Ucrânia

Rússia adverte sobre adesão à NATO

A Rússia colocará um ponto final na cooperação com a Ucrânia em matéria de tecnologia militar caso a ex-república soviética adira à NATO. A confirmação da decisão do Kremlin foi feita pelo primeiro-ministro, Vladimir Putin, no final de um encontro realizado na capital russa com a homóloga ucraniana, Iúlia Timochenko.
«No que diz respeito a tecnologias sensíveis, principalmente tecnologias de fabrico de mísseis, essas produções serão transferidas para o território da Rússia», disse Putin, aproveitando para lembrar que, neste contexto, «muitas das empresas ucranianas não conseguirão trabalhar segundo os padrões da NATO», obrigando-as a «sérios investimentos suplementares», acrescentou ainda.
Quanto aos planos de alargamento da Aliança Atlântica, o ex-presidente, citado pela Lusa, considerou-os limitadores da soberania das nações e contrapoducentes «do ponto de vista da segurança internacional», na medida em que não só não eliminam supostas ameaças à segurança global, como, pelo contrário, «cria novas linhas divisórias».
Cautelosa, Iúlia Timochenko, garantiu que uma possível entrada da Ucrânia no bloco militar transatlântico só poderá ocorrer depois da realização de um referendo sobre a matéria no país.

Coligação desagrega-se

A visita de Timochenko à Rússia e os acordos ratificados com Putin surgem no contexto da desagregação da coligação governamental ucraniana, facto que deverá motivar a realização de eleições antecipadas no território ainda este ano.
Sinal de que a «Coligação Laranja» já fez o seu caminho, é a confirmação por parte da primeira-ministra ucraniana de que a Armada Russa vai continuar no Mar Negro até 2017, conforme o documento subscrito anteriormente pelas partes. A decisão contraria as iniciativas do seu aliado no governo de Kiev, o presidente Viktor Iuschenko, que em Março passado ordenou ao governo que elaborasse uma lei visando a retirada da frota de Moscovo.
Iúlia também assegurou a manutenção dos contratos de compra de combustível nuclear ao vizinho russo, embora tenha frisado que a Ucrânia vai procurar diversificar as suas fontes de abastecimento.

NATO gera protestos

Antes da deslocação de Iúlia Timochenko à Rússia, o secretário-geral da NATO, Jaap de Hoop Scheffer, visitou a Ucrânia.
O périplo de Scheffer por Kiev e por outras cidades ucranianas foi acompanhado de fortes protestos populares contra a adesão do país à Aliança Atlântica. As manifestações mais significativas foram convocadas pelo Partido Comunista da Ucrânia, pelo Partido Progressista Socialista e pelo Partido das Regiões.
Sondagens recentes divulgadas no país indicam que cerca de 70 por cento dos ucranianos é contra a vinculação da Ucrânia à NATO, enquanto que os favoráveis à integração não ultrapassam os 12 por cento.


Mais artigos de: Internacional

Autonomistas temem derrota

Os governadores provinciais que se opõem a Evo Morales estão contra o referendo agendado para o próximo dia 10 de Agosto. Em causa está a possibilidade de perda dos privilégios que conservam.

Proposta indecente

A poucos meses de abandonar a Casa Branca, o presidente George W. Bush prepara a manutenção das tropas norte-americana no Iraque depois de terminado o seu mandato.

Carências insustentáveis

Dirigentes sindicais e sociais mexicanos protestaram frente ao ministério da Economia do país contra o elevado preço dos alimentos e acusaram o governo de, com as recentes medidas acordadas com a agro-industria e as multinacionais da distribuição, procurar lançar uma cortina de fumo sobre as graves carências alimentares...