Salários «escandalosos» preocupam Eurogrupo

O presidente do Eurogrupo, que reúne os ministros das Finanças da zona euro, qualificou de «escandalosos» os aumentos salariais que quadros dirigentes das grandes empresas se atribuem a si próprios.
No final de uma reunião realizada em Bruxelas, Jean-Claude Juncker reconheceu que «corremos o risco de os nossos concidadãos não nos compreenderem se de um lado lhes lançamos incessantes apelos à moderação salarial para travar a inflação e, do outro, os dirigentes das empresas fazem exactamente o contrário».
Para «combater» estas «extravagâncias», alguns países europeus admitem, designadamente, tributar fiscalmente as indemnizações milionárias de final de contrato, as quais estão hoje isentas de impostos, sendo disfarçadas na contabilidade como outros custos não discriminados.
Na Bélgica, depois do escândalo em torno das remunerações do presidente do operador público de telecomunicações Belgacom, Didier Bellens, que se outorgou um aumento de quase um milhão de euros no ano passado, o governo encara a possibilidade de limitar os salários dos responsáveis por empresas públicas.
Na Alemanha, o partido social-democrata (SPD) defende igualmente medidas de contenção dos ganhos dos gestores das grandes empresas. Só no grupo automóvel Daimler, por exemplo, os salários dos administradores dispararam 45 por cento em 2007. No Deutsche Bank, o primeiro banco alemão, as remunerações do seu presidente, Josef Ackermann, elevaram-se a 13,98 milhões de euros.
Em França, segundo um estudo publicado recentemente, três em cada quatro dirigentes de topo dos grandes grupos beneficiaram de aumentos de 40 por cento em 2007 relativamente ao ano anterior.


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