Chá e simpatia
A forma como a generalidade dos média nacionais tratou a questão da morte e do funeral de Joerg Haider – nazi e admirador confesso de Hitler, designadamente da sua política em matéria laboral… - é bem elucidativa do tempo que vivemos.
Uns dias após a morte de Haider, o pressuroso Público dedicou-lhe duas das suas preciosas páginas, com fotos e texto irradiando inequívocas simpatias pela sinistra figura. Frases como «inovador político», «pop star do populismo», «um provocador calculista e um populista inovador», foram das mais ousadas na caracterização do líder nazi. E mesmo assim, registe-se, estas referências ao «populismo» foram sempre feitas num contexto de amável compreensão, decorada com enlevados sorrisos de simpatia. E nunca, obviamente - nem nada que se pareça! - com a agressividade odiosa com que a palavra é utilizada pelos escribas de serviço enquanto arma de arremesso contra os por eles considerados «populistas», ou seja: contra os governantes que tomam medidas favoráveis à imensa maioria da população dos seus países…
Nas notícias sobre o funeral (que, dizem-nos, foi um funeral «digno da princesa de Gales» e «próprio de herói nacional»…), que foi transmitido em directo pela televisão pública austríaca (a confirmar o que já sabíamos: que lá como cá os média, sejam eles públicos ou privados, seguem à risca os critérios ditos informativos do sistema dominante), a simpatia para com o líder nazi subiu mais uns degraus.
Neste caso, expressões como «chefe histórico da extrema-direita», «controversa figura», «figura controversa», «líder da extrema-direita austríaca», «o falecido dirigente» e «o dirigente partidário», foram tudo o que o Público e o DN (este enfeitando a prosa com meia dúzia de fotografias escolhidas a dedo) ousaram avançar em matéria de caracterização da sinistra personagem, das suas práticas xenófobas, dos seus tenebrosos objectivos.
Enfim, chá e simpatia para o chefe nazi – e um perigoso, mas talvez não inesperado, passo em frente dado pelos média nacionais. Como que anunciando os caminhos e o conteúdo democrático da informação do futuro.
Uns dias após a morte de Haider, o pressuroso Público dedicou-lhe duas das suas preciosas páginas, com fotos e texto irradiando inequívocas simpatias pela sinistra figura. Frases como «inovador político», «pop star do populismo», «um provocador calculista e um populista inovador», foram das mais ousadas na caracterização do líder nazi. E mesmo assim, registe-se, estas referências ao «populismo» foram sempre feitas num contexto de amável compreensão, decorada com enlevados sorrisos de simpatia. E nunca, obviamente - nem nada que se pareça! - com a agressividade odiosa com que a palavra é utilizada pelos escribas de serviço enquanto arma de arremesso contra os por eles considerados «populistas», ou seja: contra os governantes que tomam medidas favoráveis à imensa maioria da população dos seus países…
Nas notícias sobre o funeral (que, dizem-nos, foi um funeral «digno da princesa de Gales» e «próprio de herói nacional»…), que foi transmitido em directo pela televisão pública austríaca (a confirmar o que já sabíamos: que lá como cá os média, sejam eles públicos ou privados, seguem à risca os critérios ditos informativos do sistema dominante), a simpatia para com o líder nazi subiu mais uns degraus.
Neste caso, expressões como «chefe histórico da extrema-direita», «controversa figura», «figura controversa», «líder da extrema-direita austríaca», «o falecido dirigente» e «o dirigente partidário», foram tudo o que o Público e o DN (este enfeitando a prosa com meia dúzia de fotografias escolhidas a dedo) ousaram avançar em matéria de caracterização da sinistra personagem, das suas práticas xenófobas, dos seus tenebrosos objectivos.
Enfim, chá e simpatia para o chefe nazi – e um perigoso, mas talvez não inesperado, passo em frente dado pelos média nacionais. Como que anunciando os caminhos e o conteúdo democrático da informação do futuro.