Docentes obtêm 25%
Os professores da Lituânia, um dos três estados do Báltico, obtiveram no início de Abril um aumento salarial de 25 por cento, após uma prolongada greve de três semanas em Março.
Lituanos mobilizam-se contra salários de miséria
Embora tenha passado praticamente despercebida na generalidade da imprensa, esta luta teve ainda como consequência a demissão, em 7 de Abril, do ministro da Educação. Roma Zakaiteiene, que tinha sido nomeado para o cargo em Julho de 2006, foi por duas vezes censurado no parlamento por não conseguir pôr termo à greve no ensino.
Com eleições legislativas previstas para 12 de Outubro próximo, o primeiro-ministro, Gediminas Kirkilas, chegou a assinar um compromisso que prometia a duplicação dos salários dos professores em 2009 e 2010. Contudo, os cinco sindicatos que representam cerca de 45 mil docentes do país recusaram a proposta, exigindo a valorização imediata dos vencimentos.
Face aos 50 por cento exigidos pela classe, o governo concedeu 10 por cento pagos já em Maio e mais 15 por cento em Setembro. A proposta acalmou temporariamente o sector, os professores aceitaram a trégua e retomaram o trabalho, mas sabem que a situação não ficou resolvida.
Inflação elevada
A Lituânia regista uma das mais elevadas taxas de inflação da União Europeia (11.2% em Março) e as políticas orçamentais restritivas de Bruxelas reflectiram-se em primeiro lugar no congelamento dos salários dos funcionários públicos, originando uma quebra intolerável no poder de compra.
Em declarações ao enviado do jornal francês Le Monde (22.04), Aldona Kinduriene, professora de matemática em Vilnius, capital lituana, confessa: «Só compro o estritamente necessário, pão, farinha, leite, um pouco de carne, salsichas sobretudo, as mais baratas que encontro».
Hoje, um professor com 33 anos de carreira recebe líquidos 1750 litas (507 euros). Em início de carreira o vencimento não chega a metade deste valor. Reduzidos à sobrevivência em condições de miséria, os professores desta antiga república da União Soviética não ganham o suficiente para comprar um bom livro, que custa entre 50 a 100 litas (15 a 29 euros), ou para assistir a um concerto, cujos bilhetes oscilam 150 a 200 litas (44 a 56 euros), e já ninguém sequer sonha em viajar para o estrangeiro (Le Monde, 22.04).
Com eleições legislativas previstas para 12 de Outubro próximo, o primeiro-ministro, Gediminas Kirkilas, chegou a assinar um compromisso que prometia a duplicação dos salários dos professores em 2009 e 2010. Contudo, os cinco sindicatos que representam cerca de 45 mil docentes do país recusaram a proposta, exigindo a valorização imediata dos vencimentos.
Face aos 50 por cento exigidos pela classe, o governo concedeu 10 por cento pagos já em Maio e mais 15 por cento em Setembro. A proposta acalmou temporariamente o sector, os professores aceitaram a trégua e retomaram o trabalho, mas sabem que a situação não ficou resolvida.
Inflação elevada
A Lituânia regista uma das mais elevadas taxas de inflação da União Europeia (11.2% em Março) e as políticas orçamentais restritivas de Bruxelas reflectiram-se em primeiro lugar no congelamento dos salários dos funcionários públicos, originando uma quebra intolerável no poder de compra.
Em declarações ao enviado do jornal francês Le Monde (22.04), Aldona Kinduriene, professora de matemática em Vilnius, capital lituana, confessa: «Só compro o estritamente necessário, pão, farinha, leite, um pouco de carne, salsichas sobretudo, as mais baratas que encontro».
Hoje, um professor com 33 anos de carreira recebe líquidos 1750 litas (507 euros). Em início de carreira o vencimento não chega a metade deste valor. Reduzidos à sobrevivência em condições de miséria, os professores desta antiga república da União Soviética não ganham o suficiente para comprar um bom livro, que custa entre 50 a 100 litas (15 a 29 euros), ou para assistir a um concerto, cujos bilhetes oscilam 150 a 200 litas (44 a 56 euros), e já ninguém sequer sonha em viajar para o estrangeiro (Le Monde, 22.04).