O Parlamento aprovou, por unanimidade, a realização de um «inquérito parlamentar à existência de falta grave na actuação do Banco de Portugal no exercício do seu poder de supervisão no caso do BPN». Inicialmente proposto pelo CDS/PP, o texto sofreu alterações sugeridas pelo PS e PSD quanto ao objecto do inquérito.
Uma proposta avançada pela bancada do PCP para que o inquérito parlamentar abrangesse também o caso do Banco Privado Português foi entretanto chumbada pela maioria socialista. A favor desta iniciativa dos deputados comunistas pronunciaram-se «Os Verdes» e BE, optando PSD e CDS/PP pela abstenção.
Os comunistas desde a primeira hora que se manifestaram favoráveis à adopção de medidas tendentes ao cabal esclarecimento deste lamentável caso onde, uma vez mais, como oportunamente salientou Bernardino Soares, veio ao de cima o envolvimento de figuras testemunhando a «passagem do Governo para os negócios» e «dos negócios para o governo», numa preocupante promiscuidade de universos.