Venezuela pede «freio» para a Interpol

«Ou colocamos um freio à Interpol ou vão continuar a violar não só as suas próprias normas como as de outros países». As palavras são de Luísa Ortega, Procuradora-geral da Venezuela, que numa entrevista à televisão estatal VTV instou os 186 países associados da Interpol a pedir explicações à organização sobre o seu procedimento no caso dos supostos computadores das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) alegadamente apreendidos pelo exército colombiano.
Segundo as autoridades de Bogotá, os três computadores teriam sido recuperados após o bombardeamento de um acampamento das FARC no Equador, a 1 de Março, em que foram mortos Raul Reyes e outras 25 pessoas. Esses computadores, estranhamente intactos, contêm, segundo o governo da Colômbia, «provas» das ligações das FARC com os governos da Venezuela e do Equador. Ambos os países consideram que tudo não passa de uma manobra orquestrada pelos EUA e executada por Bogotá, visando atingi-los e desestabilizá-los.
O relatório da Interpol sobre a análise dos computadores, divulgado recentemente, está recheado de contradições: apesar de confirmar a existência de arquivos com data posterior à alegada apreensão, incluindo alguns com datas de 2009 e 2010, «atesta» que os computadores «não foram alterados».
Comentando a intervenção da polícia internacional, Luisa Ortega afirmou sentir-se «agredida» pelo facto de a Interpol ter assumido um trabalho «que não lhe diz respeito», sublinhando que os responsáveis deste organismo «estão a violar suas próprias normas».
Acresce ainda, disse, que os membros da Interpol «actuaram em detrimento de estados que são membros (Equador e Venezuela)», pelo que os outros 184, «deviam pedir explicações».



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