Alemanha

Governo privatiza caminhos-de-ferro

Sociais-democratas e democratas-cristãos, coligados no governo da Alemanha, revelaram, dia 28, o plano para a privatização da última grande empresa pública do país, a companhia de caminhos-de-ferro, Deutsche Bahn (DB).
O acordo entre os dois partidos, que pareciam até aqui estar divididos sobre o assunto, prevê o desmembramento da empresa em duas entidades: de um lado, as actividades de transporte de passageiros e mercadorias, que serão lançadas em bolsa até ao limite de 24,9 por cento do capital; e de outro, as infra-estruturas e a rede ferroviária, ou seja 34 mil quilómetros de linhas e cerca de quatro mil estações, que permanecerão integralmente como propriedade do Estado.
Como habitualmente nestes processos, o governo alega a necessidade de captar novos capitais para reforçar os investimentos e preparar a empresa para a concorrência a nível europeu. Contudo, a DB é já hoje altamente rentável, tendo acumulado lucros de 1,7 mil milhões de euros no exercício de 2007, e registado um volume de negócios de 31 mil milhões de euros.
Perante estes valores, o encaixe financeiro previsto pela privatização, entre 4 e 6 mil milhões de euros, é relativamente diminuto e só poderá constituir um bom negócio para os privados.
Esta é de resto a opinião do movimento cívico «Comboio para Todos» (Bahn für Alle) que conduz uma campanha contra a privatização da companhia, posição que é partilhada pela maioria da população.
Segundo uma sondagem realizada em finais de Março, 64 por cento do votantes no partido democrata-cristão e 73 por cento do eleitorado dos sociais-democratas são contra a privatização.
De resto, os utentes alemães têm sido penalizados nos últimos anos pelo aumento do preço dos bilhetes e redução do número de comboios e estações em funcionamento. Estas medidas foram iniciadas em 2000 pelo governo social-democrata, já com o propósito de «sanear» as contas da empresa para a tornar atractiva ao capital privado.
À pergunta dos alemães «porquê pagar mais caro por um pior serviço?», o governo nunca respondeu.


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