PS cúmplice com os violadores da lei

A maioria PS chumbou as propostas dos partidos da oposição destinadas a suprir as lacunas existentes no Código do Trabalho em matéria de contra-ordenações laborais. «Objectivamente, está a ser cúmplice da situação de impunidade de que beneficiam os que violam a lei e comprometem a segurança dos trabalhadores», acusou recentemente o deputado comunista Jorge Machado.
Em debate estiveram diplomas do PCP, BE, PSD e CDS/PP visando repor, entre outras matérias, a norma relativa ao regime sancionatório das contra-ordenações laborais que o PS revogara no processo de alteração ao Código do Trabalho ocorrido no ano passado.
Fruto do processo a mata-cavalos por si então imposto, que impediu uma discussão com a profundidade e ponderação devidas, a revogação daquela norma significou que infrações em áreas tão importantes como a da segurança, higiene e saúde, protecção na maternidade, paternidade e menores tivessem passado a ficar «sem pena e sem sanção».
«Mais uma vez quem ganha com este Código do Trabalho do PS são as entidades patronais que violam a lei, deixando os trabalhadores mais uma vez desprotegidos», denunciou o parlamentar comunista, que discordou da solução entretanto imposta pela bancada socialista dado que a mesma configura uma «alteração material e não meramente formal» àquele texto legislativo.
«Houve de facto erros, mas já foram colmatados», argumentou o deputado socialista Jorge Strecht, não admitindo a existência de qualquer vazio legal e justificando assim a recusa da sua bancada em acompanhar as iniciativas legislativas dos partidos da oposição, que definiu como «erradas e inúteis». «A lei está bem rectificada, está em vigor e não há qualquer vacatio», insistiu Jorge Strecht.
Jorge Machado replicou dando o exemplo do tribunal do Barreiro que teve o entendimento de que a declaração de rectificação é ilegal e insconstitucional, partindo do princípio de que as rectificações são admissíveis exclusivamente em situações bem tipificadas como, entre outras, a correcção de lapsos gramaticais, ortográficos, de cálculo ou de natureza homóloga.
Ora não foi manifestamente nenhuma destas situações a verificada neste processo, como observou o deputado do PCP, reiterando a convicção de que o PS percebeu que fez asneira e, em vez de assumir o erro e abrir caminho a uma iniciativa legislativa, vai de corrigir a asneira com uma declaração de rectificação que, por alterar materialmente o Código do Trabalho, não é legal nem constitucional.
«Esta é uma matéria grave e só a teimosia e arrogância do PS impedem a correcção do erro através de uma iniciativa legislativa», lamentou Jorge Machado.


Mais artigos de: Assembleia da República

Continuar a luta pela sua revogação

A revisão da lei do financiamento dos partidos políticos e das campanhas eleitorais foi aprovada no Parlamento, com os votos favoráveis de todas as bancadas parlamentares. Embora mitigando alguns aspectos negativos do texto vigente, as normas agora aprovadas estão longe de corrigir o que é nuclear numa lei que o PCP classifica de «conteúdo antidemocrático e contrário aos princípios constitucionais, designadamente de liberdade de organização partidária».

Cenário negro

É a confirmação do «cenário negro» e a demonstração da «profunda ineficácia» das medidas adoptadas pelo Governo, considerou, segunda‑feira, o Grupo Parlamentar do PCP, reagindo às previsões da Comissão Europeia que apontam para uma contracção da economia portuguesa na ordem dos 3,7 por cento em 2009 e projecta uma...

Esclarecimentos, precisam-se!

O PCP requereu ao Banco de Portugal, no âmbito da comissão de inquérito ao caso BPN, as actas de todas as reuniões realizadas entre a instituição e o antigo administrador do banco António Franco, entre Junho e Julho de 2008.Este pedido surge na sequência das duas audições a António Franco na comissão de inquérito...