No trilho da esperança
O professor António Morais está a percorrer o País de bicicleta, de Melgaço a Vila Real de Santo António, numa acção de sensibilização da Fenprof intitulada «No trilho da esperança».
Com a luta dos professores repudiando a política do Governo
Porque «o País precisa dos seus professores», desde segunda-feira e até 22 de Agosto, este professor na Escola Básica Integrada de Eixo, em Aveiro, e dirigente da Federação Nacional dos Professores, pedala, de Melgaço até ao Algarve, no propósito de alertar as populações para a necessidade de a sociedade apoiar a classe docente.
O professor tem previstas, no seu roteiro, visitas a dezenas de escolas do Ensino Básico e Secundário.
Na segunda-feira de manhã, sob aplausos e entusiasmo de uma delegação de dirigentes e delegados da Fenprof, o professor partiu da Escola Básica 2,3/S de Melgaço, de onde rumou a Valença.
De acordo com o roteiro estabelecido, António Morais deverá pedalar, hoje, por Aveiro, proveniente da Póvoa de Varzim.
O fim do «Trilho da esperança» está previsto para 22 de Agosto, na Escola Básica Integrada de Alcoutim, onde será feito um balanço da iniciativa, em conferência de imprensa.
Esforço e sacrifício
Ao anunciar esta acção, o Secretariado Nacional da federação lembra como os professores, «com esforço e sacrifício pessoal», se têm confrontado com «as mais adversas situações em que governos sucessivos têm colocado os docentes, chegando ao ponto de, muitas vezes, mentindo, virarem a população contra eles, colocando em causa a sua dedicação e profissionalismo».
António Morais tem, durante a sua carreira, vivido todas estas dificuldades. Como muitos professores, leccionou em escolas de Norte a Sul e também na região autónoma da Madeira. Neste «Trilho da esperança», a federação alerta para o isolamento em que os docentes exercem, «sem serem devidamente considerados pelos governos, situação que se tem mantido ao longo do mandato do actual Governo e da equipa do Ministério da Educação».
A passagem do professor-ciclista pretende sensibilizar as populações para a «enorme instabilidade» que se vive na profissão e a alta taxa de desemprego que a atinge, problemas «sem solução à vista, provocados, em boa parte, pela política do Governo» e que, segundo a federação, tenderão a agravar-se, «na sequência da imposição de uma inaceitável prova de ingresso na profissão, criada com o intuito de mascarar as estatísticas de emprego/desemprego».
Com «No trilho da esperança», a Fenprof está também a sensibilizar para a «estratificação profissional da carreira e dos quadros de pessoal, com a criação de duas categorias, de professor e de professor titular, com esta última reservada a uma minoria».
Será também um percurso de esperança numa política educativa alternativa à actual, que «prima pela falta de condições de exercício da profissão», nomeadamente das «colocações para acesso e mobilidade dos quadros, do regime de contratação e dos horários de trabalho».
A federação também pretende recordar como os docentes são forçados a adaptarem-se a diferentes condições, ao longo das suas carreiras, e confrontados com os encargos decorrentes do aumento do custo de vida, dos transportes e as despesas com segundas habitações, sem que, «da parte do poder político», haja «qualquer tentativa para compreender a importância de haver apoios que minimizassem» estes problemas.
Vale a pena lutar
Em resultado da luta dos professores, no próximo ano lectivo vai continuar a ser possível reduzir o número de alunos por turma sempre que nelas se verificar a presença de alunos com necessidades educativas especiais, revelou, dia 22, o Sindicato dos Professores da Região Centro.
Com o Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, o Governo tinha revogado, entre outras medidas educativas de apoio a estes alunos, a redução de educandos nestas turmas, mas graças à «pronta denúncia da Fenprof e do SPRC», deu-se o recuo.
É a prova de que «vale a pena lutar», considerou o sindicato, salientando que, desta forma, fica também estancada a intenção, do Ministério da Educação, de reduzir o número de professores no subsistema de educação especial.
A luta dos docentes levou a Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular a esclarecer que, no próximo ano, continuará a ser possível reduzir o número de alunos naquelas turmas, garantindo-se a permanência dos docentes em funções nos apoios educativos em muitas escolas.
A medida é considerada de «extrema importância» pelo sindicato, pois sendo suprimidas estas medidas estariam comprometidos os «níveis razoáveis de trabalho para os docentes e de aprendizagem para os alunos, como forma de favorecer o seu carácter inclusivo».
No dia 23, a Fenprof alertou, numa outra nota à imprensa, para o facto de os docentes aposentados estarem a ser alvo de descontos ilegais para a ADSE, no subsídio de férias, desmentindo afirmações do ministro das Finanças, segundo as quais, esta situação não se repetiria este ano.
O professor tem previstas, no seu roteiro, visitas a dezenas de escolas do Ensino Básico e Secundário.
Na segunda-feira de manhã, sob aplausos e entusiasmo de uma delegação de dirigentes e delegados da Fenprof, o professor partiu da Escola Básica 2,3/S de Melgaço, de onde rumou a Valença.
De acordo com o roteiro estabelecido, António Morais deverá pedalar, hoje, por Aveiro, proveniente da Póvoa de Varzim.
O fim do «Trilho da esperança» está previsto para 22 de Agosto, na Escola Básica Integrada de Alcoutim, onde será feito um balanço da iniciativa, em conferência de imprensa.
Esforço e sacrifício
Ao anunciar esta acção, o Secretariado Nacional da federação lembra como os professores, «com esforço e sacrifício pessoal», se têm confrontado com «as mais adversas situações em que governos sucessivos têm colocado os docentes, chegando ao ponto de, muitas vezes, mentindo, virarem a população contra eles, colocando em causa a sua dedicação e profissionalismo».
António Morais tem, durante a sua carreira, vivido todas estas dificuldades. Como muitos professores, leccionou em escolas de Norte a Sul e também na região autónoma da Madeira. Neste «Trilho da esperança», a federação alerta para o isolamento em que os docentes exercem, «sem serem devidamente considerados pelos governos, situação que se tem mantido ao longo do mandato do actual Governo e da equipa do Ministério da Educação».
A passagem do professor-ciclista pretende sensibilizar as populações para a «enorme instabilidade» que se vive na profissão e a alta taxa de desemprego que a atinge, problemas «sem solução à vista, provocados, em boa parte, pela política do Governo» e que, segundo a federação, tenderão a agravar-se, «na sequência da imposição de uma inaceitável prova de ingresso na profissão, criada com o intuito de mascarar as estatísticas de emprego/desemprego».
Com «No trilho da esperança», a Fenprof está também a sensibilizar para a «estratificação profissional da carreira e dos quadros de pessoal, com a criação de duas categorias, de professor e de professor titular, com esta última reservada a uma minoria».
Será também um percurso de esperança numa política educativa alternativa à actual, que «prima pela falta de condições de exercício da profissão», nomeadamente das «colocações para acesso e mobilidade dos quadros, do regime de contratação e dos horários de trabalho».
A federação também pretende recordar como os docentes são forçados a adaptarem-se a diferentes condições, ao longo das suas carreiras, e confrontados com os encargos decorrentes do aumento do custo de vida, dos transportes e as despesas com segundas habitações, sem que, «da parte do poder político», haja «qualquer tentativa para compreender a importância de haver apoios que minimizassem» estes problemas.
Vale a pena lutar
Em resultado da luta dos professores, no próximo ano lectivo vai continuar a ser possível reduzir o número de alunos por turma sempre que nelas se verificar a presença de alunos com necessidades educativas especiais, revelou, dia 22, o Sindicato dos Professores da Região Centro.
Com o Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, o Governo tinha revogado, entre outras medidas educativas de apoio a estes alunos, a redução de educandos nestas turmas, mas graças à «pronta denúncia da Fenprof e do SPRC», deu-se o recuo.
É a prova de que «vale a pena lutar», considerou o sindicato, salientando que, desta forma, fica também estancada a intenção, do Ministério da Educação, de reduzir o número de professores no subsistema de educação especial.
A luta dos docentes levou a Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular a esclarecer que, no próximo ano, continuará a ser possível reduzir o número de alunos naquelas turmas, garantindo-se a permanência dos docentes em funções nos apoios educativos em muitas escolas.
A medida é considerada de «extrema importância» pelo sindicato, pois sendo suprimidas estas medidas estariam comprometidos os «níveis razoáveis de trabalho para os docentes e de aprendizagem para os alunos, como forma de favorecer o seu carácter inclusivo».
No dia 23, a Fenprof alertou, numa outra nota à imprensa, para o facto de os docentes aposentados estarem a ser alvo de descontos ilegais para a ADSE, no subsídio de férias, desmentindo afirmações do ministro das Finanças, segundo as quais, esta situação não se repetiria este ano.