Jerónimo de Sousa esteve em Coimbra, no dia 29, a participar num encontro com docentes do Ensino Superior daquela cidade. O objectivo era «alargar e aprofundar a reflexão sobre este importante sector da vida nacional, e enriquecê-la com a experiência, o saber e a análise crítica daqueles que desenvolvem a sua actividade profissional no Ensino Superior», lia-se na nota de imprensa convocatória do encontro.
Para o Secretário-geral do PCP, a transformação das instituições do Ensino Superior em fundações constitui «um passo gigante» para a sua desvinculação do Estado. Ou seja, a passagem das universidades para entidades de direito privado é, na opinião do PCP, «um rude golpe para o Ensino Superior público», ao abrir os «destinos deste grau de ensino aos desígnios e projectos do grande capital português e estrangeiro».
Referindo-se ao Processo de Bolonha, o dirigente do PCP salientou que este tem como objectivo a «progressiva entrega do Ensino Superior ao sector privado, elitizar o acesso a níveis superiores de conhecimento e adequar o “produto” às necessidades do capital».
Quanto ao discurso do Governo acerca da dita «sociedade do conhecimento», Jerónimo de Sousa considera-o desonesto, como se pode constatar pela «situação chocante de milhares de jovens doutorados, cuja formação foi apoiada por fundos comunitários na última década e meia e, na sua larga maioria, está a trabalhar agora em condições precárias».