Luta social avança
Milhares de colombianos protestaram, nos últimos dias, contra a política antipopular do governo de Álvaro Uribe. À marcha dos indígenas, juntaram-se as lutas de outros sectores sociais.
Em Cali, mais de 40 mil indígenas concentraram-se após uma marcha de dias que congregou comunidades de todo o país. Os manifestantes denunciaram a concentração de terras nas mãos da oligarquia latifundiária, da agro-indústria, e das transnacionais mineiras e petrolíferas, e exigiram respeito pelos seus direitos sociais.
Uribe comprometeu-se a dialogar. Compareceu já depois de desmobilizado o grosso da coluna popular insistindo nas mesmas promessas vãs. Os manifestantes ainda presentes não se deixaram enganar e mantiveram a conclusão expressa por um dos participantes na marcha, quando milhares ainda aguardavam por Uribe: «Não temos governo, mas temos dignidade e resistência».
No caminho até Cali ficou um rasto de sangue, documentado por imagens recolhidas pela CNN. Uribe procurou atribuir a responsabilidade aos indígenas e a supostos actos de provocação com artefactos explosivos, mas a reportagem mostra que à marcha respondeu o governo com a repressão.
Jesús António Nene, 17 anos, camponês da localidade de Corinto, e Elber Hibito, 41 anos, indígena do município de Toribio, foram as duas vítimas mortais da acção criminosa perpetrada pelas forças de segurança e por civis armados. Pelo menos outras cinco pessoas resultaram feridas pelos disparos policiais.
Durante o governo de Álvaro Uribe, já foram assassinados 1200 indígenas, 55 mil foram despejados, 400 mil vêm vedado o acesso a terras, e 18 comunidades estão em risco de extinção.
Trabalhadores na vanguarda
Paralelamente à luta das comunidades originárias, outras movimentações de massas e jornadas de luta sacodem a Colômbia. Os 18 mil cortadores de cana-de-açúcar de Valle de Cauca não cedem nas suas reivindicações. Uribe responde com a detenção arbitrária de três dos seus representantes, Oscar Muñoz, Omar García e José Llanos, e de dois assessores do senador Alexander López, os quais se haviam disponibilizado a auxiliar os trabalhadores.
Aos assalariados rurais que se têm mantido na vanguarda do protesto de massas, juntaram-se, dia 23, milhares de pessoas em Bogotá e em outras cidades do país, numa jornada nacional que culminou iniciativas sectoriais envolvendo dezenas de milhares de trabalhadores. Funcionários judiciais, dos registos notariais e da direcção de impostos, professores, mineiros, transportadores de cargas e operários contratados da Ecopetrol, estão todos em luta.
Estado terrorista
Entretanto, demitiu-se o coordenador de Assuntos de Inteligência Política e Social da DAS, envolto no escândalo de espionagem contra o Pólo Democrático Alternativo e o senador Gustavo Petro. Juntamente com Ovalle Díaz, caiu também a directora da secreta, Pilar Hurtado.
O presidente Álvaro Uribe sacode responsabilidades para Ovalle Díaz, mas fontes da DAS confirmam que a espionagem era do conhecimento do círculo presidencial.
Uribe comprometeu-se a dialogar. Compareceu já depois de desmobilizado o grosso da coluna popular insistindo nas mesmas promessas vãs. Os manifestantes ainda presentes não se deixaram enganar e mantiveram a conclusão expressa por um dos participantes na marcha, quando milhares ainda aguardavam por Uribe: «Não temos governo, mas temos dignidade e resistência».
No caminho até Cali ficou um rasto de sangue, documentado por imagens recolhidas pela CNN. Uribe procurou atribuir a responsabilidade aos indígenas e a supostos actos de provocação com artefactos explosivos, mas a reportagem mostra que à marcha respondeu o governo com a repressão.
Jesús António Nene, 17 anos, camponês da localidade de Corinto, e Elber Hibito, 41 anos, indígena do município de Toribio, foram as duas vítimas mortais da acção criminosa perpetrada pelas forças de segurança e por civis armados. Pelo menos outras cinco pessoas resultaram feridas pelos disparos policiais.
Durante o governo de Álvaro Uribe, já foram assassinados 1200 indígenas, 55 mil foram despejados, 400 mil vêm vedado o acesso a terras, e 18 comunidades estão em risco de extinção.
Trabalhadores na vanguarda
Paralelamente à luta das comunidades originárias, outras movimentações de massas e jornadas de luta sacodem a Colômbia. Os 18 mil cortadores de cana-de-açúcar de Valle de Cauca não cedem nas suas reivindicações. Uribe responde com a detenção arbitrária de três dos seus representantes, Oscar Muñoz, Omar García e José Llanos, e de dois assessores do senador Alexander López, os quais se haviam disponibilizado a auxiliar os trabalhadores.
Aos assalariados rurais que se têm mantido na vanguarda do protesto de massas, juntaram-se, dia 23, milhares de pessoas em Bogotá e em outras cidades do país, numa jornada nacional que culminou iniciativas sectoriais envolvendo dezenas de milhares de trabalhadores. Funcionários judiciais, dos registos notariais e da direcção de impostos, professores, mineiros, transportadores de cargas e operários contratados da Ecopetrol, estão todos em luta.
Estado terrorista
Entretanto, demitiu-se o coordenador de Assuntos de Inteligência Política e Social da DAS, envolto no escândalo de espionagem contra o Pólo Democrático Alternativo e o senador Gustavo Petro. Juntamente com Ovalle Díaz, caiu também a directora da secreta, Pilar Hurtado.
O presidente Álvaro Uribe sacode responsabilidades para Ovalle Díaz, mas fontes da DAS confirmam que a espionagem era do conhecimento do círculo presidencial.