Casado com a conjuntura
No meio da superficialidade e de uma cultura política mediática onde a memória dos comportamentos, das declarações e das opções é apagada a cada nova manchete, florescem os vendedores de ilusões. Por detrás de uma exuberante radicalidade, destilam frases feitas e panfletárias sobre aquilo que em cada momento julgam ser mais rentável, sem que, da parte dos que estão sempre prontos para o rigoroso escrutínio de tudo e de todos, lhes bata a porta o questionamento ou o confronto sobre as mais que muitas contradições onde navegam.
Foi assim que ouvimos Francisco Louçã na Convenção do BE cujo discurso, incapaz de se distanciar do Telejornal do dia anterior, bem espremido, e descontadas as paletes de adjectivos autoglorificadores, não dá mais do que a confissão sobre as ambições eleitorais – legítimas claro! - do seu partido e a requintada manobra de instrumentalização da ideia de convergência (“juntar forças”) – valor sempre susceptível de captar apoios em amplos sectores democráticos – em benefício próprio. Casado com a conjuntura, FL só conseguiu ir para lá das eleições em 2009, quando teve a necessidade de lançar para a frente promessas de apoio a Alegre em….2011 a pensar na recolha que os dividendos dessa promessa lhe possam trazer agora.
Propostas também as houve, muitas das quais têm décadas de expressão pública, nomeadamente pela voz do PCP, outras, enfermam de uma radicalidade sedutora, e demagogia soft, de que foi exemplo a proposta de proibição de despedimentos em empresas com lucro que, aparentemente simpática, avaliza os despedimentos em todas as outras empresas, incluindo aquelas – e não serão poucas – onde se manipulam os balanços para apresentar prejuízos.
Uma superficialidade que ajuda, e muito, a fugir às questões de fundo do país e do mundo e a ocultar o posicionamento ideológico e de classe por detrás de estórias, rábulas ou fábulas, disparadas a pensar no directo para as televisões.
Muitos foram os que, na comunicação social dominante, caricaturaram a caracterização que o PCP fez nas Teses ao seu XVIII Congresso das diferentes forças políticas, designadamente do BE. Embora sem alimentar grandes expectativas que tal venha a acontecer, fica aqui o desafio a todos eles, para que percam alguns minutos a revisitarem sem preconceitos essas mesmas teses e a verificarem se esta Convenção do BE, no essencial, confirmou, ou não, aquilo que tínhamos dito.
Foi assim que ouvimos Francisco Louçã na Convenção do BE cujo discurso, incapaz de se distanciar do Telejornal do dia anterior, bem espremido, e descontadas as paletes de adjectivos autoglorificadores, não dá mais do que a confissão sobre as ambições eleitorais – legítimas claro! - do seu partido e a requintada manobra de instrumentalização da ideia de convergência (“juntar forças”) – valor sempre susceptível de captar apoios em amplos sectores democráticos – em benefício próprio. Casado com a conjuntura, FL só conseguiu ir para lá das eleições em 2009, quando teve a necessidade de lançar para a frente promessas de apoio a Alegre em….2011 a pensar na recolha que os dividendos dessa promessa lhe possam trazer agora.
Propostas também as houve, muitas das quais têm décadas de expressão pública, nomeadamente pela voz do PCP, outras, enfermam de uma radicalidade sedutora, e demagogia soft, de que foi exemplo a proposta de proibição de despedimentos em empresas com lucro que, aparentemente simpática, avaliza os despedimentos em todas as outras empresas, incluindo aquelas – e não serão poucas – onde se manipulam os balanços para apresentar prejuízos.
Uma superficialidade que ajuda, e muito, a fugir às questões de fundo do país e do mundo e a ocultar o posicionamento ideológico e de classe por detrás de estórias, rábulas ou fábulas, disparadas a pensar no directo para as televisões.
Muitos foram os que, na comunicação social dominante, caricaturaram a caracterização que o PCP fez nas Teses ao seu XVIII Congresso das diferentes forças políticas, designadamente do BE. Embora sem alimentar grandes expectativas que tal venha a acontecer, fica aqui o desafio a todos eles, para que percam alguns minutos a revisitarem sem preconceitos essas mesmas teses e a verificarem se esta Convenção do BE, no essencial, confirmou, ou não, aquilo que tínhamos dito.