Bush prepara permanência no Iraque

Proposta indecente

A poucos meses de abandonar a Casa Branca, o presidente George W. Bush prepara a manutenção das tropas norte-americana no Iraque depois de terminado o seu mandato.

Os EUA ameaçam confiscar 50 mil milhões de dólares iraquianos

O tema foi o prato forte do encontro ocorrido a semana passada em Washington entre Bush e o homólogo iraquiano, Jalal Talabani. No final da reunião, o presidente dos EUA disse que a proposta de «acordo-quadro-estratégico» que permite às forças ocupantes perpetuarem a sua presença no território, findo o mandato das Nações Unidas, o qual expira em Dezembro deste ano, era «conveniente ao governo iraquiano».
Talabani, em coro, sublinhou a disponibilidade para cooperar e confirmou a vontade em «continuar com os esforços para chegar rapidamente a um acordo», cujos termos, segundo avançou na mesma semana o britânico The Independent, incluem a manutenção de meia centena de bases yankees no Iraque, o controlo do espaço aéreo do país, liberdade de movimentos e de acção para as unidades militares dos EUA em todo o território, liberdade para prender iraquianos e imunidade legal para soldados e mercenários.

Desconforto em Bagdad

Os termos da proposta indecente de Washington provocam desconforto mesmo entre o governo colaboracionista iraquiano e os sectores dirigentes do poder, não só pelo seu conteúdo, difícil de explicar a milhares de pessoas que, nas últimas semanas se têm manifestado nas ruas contra o «acordo» argumentando que este viola a soberania e a independência do país, mas também porque a Casa Branca já deixou claro que se Bagdad recusar a subscrição do documento, que se pretende assinado até ao final do mês de Julho, os 50 mil milhões de dólares iraquianos depositados no Banco da Reserva Federal de Nova York serão confiscados.
Talvez por isso, esta semana, o executivo de Nuri al Maliki tenha emitido um comunicado oficial condenando os ataques norte-americanos contra civis e exigindo às autoridades ocupantes que apresentem os responsáveis perante a justiça.
Em causa estão as operações levadas a cabo pelo exército norte-americano em Kerbala e no Aeroporto Internacional da capital iraquiana.

Pior que nunca

Entretanto, dados recentes indicam que a violência e as condições de vida no Iraque deterioram-se continuamente, obrigando milhões de pessoas a procurar refúgio fora do país.
Só o ano passado, mais de meio milhão de iraquianos cruzaram a fronteira com a Síria, fazendo do Iraque o país que mais contribuiu para o aumento de refugiados no mundo. Estes números são confirmados pelo Estudo Mundial sobre os Refugiados, que afirma que pelo menos dois milhões de iraquianos estão constrangidos a viver longe da sua pátria.

EUA ameaçam Irão
Operações secretas intensificam-se

A avolumar as preocupações sobre a campanha do imperialismo norte-americano no Médio Oriente, estão as notícias que dão conta da escalada das ameaças contra o Irão.
Na sua edição de domingo, a revista The New Yorker afirma que os EUA têm em marcha há meses um programa de operações clandestinas visando desestabilizar política e socialmente a nação persa, objectivo para o qual, recorda a publicação norte-americana, a administração Bush fez aprovar no Congresso um montante de 400 milhões de dólares exclusivamente para esse fim.
No texto da New Yorker, que segundo a Agência France Press cita fontes militares, membros do Congresso e dos serviços secretos, no último ano as missões envolvendo unidades especiais das forças armadas e da CIA têm-se sucedido e aumentado de intensidade, desenvolvendo-se fundamentalmente a partir da fronteira do Irão com o Iraque.


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