmo o reforço do número de trabalhadores. Mas, acusam os comunistas, a empresa «continua a pagar faseadamente os salários e com atraso».
Já a Tarik, que encerrou no passado dia 23 de Março sem pagar o salário desse mês, entregou às trabalhadoras o impresso para o subsídio de desemprego, preenchido já desde o final de Fevereiro. Assim se prova, acusa o PCP, de que a empresa se aproveitou, conscientemente, das trabalhadoras para acabar uma encomenda sem ter intenção de lhes pagar.
Na Ladário Confecções, em Paredes, vive uma situação de enorme gravidade, alerta o PCP. Cem trabalhadores têm salários em atraso desde Janeiro e, segundo informações recebidas pelo grupo parlamentar comunista, o dono da empresa terá levantado o dinheiro existente e fugido para parte incerta. Face a isto, os trabalhadores reagiram e estão em vigília à porta da empresa exigindo que sejam tomadas medidas.
Outros casos referem-se a empresas que «pura e simplesmente» não actualizaram o valor dos salários, continuando a pagar menos do que o actual Salário Mínimo Nacional: são os casos da Inarbel, Raite, Rosa Têxtil, Confecções Xavier, Cofibem ou Coelho e Nunes. Com recurso abusivo de lay-off estão empresas como a Miguel Muns Piy ou a Razajo.
Para o PCP, «exigem-se medidas», sendo urgente «pôr cobro a estas práticas ilegais e profundamente reprováveis». Assim, reafirma o PCP, «é inadmissível que a Autoridade para as Condições de Trabalho se vá remetendo a um papel que é cada vez mais de uma entidade observadora e reguladora». Esta entidade tem que ser dotada com os «meios necessários para uma melhor intervenção no terreno». Mas, sobretudo, «é preciso uma mudança de política que valorize os salários, proteja os desempregados e aposte na defesa do aparelho produtivo».


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