A Frente Comum em luta por salários e direitos

Protesto cercou as Finanças

Para rejeitar o grave conteúdo do regime de contrato de trabalho em Funções Públicas e a sua apressada aprovação na A. R., e para exigir uma correcção salarial, a Frente Comum efectuou um cordão humano, dia 11, em Lisboa.

Os sindicatos exigem a reposição imediata do poder de compra

O cordão humano da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública partiu do Rossio, foi ao Terreiro do Paço, circundou o Ministério das Finanças e regressou ao ponto de partida onde, no fim da acção, o coordenador da USL/CGTP-IN, Libério Domingues, salientou que «a luta contra esta revisão da legislação laboral vai continuar».
Os representantes dos trabalhadores dos vários sectores da Administração Pública manifestaram o seu repúdio às alterações à legislação laboral preconizadas pelo Governo PS, exigiram a reposição imediata do poder de compra e alterações à legislação laboral que pretende retirar-lhes direitos consagrados até hoje e «conquistados à custa de décadas de lutas dos trabalhadores», como salientou, na sua intervenção, no Rossio, o membro da Comissão Executiva do Conselho Nacional da CGTP-IN, Arménio Carlos.

Menos salário não!

Ao Ministério das Finanças, os dirigentes e delegados sindicais fizeram chegar uma carta assinada pela coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila.
Na carta é recordada a promessa do primeiro-ministro e do ministro da Administração Pública e das Finanças, de que os trabalhadores do Estado não iriam sofrer, este ano, nova redução do poder de compra.
Perante os dados do Instituto Nacional de Estatística, que confirmam nova perda nos rendimentos dos trabalhadores, porque estava errada a previsão do Governo, de uma taxa de inflação em 2,1 por cento, a Frente Comum exigiu uma actualização salarial intercalar imediata de 1 por cento, com retroactivos a partir de 1 de Janeiro.
Segundo o INE, o Índice de Preços ao Consumidor tinha já registado, em Maio último, um aumento de 2,6 por cento, na taxa média anual, e de 2,8 por cento, na taxa homóloga.
Além disso, sublinha-se na carta da Frente Comum, o valor apurado pelo INE «está subestimado», já que se baseia numa estrutura das despesas utilizada no “Inquérito nos orçamentos familiares” de 2000 (publicado em 2002).
Se tivessem sido utilizados os dados do inquérito semelhante, efectuado em 2005, então, segundo a Frente Comum, o valor seria de mais 0,3 por cento, em média. A taxa anual da inflação, em Maio, seria de 2,9 por cento, enquanto a homóloga, de 3,1 por cento.
Outra grave situação para os trabalhadores do Estado referenciada na intervenção de Ana Avoila, é a retirada de direitos decorrente das alterações ao regime de vínculos, carreiras e remunerações e da aprovação parlamentar, por força da maioria PS, do Contrato de Trabalho em Funções Públicas (diploma que deverá ser votada amanhã na A. R., em plenário).
Arménio Carlos e o coordenador da União dos Sindicatos de Lisboa, Libério Domingues, cuja intervenção concluiu a acção, salientaram o repúdio da CGTP-IN à «má fé» do Governo PS, ao avançar, esta semana, com a apreciação parlamentar da revisão da legislação laboral, em plena época de férias.
Foi feito um forte apelo à participação no encontro nacional de activistas sindicais da CGTP-IN, hoje, em Lisboa, no Jardim de São Pedro de Alcântara, a partir das 15 horas.


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