EUA atacaram estabilidade regional
O povo sírio repudiou o ataque norte-americano contra uma aldeia junto à fronteira com o Iraque. A agressão teve um efeito de contágio debilitando a frágil estabilidade regional.
Os milhares de pessoas que protestaram, quinta-feira da semana passada na capital da Síria, frente à representação diplomática dos EUA, condenaram o ataque norte-americano, apelaram aos defensores da paz para que repudiem a intentona, e para que voltem à rua e exijam a imediata retirada norte-americana do Iraque.
Os manifestantes expressaram também apoio à posição do governo de Damasco, que considerou a acção que matou oito pessoas numa aldeia junto à fronteira com o Iraque como «uma flagrante violação do Direito Internacional e uma forma de terrorismo», exigiu um pedido de desculpas formal pelo atentado, e pediu compensações para os familiares das vítimas. O executivo de Bashar al-Assad pediu ainda à ONU uma condenação contundente junto da Casa Branca, mas a solidariedade para com a Síria só se expressou por parte do Líbano, da Espanha e da França.
Já esta segunda-feira, em Teerão, a manifestação agendada com o objectivo de assinalar o aniversário do assalto à embaixada dos EUA, no dobrar da década de 70, transformou-se numa reacção à agressão norte-americana contra a Síria. Os iranianos acusaram os EUA de serem o principal promotor da guerra e insegurança no mundo, e instaram os povos a combaterem as «políticas opressivas e coloniais das potências ocidentais lideradas por Washington».
Efeito de contágio
A investida provocou ainda uma escalada da violência no Iraque e debilitou a estabilidade regional. No vizinho ocupado, uma sucessão de atentados avolumou o clima de insegurança em Bagdad e noutras regiões como Mossul, Ninive, Kirkuk ou Baquba, fazendo o número de vítimas da violência superar a centena no espaço de uma semana, entre mortos e feridos graves.
Patrulhas e esquadras da polícia foram alvo de vários atentados à bomba. O subsecretário do Ministério iraquiano do petróleo ficou em estado grave depois de uma violenta explosão junto à sua residência, nos arredores da capital iraquiana.
Já nos territórios palestinianos, Israel descartou qualquer possibilidade de conversações com a Síria e com a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) antes da realização das legislativas antecipadas no país. Telavive manteve ainda encerradas as passagens fronteiriças de Gaza – violando o acordo alcançado a meio do ano passado sob mediação egípcia –, e incrementou a campanha de detenções na Cisjordânia. Segundo a ANP, as operações decorreram em Belém, Jenin, Salfit e Hebron. Nesta última cidade, quinta-feira, meia centena de soldados israelitas munidos de armas pesadas ocuparam temporariamente a Universidade Técnica e detiveram uma dezena de funcionários e estudantes.
Quanto ao Líbano, informações veiculadas pelos órgãos de comunicação social locais dão conta da detenção de dois alegados membros de uma célula de espionagem que trabalhava para a secreta israelita, a Mossad. Os indivíduos tinham a suposta base operativa na região do Vale de Bekaa, deslocavam-se com frequência à vizinha Síria e tinham em seu poder aparelhos sofisticados de comunicação e recolha de informações.
Diálogo difícil
No quadro da evolução negativa no Médio Oriente, insere-se ainda a degradação progressiva das relações inter-palestinianas. O Hamas lançou a dúvida sobre a sua presença no Egipto, no próximo fim-de-semana, para a conferência de diálogo com o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, e com as restantes facções palestinianas.
O movimento palestiniano que governa a Faixa de Gaza acusa o homólogo da Fatah de ter detido, com a autorização de Israel, pelo menos uma centena de activistas e militantes na região de Hebron.
Os manifestantes expressaram também apoio à posição do governo de Damasco, que considerou a acção que matou oito pessoas numa aldeia junto à fronteira com o Iraque como «uma flagrante violação do Direito Internacional e uma forma de terrorismo», exigiu um pedido de desculpas formal pelo atentado, e pediu compensações para os familiares das vítimas. O executivo de Bashar al-Assad pediu ainda à ONU uma condenação contundente junto da Casa Branca, mas a solidariedade para com a Síria só se expressou por parte do Líbano, da Espanha e da França.
Já esta segunda-feira, em Teerão, a manifestação agendada com o objectivo de assinalar o aniversário do assalto à embaixada dos EUA, no dobrar da década de 70, transformou-se numa reacção à agressão norte-americana contra a Síria. Os iranianos acusaram os EUA de serem o principal promotor da guerra e insegurança no mundo, e instaram os povos a combaterem as «políticas opressivas e coloniais das potências ocidentais lideradas por Washington».
Efeito de contágio
A investida provocou ainda uma escalada da violência no Iraque e debilitou a estabilidade regional. No vizinho ocupado, uma sucessão de atentados avolumou o clima de insegurança em Bagdad e noutras regiões como Mossul, Ninive, Kirkuk ou Baquba, fazendo o número de vítimas da violência superar a centena no espaço de uma semana, entre mortos e feridos graves.
Patrulhas e esquadras da polícia foram alvo de vários atentados à bomba. O subsecretário do Ministério iraquiano do petróleo ficou em estado grave depois de uma violenta explosão junto à sua residência, nos arredores da capital iraquiana.
Já nos territórios palestinianos, Israel descartou qualquer possibilidade de conversações com a Síria e com a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) antes da realização das legislativas antecipadas no país. Telavive manteve ainda encerradas as passagens fronteiriças de Gaza – violando o acordo alcançado a meio do ano passado sob mediação egípcia –, e incrementou a campanha de detenções na Cisjordânia. Segundo a ANP, as operações decorreram em Belém, Jenin, Salfit e Hebron. Nesta última cidade, quinta-feira, meia centena de soldados israelitas munidos de armas pesadas ocuparam temporariamente a Universidade Técnica e detiveram uma dezena de funcionários e estudantes.
Quanto ao Líbano, informações veiculadas pelos órgãos de comunicação social locais dão conta da detenção de dois alegados membros de uma célula de espionagem que trabalhava para a secreta israelita, a Mossad. Os indivíduos tinham a suposta base operativa na região do Vale de Bekaa, deslocavam-se com frequência à vizinha Síria e tinham em seu poder aparelhos sofisticados de comunicação e recolha de informações.
Diálogo difícil
No quadro da evolução negativa no Médio Oriente, insere-se ainda a degradação progressiva das relações inter-palestinianas. O Hamas lançou a dúvida sobre a sua presença no Egipto, no próximo fim-de-semana, para a conferência de diálogo com o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, e com as restantes facções palestinianas.
O movimento palestiniano que governa a Faixa de Gaza acusa o homólogo da Fatah de ter detido, com a autorização de Israel, pelo menos uma centena de activistas e militantes na região de Hebron.