Itália

Fascistas convertidos instalam-se no poder

Gianfranco Fini, líder do partido Aliança Nacional, que integrou a coligação de Sílvio Berlusconi nas recentes eleições legislativas em Itália, foi eleito, dia 30, presidente da Câmara dos Deputados, após obter à quarta votação a maioria necessária de dois terços.
Fini, de 56 anos, agora terceira figura do Estado italiano, iniciou o seu percurso político em 1968, na Frente da Juventude, organização juvenil neofascista do MSI (movimento social italiano), tornando-se líder deste partido em 1988.
Só em 1995, o MSI abandona formalmente a ideologia fascistas adoptando a actual designação de Aliança Nacional. Contudo, ainda no ano anterior, Gianfranco Fini tinha declarado que «Mussolini foi o maior homem de Estado do século» e explicado que «Há fases durante as quais a liberdade não está entre os valores proeminentes».
Tendo adoptado a partir dessa altura um discurso mais moderado (durante uma visita a Israel, em 2003, chegou mesmo a identificar o fascismo como «o mal absoluto»), Fini é um defensor da «constituição europeia» e «o amigo italiano» do presidente francês Nicolas Sarkozy.
Há duas semanas, em campanha eleitoral a favor da candidatura de Gianni Alemanno, (outro fascista seu correligionário que venceu, dia 28, as eleições para o município de Roma), Fini foi visto pela imprensa a pedir os documentos de imigrantes que passavam na rua. Instado a explicar tal comportamento ilegal, declarou: «Quero ver se a lei que fiz [a lei Bossi-Fini] funciona, e parece-me que não. Não é possível que tantos tenham autorização. Pelos vistos eles conseguem comprar os documentos.»


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