Governos com as mãos sujas
Novos dados concorrem no sentido de demonstrar como altamente improvável que o Governo português não soubesse da existência de voos da CIA operando ilegalmente no nosso País, em violação gravíssima do direito internacional e nacional.
Essa é a convicção do deputado comunista Jorge Machado que, na sequência das múltiplas diligências por si efectuadas nos últimos anos, voltou a instar o Ministério dos Negócios Estrangeiros no sentido de esclarecer se este, no ano de 2002 ou seguintes, foi «informado da intenção dos EUA utilizarem o nosso espaço aéreo e, eventualmente, as nossas bases aéreas para o transporte de “prisioneiros” para Guantánamo». Em requerimento formalizado na passada semana e dirigido ao Governo, o deputado do PCP inquire ainda se «existiu algum contacto da Embaixada dos EUA em Portugal» com aquele ministério «para dar algum tipo de informação sobre estes voos», insistindo em saber, em caso afirmativo, «que tipo de informação foi dada».
«Em caso de resposta negativa como explica este Ministério o facto de o governo espanhol ter sido informado e o Governo português não o ter sido?», pergunta, por fim, Jorge Machado, que tomou mais esta iniciativa com vista ao apuramento dos factos sobre os «voos da vergonha» depois de há dias terem vindo à luz do dia novos factos reportados no país vizinho pelo «El Pais».
Segundo este matutino espanhol, citado pelo deputado comunista no texto do requerimento enviado ao Governo, existe um documento que prova que, em Janeiro de 2002, altos responsáveis do governo espanhol foram informados pelo Conselheiro Político-Militar da embaixada dos Estados Unidos da América de que este país iria utilizar o seu espaço aéreo para o transporte de «prisioneiros» para a base militar de Guantánamo.
Ainda de acordo com o jornal, terá sido solicitada ao governo espanhol a utilização, em caso de necessidade, das suas bases militares para efectuar esses transportes.
No documento, até agora secreto, é igualmente referido que o mesmo procedimento, de contacto e informação, estava a ser adoptado com vários países que se encontram na rota pela qual devem seguir esses aviões.
Assim sendo, na perspectiva do parlamentar do PCP, o que este documento vem confirmar é que «alguns países europeus foram informados de que os EUA iram utilizar o seu espaço aéreo para transportar prisioneiros ilegalmente detidos para Guantánamo».
«O que fica provado é que alguns governos europeus foram activamente cúmplices nesta rede de sequestro e tortura promovida pelos EUA e que viola os mais elementares direitos Humanos», considera Jorge Machado, concluindo que o documento agora tornado público «comprova que a manutenção desta rede de sequestro não era possível sem a cumplicidade activa de vários governos da Europa».
Incluindo o nosso, por maioria de razão, na medida em que «Portugal faz parte da rota da grande maioria dos voos da CIA que transportaram «prisioneiros» para Guantánamo para aí serem torturados.
Essa é a convicção do deputado comunista Jorge Machado que, na sequência das múltiplas diligências por si efectuadas nos últimos anos, voltou a instar o Ministério dos Negócios Estrangeiros no sentido de esclarecer se este, no ano de 2002 ou seguintes, foi «informado da intenção dos EUA utilizarem o nosso espaço aéreo e, eventualmente, as nossas bases aéreas para o transporte de “prisioneiros” para Guantánamo». Em requerimento formalizado na passada semana e dirigido ao Governo, o deputado do PCP inquire ainda se «existiu algum contacto da Embaixada dos EUA em Portugal» com aquele ministério «para dar algum tipo de informação sobre estes voos», insistindo em saber, em caso afirmativo, «que tipo de informação foi dada».
«Em caso de resposta negativa como explica este Ministério o facto de o governo espanhol ter sido informado e o Governo português não o ter sido?», pergunta, por fim, Jorge Machado, que tomou mais esta iniciativa com vista ao apuramento dos factos sobre os «voos da vergonha» depois de há dias terem vindo à luz do dia novos factos reportados no país vizinho pelo «El Pais».
Segundo este matutino espanhol, citado pelo deputado comunista no texto do requerimento enviado ao Governo, existe um documento que prova que, em Janeiro de 2002, altos responsáveis do governo espanhol foram informados pelo Conselheiro Político-Militar da embaixada dos Estados Unidos da América de que este país iria utilizar o seu espaço aéreo para o transporte de «prisioneiros» para a base militar de Guantánamo.
Ainda de acordo com o jornal, terá sido solicitada ao governo espanhol a utilização, em caso de necessidade, das suas bases militares para efectuar esses transportes.
No documento, até agora secreto, é igualmente referido que o mesmo procedimento, de contacto e informação, estava a ser adoptado com vários países que se encontram na rota pela qual devem seguir esses aviões.
Assim sendo, na perspectiva do parlamentar do PCP, o que este documento vem confirmar é que «alguns países europeus foram informados de que os EUA iram utilizar o seu espaço aéreo para transportar prisioneiros ilegalmente detidos para Guantánamo».
«O que fica provado é que alguns governos europeus foram activamente cúmplices nesta rede de sequestro e tortura promovida pelos EUA e que viola os mais elementares direitos Humanos», considera Jorge Machado, concluindo que o documento agora tornado público «comprova que a manutenção desta rede de sequestro não era possível sem a cumplicidade activa de vários governos da Europa».
Incluindo o nosso, por maioria de razão, na medida em que «Portugal faz parte da rota da grande maioria dos voos da CIA que transportaram «prisioneiros» para Guantánamo para aí serem torturados.