PCP visita Angola e África do Sul

A convite do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), e do Partido Comunista da África do Sul (PCAS), uma delegação do PCP, dirigida pelo secretário-geral, Jerónimo de Sousa, e que integrava Manuela Bernardino, membro do Secretariado e responsável pela Secção Internacional, visitou Angola de 1 a 3 de Abril, e a África do Sul entre os dias 3 e 5.
Em Angola, a delegação foi recebida ao mais alto nível do Estado e do partido, o que permitiu não só expressar os laços solidários e históricos entre os dois partidos, mas aprofundar o conhecimento da realidade angolana, passados que estão 6 anos após o fim da guerra.
No encontro com o presidente José Eduardo dos Santos, na dupla qualidade de Presidente da República e do MPLA, foi salientado o esforço para a reconstrução do país e para a solução dos problemas sociais que o povo defronta. Jerónimo de Sousa, por sua vez, expressou a solidariedade de sempre do PCP com o MPLA e o povo angolano.
Na reunião com a delegação do MPLA, que contou com a presença do seu secretário-geral, Dino Matross, do vice-presidente, Pitra Neto, e de Paulo Jorge e João Martins, membros do Bureau Político e do Secretariado - respectivamente responsáveis pelas relações internacionais e pelos assuntos políticos e eleitorais -, a comitiva do PCP teve oportunidade não só de colher uma ampla informação sobre a situação em Angola e as principais tarefas do MPLA, como transmitir àquela formação política a sua avaliação sobre a situação em Portugal, sobre a actividade do PCP, e salientar a importância da luta de massas em curso como elemento indispensável para interromper a política de direita que o Governo do PS tem vindo a aprofundar. Foi confirmada a vontade de estreitar as históricas relações entre o MPLA e o PCP.
Do programa destaca-se ainda a visita ao Comité Provincial de Luanda do MPLA – na qual a delegação do PCP teve um encontro com o Comité Executivo local, tendo sido acolhida pelo 1º secretário, Bento Bento, de forma muito calorosa e fraternal, e onde Jerónimo de Sousa teve a possibilidade de se dirigir a mais de 300 quadros do partido –, e a deposição duma coroa de flores no monumento a Agostinho Neto.
A presença de Jerónimo de Sousa em Angola teve ampla repercussão na comunicação social angolana, nomeadamente através duma entrevista à Rádio Nacional de Angola.

Reforçar laços

Na África do Sul, a delegação do PCP encontrou-se com o secretário-geral do PCAS, Blade Nzimade, e participou no funeral de Ncumisa Kondlo, que se realizou na sua aldeia natal, Ndwayana, em Eastern Cape.
O funeral de Ncumisa Kondlo, que era vice-presidente do PCSA e do Congresso Nacional Africano (ANC), e que tinha sido eleita para coordenar a Câmara Legislativa e o Senado, contou com a presença de mais de duas mil pessoas, entre as quais os principais dirigentes do PCAS, do ANC e da central sindical Cosatu, constituiu um impressionante acto político de homenagem à mais destacada mulher da vida política sul-africana.
Nele intervieram, entre amigos e familiares, a porta-voz nacional do Parlamento, o 1º secretário da Cosatu, Jacob Zuma, presidente do ANC, e o secretário-geral do PCSA, Blade Nzimade, que se referiu às suas qualidades políticas e humanas, ao seu papel na luta de emancipação da mulher, realçando todo o seu percurso como revolucionária.
Jerónimo de Sousa foi convidado a fazer uma alocução nas cerimónias fúnebres (intervenção que abaixo reproduzimos na íntegra), tendo transmitido as condolências à família, ao PCSA e ao ANC.
Na intervenção que abaixo reproduzimos na íntegra, o secretário-geral do Partido frisou que «a melhor forma de honrarmos a sua luta e a sua memória» é «tomarmos nas mãos o seu legado e prosseguir a luta em cada situação concreta, em cada país concreto, nessa busca quotidiana da construção de uma vida melhor, com mais justiça social, com mais liberdade e democracia, sem perder o rumo duma sociedade socialista».
A visita da delegação do PCP a estes dois importantes países da África Austral permitiu um melhor conhecimento das respectivas realidades, e contribuiu para o reforço das relações de amizade e solidariedade do PCP com o MPLA e o Partido Comunista Sul Africano.


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