O naufrágio de Wall Street
A bolsa de Nova Iorque caiu a pique, na segunda-feira, após a Câmara dos Representantes ter chumbado o pacote de 700 mil milhões de euros apresentado pela administração Bush para salvar a alta finança.
Chumbo de plano presidencial provoca queda histórica nas bolsas
Contrariando a indicação dos seus chefes de fila, numerosos representantes republicanos e alguns democratas violaram a disciplina partidária, chumbando por 228 votos contra 205 o plano Paulson, elaborado pelo secretário de Estado do Tesouro para salvar o agonizante sector financeiro do país.
A consequência do chumbo fez-se de imediato sentir na bolsa. Poucos minutos antes das 20 horas as cotações começaram a cair e a tendência manteve-se até o fecho. Nesse dia Wall Street fechou a perder 6,89 por cento, a descida em percentagem mais importante desde 1987, tendo o índice Dow Jones sofrido uma quebra de 777.68 pontos, ou seja, a maior perda em toda a sua história. As ondas de choque propagaram-se pelas bolsas de todo o mundo que registaram importantes descidas e ameaçam provocar novas falências.
Hoje, quinta-feira, os trabalhos deverão recomeçar no Capitólio, onde os representantes serão chamados a votar de novo o projecto, face à insistência do governo dos EUA na necessidade absoluta da aprovação plano para evitar o afundamento do sector financeiro.
Entretanto, de um lado e de outro do Atlântico, a tormenta financeira continua a provocar o naufrágio de gigantes financeiros. O mapa bancário muda a uma velocidade vertiginosa, sucedendo-se anúncios de fusões e «nacionalizações» decididas in extremis para travar a derrocada do sistema.
Castelos de cartas
Nos EUA, alguns dias depois da estrondosa falência do Washington Mutual, o primeiro banco de depósitos do país, com 305 mil milhões de dólares em activos, seguiu-se, na segunda-feira, a bancarrota do Wachovia, o quarto banco norte-americano. Em ambos os casos, as autoridades federais tiveram de intervir para organizar a compra destas instituições pelos seus concorrentes, o JP Morgan e o Citigroup, respectivamente.
No sábado, o grupo AIG, o maior segurador mundial recentemente falido, anunciou que entregaria 79,9 por cento do seu capital à Reserva Federal em troca de 85 mil milhões de dólares para sanear as suas contas.
Na Europa, a agonia de várias instituições obrigou nos últimos dias os governos de diversos países a tomar medidas drásticas. Luxemburgo, Bélgica e Holanda, decidiram no fim-de-semana «nacionalizar» o grupo belga-holandês Fortis, parceiro do português BCP na área de seguros, cujas acções perderam 67 por cento do seu valor desde o início do ano. A operação custou aos três estados 11 200 mil milhões de euros, mas as acções da instituição voltaram a descer na segunda-feira.
Igualmente em situação de falência, o banco britânico Bradford & Bingley, que viu as suas acções cair 90 por cento desde Janeiro, foi nacionalizado pelo governo, que ficou com a sua carteira de créditos avaliada em 52 mil milhões de euros. As sucursais e os 2,5 milhões de clientes desta instituição, que têm depositado mais de 27 mil milhões de euros, foram vendidos no domingo ao grupo espanhol Santander por 773 milhões de euros.
Na Alemanha, o governo viu-se também forçado a resgatar o Hypo Real Estate, o segundo maior banco alemão na área do crédito imobiliário, avalizando uma linha de crédito no valor de 35 mil milhões de euros.
O grupo franco-belga Dexia afundar-se-ia de igual modo caso os governos belga, francês e luxemburguês não saíssem em seu socorro com uma ajuda de 6,4 mil milhões de euros. Sorte semelhante tiveram o Roskilde Bank, na Dinamarca, e o Glitnir, na Islândia.
Já na terça-feira, em Itália, a cotação do banco UniCredit caiu 9,5 por cento na bolsa de Milão tendo sido suspensas as operações.
A crise financeira parece imparável e já se instalou nas princiapis economias europeias. Alemanha, Espanha e Reino Unido irão entrar em recessão. A gravidade da situação levou o presidente em exercício da União Europeia, Nicolas Sarkozy, a convocar uma reunião de emergência com líderes alemão, italiano e britânico, à qual assistirão também o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, representantes do BCE e do Eurogrupo.
A consequência do chumbo fez-se de imediato sentir na bolsa. Poucos minutos antes das 20 horas as cotações começaram a cair e a tendência manteve-se até o fecho. Nesse dia Wall Street fechou a perder 6,89 por cento, a descida em percentagem mais importante desde 1987, tendo o índice Dow Jones sofrido uma quebra de 777.68 pontos, ou seja, a maior perda em toda a sua história. As ondas de choque propagaram-se pelas bolsas de todo o mundo que registaram importantes descidas e ameaçam provocar novas falências.
Hoje, quinta-feira, os trabalhos deverão recomeçar no Capitólio, onde os representantes serão chamados a votar de novo o projecto, face à insistência do governo dos EUA na necessidade absoluta da aprovação plano para evitar o afundamento do sector financeiro.
Entretanto, de um lado e de outro do Atlântico, a tormenta financeira continua a provocar o naufrágio de gigantes financeiros. O mapa bancário muda a uma velocidade vertiginosa, sucedendo-se anúncios de fusões e «nacionalizações» decididas in extremis para travar a derrocada do sistema.
Castelos de cartas
Nos EUA, alguns dias depois da estrondosa falência do Washington Mutual, o primeiro banco de depósitos do país, com 305 mil milhões de dólares em activos, seguiu-se, na segunda-feira, a bancarrota do Wachovia, o quarto banco norte-americano. Em ambos os casos, as autoridades federais tiveram de intervir para organizar a compra destas instituições pelos seus concorrentes, o JP Morgan e o Citigroup, respectivamente.
No sábado, o grupo AIG, o maior segurador mundial recentemente falido, anunciou que entregaria 79,9 por cento do seu capital à Reserva Federal em troca de 85 mil milhões de dólares para sanear as suas contas.
Na Europa, a agonia de várias instituições obrigou nos últimos dias os governos de diversos países a tomar medidas drásticas. Luxemburgo, Bélgica e Holanda, decidiram no fim-de-semana «nacionalizar» o grupo belga-holandês Fortis, parceiro do português BCP na área de seguros, cujas acções perderam 67 por cento do seu valor desde o início do ano. A operação custou aos três estados 11 200 mil milhões de euros, mas as acções da instituição voltaram a descer na segunda-feira.
Igualmente em situação de falência, o banco britânico Bradford & Bingley, que viu as suas acções cair 90 por cento desde Janeiro, foi nacionalizado pelo governo, que ficou com a sua carteira de créditos avaliada em 52 mil milhões de euros. As sucursais e os 2,5 milhões de clientes desta instituição, que têm depositado mais de 27 mil milhões de euros, foram vendidos no domingo ao grupo espanhol Santander por 773 milhões de euros.
Na Alemanha, o governo viu-se também forçado a resgatar o Hypo Real Estate, o segundo maior banco alemão na área do crédito imobiliário, avalizando uma linha de crédito no valor de 35 mil milhões de euros.
O grupo franco-belga Dexia afundar-se-ia de igual modo caso os governos belga, francês e luxemburguês não saíssem em seu socorro com uma ajuda de 6,4 mil milhões de euros. Sorte semelhante tiveram o Roskilde Bank, na Dinamarca, e o Glitnir, na Islândia.
Já na terça-feira, em Itália, a cotação do banco UniCredit caiu 9,5 por cento na bolsa de Milão tendo sido suspensas as operações.
A crise financeira parece imparável e já se instalou nas princiapis economias europeias. Alemanha, Espanha e Reino Unido irão entrar em recessão. A gravidade da situação levou o presidente em exercício da União Europeia, Nicolas Sarkozy, a convocar uma reunião de emergência com líderes alemão, italiano e britânico, à qual assistirão também o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, representantes do BCE e do Eurogrupo.