Zuma enfrenta julgamento político
Milhares de pessoas concentraram-se junto ao tribunal de Pietermaritzburg em apoio ao presidente do Congresso Nacional Africano (ANC), Jacob Zuma. O Partido Comunista Sul-Africano (SACP) qualifica o julgamento como político.
Em 2006, o Ministério Público retirou a acusação por falta de fundamentos
À chegada do líder do ANC, segunda-feira, uma multidão de jovens, activistas sindicais da maior central do país, a COSATU, membros do ANC e militantes do SACP esperavam Zuma gritando palavras de ordem e entoando canções de combate dos tempos da luta contra o Apartheid.
Para os manifestantes, o candidato do campo democrático e unitário e mais que provável vencedor das presidenciais agendadas para Abril de 2009 está a ser alvo de um processo político e não criminal, sinal de que, sustentam, o aparelho de Estado herdado do antigo regime de segregação racial não apenas persiste, como conserva capacidade de perseguir os que afrontam o sistema de dominação de classe vigente.
Zuma enfrenta acusações de corrupção, fraude, chantagem e branqueamento de capitais. O caso remonta à década de 90 e em causa está o reequipamento das forças armadas da África do Sul e o alegado envolvimento de Zuma num esquema de contrapartidas.
De acordo com a acusação, o então vice-presidente de Thabo Mbeki terá recebido «luvas» da companhia francesa Thint, vencedora do concurso de fornecimento de armamento ao país. A justiça já condenou a 15 anos de prisão efectiva o antigo assessor financeiro de Zuma, Schabir Shaik, mas quanto ao actual líder do ANC, durante o primeiro julgamento, em Setembro de 2006, o Ministério Público acabou por retirar as queixas por manifesta falta de fundamentos.
A anulação do processo pelos mesmos motivos é o que a defesa de Zuma volta a pedir, argumentando que o MP, tal como há quase dois anos, não dispõe de quaisquer factos que incriminem o arguido.
Justiça de classe
Antes do início do julgamento, o Partido Comunista Sul-Africano emitiu uma nota onde defende que «este não é um processo criminal mas sim político, inicialmente montado para impedir Zuma de chegar à presidência do ANC, e agora reiniciado com o intuito de impedir que se torne presidente da República em 2009».
O SACP condena a forma como o Ministério Público tem tratado Jacob Zuma - cujos direitos foram repetidamente violados motivando inclusivamente uma tomada de posição por parte do Provedor de Justiça -, e manifesta inquietação com o facto do MP ter conduzido uma dupla investigação sobre o caso, uma oficial, que culminou com a instauração de um processo judicial, e outra, ilegal, envolvendo os serviços secretos, cujo relatório foi entretanto divulgado publicamente.
Neste particular, os comunistas expressam «profunda preocupação pelo facto do governo não ter ainda tomado medidas para com os seus responsáveis, contrariando o que havia prometido há cerca de uma ano», comportamento que, acusam ainda, se repete quanto às provas que indicam que o MP terá contactado com alguns editores de órgãos de comunicação social com o objectivo de conduzir um primeiro julgamento de Jacob Zuma junto da opinião pública.
Para os manifestantes, o candidato do campo democrático e unitário e mais que provável vencedor das presidenciais agendadas para Abril de 2009 está a ser alvo de um processo político e não criminal, sinal de que, sustentam, o aparelho de Estado herdado do antigo regime de segregação racial não apenas persiste, como conserva capacidade de perseguir os que afrontam o sistema de dominação de classe vigente.
Zuma enfrenta acusações de corrupção, fraude, chantagem e branqueamento de capitais. O caso remonta à década de 90 e em causa está o reequipamento das forças armadas da África do Sul e o alegado envolvimento de Zuma num esquema de contrapartidas.
De acordo com a acusação, o então vice-presidente de Thabo Mbeki terá recebido «luvas» da companhia francesa Thint, vencedora do concurso de fornecimento de armamento ao país. A justiça já condenou a 15 anos de prisão efectiva o antigo assessor financeiro de Zuma, Schabir Shaik, mas quanto ao actual líder do ANC, durante o primeiro julgamento, em Setembro de 2006, o Ministério Público acabou por retirar as queixas por manifesta falta de fundamentos.
A anulação do processo pelos mesmos motivos é o que a defesa de Zuma volta a pedir, argumentando que o MP, tal como há quase dois anos, não dispõe de quaisquer factos que incriminem o arguido.
Justiça de classe
Antes do início do julgamento, o Partido Comunista Sul-Africano emitiu uma nota onde defende que «este não é um processo criminal mas sim político, inicialmente montado para impedir Zuma de chegar à presidência do ANC, e agora reiniciado com o intuito de impedir que se torne presidente da República em 2009».
O SACP condena a forma como o Ministério Público tem tratado Jacob Zuma - cujos direitos foram repetidamente violados motivando inclusivamente uma tomada de posição por parte do Provedor de Justiça -, e manifesta inquietação com o facto do MP ter conduzido uma dupla investigação sobre o caso, uma oficial, que culminou com a instauração de um processo judicial, e outra, ilegal, envolvendo os serviços secretos, cujo relatório foi entretanto divulgado publicamente.
Neste particular, os comunistas expressam «profunda preocupação pelo facto do governo não ter ainda tomado medidas para com os seus responsáveis, contrariando o que havia prometido há cerca de uma ano», comportamento que, acusam ainda, se repete quanto às provas que indicam que o MP terá contactado com alguns editores de órgãos de comunicação social com o objectivo de conduzir um primeiro julgamento de Jacob Zuma junto da opinião pública.