Vale sempre a pena lutar
Depois da «luta mais prolongada após o 25 de Abril», os 80 trabalhadores da Pereira da Costa, na Amadora, já receberam metade dos créditos a que têm direito e «tudo aponta para que recebam o restante».
Durante 18 meses os trabalhadores resistiram
A garantia do pagamento da restante metade das compensações aos trabalhadores, avaliada em três milhões de euros, foi dada ao Avante!, por Manuel Afonso, trabalhador daquela empresa de construção, que preside à comissão de credores e é dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção, Madeiras, Mármores e Cortiças do Sul.
A resistência dos 80 trabalhadores, em especial durante os 18 meses de vigília, à porta das instalações, privados de qualquer comodidade, em luta pelos seus direitos, e que terá sido a luta mais prolongada após o 25 de Abril de 1974, segundo o sindicato «não só valeu a pena, como é um exemplo» para quem se encontra em situações semelhantes, considerou.
A compensação paga até agora, de três milhões de euros, «foi conseguida graças à determinação na luta». Os trabalhadores, prejudicados por ilegalidades de vária ordem cometidas pela administração, obtiveram já metade das compensações que lhes são devidas, provenientes do Fundo de Garantia Salarial», explicou Manuel Afonso, considerando ter sido «uma luta bastante positiva que comprovou que vale sempre a pena lutar».
«Tudo está encaminhado para que os trabalhadores recebam os três milhões de euros em falta», afirmou.
Para isso, o imóvel na Venda Nova e o terreno onde a empresa está sedeada, avaliados em um milhão e 300 mil euros, serão vendidos em leilão, como obriga o contrato-promessa de aquisição da falida MB Pereira da Costa pela Pereira da Costa Construções, assumido pelo Administrado Luís Moreira, em Agosto de 2005.
Hoje, termina o prazo de reclamação dos créditos. Para 17 de Setembro está marcada a assembleia de credores.
A insolvência foi decretada pelo 3.º Juízo do Tribunal do Comércio de Lisboa, no dia 30 de Maio, e foi nomeado o administrador da insolvência. A comissão de credores tomou posse a 17 de Junho e é presidida por Manuel Afonso. No dia 19, o administrador da insolvência, Rui Gonzalez, visitou as instalações, acto que foi acompanhado pelos representantes dos trabalhadores.
Uma luta corajosa
Depois de terem mantido a vigília permanente, durante ano e meio, de Setembro de 2006 até ao passado dia 4, os trabalhadores decidiram, em plenário, levantar a tenda que lhes deu abrigo, durante este tempo, à porta das instalações.
Durante estes 18 meses, os operários, no piquete de greve, foram ameaçados e até violentados por contratados ao serviço do administrador Luís Moreira que, ilegalmente, retiraram das instalações património que devia ser parte da massa falida, rompendo o piquete de greve, com o apoio, inclusivamente, de forças policiais.
O presidente do sindicato, João Serpa, chegou a receber várias ameaças à sua integridade física, foi julgado e condenado a prisão remível e, no dia da carga policial, um trabalhador foi detido.
Em Janeiro passado, «os 70 trabalhadores que se mantinham ao serviço da empresa foram obrigados a rescindir os contratos por falta de pagamento de salários e respectivos subsídios, decisão que levou à total paralisação da empresa e ao abandono das instalações, pela segunda vez, por parte do Conselho de Administração», recordou o sindicato, no comunicado onde anunciava o plenário de dia 4.
Também desde aquele mês que o presidente do Conselho de Administração e o familiar que o substituía na empresa estão «refugiados no Brasil, o que dificulta o trabalho do administrador de insolvência nomeado pelo Tribunal», considerou o sindicato.
Desde aquela data, as instalações têm sofrido assaltos e actos de vandalismo.
A resistência dos 80 trabalhadores, em especial durante os 18 meses de vigília, à porta das instalações, privados de qualquer comodidade, em luta pelos seus direitos, e que terá sido a luta mais prolongada após o 25 de Abril de 1974, segundo o sindicato «não só valeu a pena, como é um exemplo» para quem se encontra em situações semelhantes, considerou.
A compensação paga até agora, de três milhões de euros, «foi conseguida graças à determinação na luta». Os trabalhadores, prejudicados por ilegalidades de vária ordem cometidas pela administração, obtiveram já metade das compensações que lhes são devidas, provenientes do Fundo de Garantia Salarial», explicou Manuel Afonso, considerando ter sido «uma luta bastante positiva que comprovou que vale sempre a pena lutar».
«Tudo está encaminhado para que os trabalhadores recebam os três milhões de euros em falta», afirmou.
Para isso, o imóvel na Venda Nova e o terreno onde a empresa está sedeada, avaliados em um milhão e 300 mil euros, serão vendidos em leilão, como obriga o contrato-promessa de aquisição da falida MB Pereira da Costa pela Pereira da Costa Construções, assumido pelo Administrado Luís Moreira, em Agosto de 2005.
Hoje, termina o prazo de reclamação dos créditos. Para 17 de Setembro está marcada a assembleia de credores.
A insolvência foi decretada pelo 3.º Juízo do Tribunal do Comércio de Lisboa, no dia 30 de Maio, e foi nomeado o administrador da insolvência. A comissão de credores tomou posse a 17 de Junho e é presidida por Manuel Afonso. No dia 19, o administrador da insolvência, Rui Gonzalez, visitou as instalações, acto que foi acompanhado pelos representantes dos trabalhadores.
Uma luta corajosa
Depois de terem mantido a vigília permanente, durante ano e meio, de Setembro de 2006 até ao passado dia 4, os trabalhadores decidiram, em plenário, levantar a tenda que lhes deu abrigo, durante este tempo, à porta das instalações.
Durante estes 18 meses, os operários, no piquete de greve, foram ameaçados e até violentados por contratados ao serviço do administrador Luís Moreira que, ilegalmente, retiraram das instalações património que devia ser parte da massa falida, rompendo o piquete de greve, com o apoio, inclusivamente, de forças policiais.
O presidente do sindicato, João Serpa, chegou a receber várias ameaças à sua integridade física, foi julgado e condenado a prisão remível e, no dia da carga policial, um trabalhador foi detido.
Em Janeiro passado, «os 70 trabalhadores que se mantinham ao serviço da empresa foram obrigados a rescindir os contratos por falta de pagamento de salários e respectivos subsídios, decisão que levou à total paralisação da empresa e ao abandono das instalações, pela segunda vez, por parte do Conselho de Administração», recordou o sindicato, no comunicado onde anunciava o plenário de dia 4.
Também desde aquele mês que o presidente do Conselho de Administração e o familiar que o substituía na empresa estão «refugiados no Brasil, o que dificulta o trabalho do administrador de insolvência nomeado pelo Tribunal», considerou o sindicato.
Desde aquela data, as instalações têm sofrido assaltos e actos de vandalismo.