Logo após as férias da Páscoa

Professores retomam a luta

A Fenprof, no dia 2, e a Plataforma Sindical dos Professores, no dia 3, declararam a determinação de prosseguir a acção e a luta de educadores e docentes, destacando-se a «consulta geral», de 20 a 24 de Abril, na primeira semana completa de aulas, após as férias da Páscoa (que terminam na segunda-feira).
A Federação Nacional dos Professores considerou «indispensável manter uma forte acção de denúncia da actual política educativa e contra ela continuar a travar uma forte luta». O seu Conselho Nacional, reunido faz hoje uma semana, em Lisboa, sublinhou igualmente «a necessidade de prosseguir a luta, também num contexto mais geral, contra as políticas do Governo em que se enquadram as que se destinam às áreas da Educação e do Ensino».
Na resolução aprovada pelo CN, salienta-se que «a promoção de um clima de grande unidade dos professores, quer entre si quer com os restantes trabalhadores, dará mais eficácia a uma luta que se prolonga há muito tempo, que é complexa e difícil, mas na qual os professores não foram vencidos», «apesar do actual contexto». «Governantes que, apesar da sua atitude arrogante, prepotente e obstinada, não conseguiram quebrar a resistência e a luta dos professores e educadores, antes pelo contrário, foram obrigados, em alguns aspectos, a recuar em pontos que consideravam essenciais», constituem «razões para que os professores se sintam orgulhosos da luta que vêm desenvolvendo e determinados em prossegui-la».
Como «fundamentais» no futuro próximo, a federação aponta uma lista de orientações e acções, onde se incluem, entre outras:
– convergência na acção, em matérias da Escola Pública e da profissão docente, no âmbito da Plataforma, ressalvando a Fenprof que «nunca» deixará «de agir e lutar quando considerar indispensável fazê-lo», mesmo sem que todas as demais organizações se envolvam;
– envolvimento dos professores e educadores na luta contra o modelo de gestão do actual Governo (agora com o envio de um postal ao primeiro-ministro);
– prosseguimento da acção jurídica, judicial e institucional;
– ampla divulgação do «livro negro das políticas educativas» deste Governo;
– aprovação da Carta Reivindicativa dos Professores e Educadores Portugueses, «para apresentar aos partidos políticos e comprometê-los, antes das eleições, com medidas que visem defender a Escola Pública e dignificar e valorizar a profissão docente».
Na manhã de sexta-feira, reuniu a Plataforma Sindical, juntando representantes de todas as organizações sindicais de docentes. Como porta-voz, Mário Nogueira (também secretário-geral da Fenprof) explicou aos jornalistas as acções que ficaram definidas para o próximo período lectivo.
Sob a designação de «consulta geral aos professores e educadores», vai decorrer de 20 a 24 de Abril um vasto conjunto de reuniões, a nível nacional e procurando abranger todas as escolas ou agrupamentos. Os sindicatos - como refere um folheto já em divulgação - inserem esta auscultação no processo de luta e pretendem conhecer a disponibilidade dos professores e educadores para a realização de uma manifestação nacional, em Lisboa, na semana que termina em 16 de Maio.
Foi ainda lançando um abaixo-assinado a exigir: a suspensão, ainda este ano, do modelo de avaliação em vigor; a renegociação da revisão do Estatuto da Carreira Docente, garantindo o fim da divisão da carreira em categorias, a substituição do modelo de avaliação e a eliminação das quotas, a revogação da prova de ingresso; e a revisão imediata do modelo de avaliação de desempenho.


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