Milhares desfilam pelos salários
A recuperação do poder de compra e a exigência de aumentos salariais foi o tema central da manifestação europeia, realizada no sábado, 5, na cidade de Ljubljana, capital da Eslovénia.
O peso dos salários na riqueza criada diminuiu seis por cento
Mais de 35 mil manifestantes, vindos de 29 países em representação de 54 sindicatos, expressaram a sua condenação às políticas europeias de austeridade que têm degradado sensivelmente o nível de vida das camadas trabalhadoras.
Desfilando a 25 quilómetros do local onde estavam reunidos os ministros das Finanças da União Europeia, os participantes apontaram o aumento das desigualdades e o disparo do número de trabalhadores em situação de pobreza.
Numa Europa cruzada de Leste a Oeste por intensas lutas reivindicativas, os responsáveis políticos insistem na retórica da contenção salarial, fechando os olhos à carestia de vida às dificuldades crescentes que atingem camadas cada vez mais vastas da população.
Na véspera da manifestação internacional, o presidente do Banco Central, Jean-Claude Trichet, criticou a Alemanha, onde na semana passada os sindicatos do sector público conseguiram um aumento de 5,1 por cento para mais de 1,3 milhões de trabalhadores.
Alegando que tais aumentos contribuem para o agravamento da inflação (curiosamente o mesmo argumento foi utilizado durante os anos em que a inflação desceu para níveis recorde) Trichet declarou que «seria um enorme erro imitar a Alemanha».
Inflações à parte, a verdade é que as políticas de redução real dos salários têm contribuído, isso sim, para o aumento exponencial dos lucros das grandes empresas.
Lucros e crise
Segundo constata a Confederação Europeia de Sindicatos (CES), organização que promoveu a marcha na Eslovénia , no conjunto dos 27 países que integram a UE, a parte dos salários no total da riqueza produzida baixou em média seis por cento desde 2001, a favor dos lucros e dos dividendos dos accionistas.
Ao mesmo tempo, nota ainda a CES, «os baixos salários e os elevados lucros» não provocaram um aumento do emprego, mas pelo contrário, «minaram a procura interna global».
Num momento em que a recessão é uma ameaça real, a política de austeridade apenas irá agravar a situação geral da economia já que, é sabido, o consumo das famílias, isto é, a elevação do bem-estar dos trabalhadores constitui o principal motor do crescimento. Porém, esta nunca foi a lógica do capitalismo, onde a obtenção do lucro máximo tenderá sempre para a pauperização dos trabalhadores, condenando a sociedade às «inevitáveis» crises cíclicas de sobreprodução.
Desfilando a 25 quilómetros do local onde estavam reunidos os ministros das Finanças da União Europeia, os participantes apontaram o aumento das desigualdades e o disparo do número de trabalhadores em situação de pobreza.
Numa Europa cruzada de Leste a Oeste por intensas lutas reivindicativas, os responsáveis políticos insistem na retórica da contenção salarial, fechando os olhos à carestia de vida às dificuldades crescentes que atingem camadas cada vez mais vastas da população.
Na véspera da manifestação internacional, o presidente do Banco Central, Jean-Claude Trichet, criticou a Alemanha, onde na semana passada os sindicatos do sector público conseguiram um aumento de 5,1 por cento para mais de 1,3 milhões de trabalhadores.
Alegando que tais aumentos contribuem para o agravamento da inflação (curiosamente o mesmo argumento foi utilizado durante os anos em que a inflação desceu para níveis recorde) Trichet declarou que «seria um enorme erro imitar a Alemanha».
Inflações à parte, a verdade é que as políticas de redução real dos salários têm contribuído, isso sim, para o aumento exponencial dos lucros das grandes empresas.
Lucros e crise
Segundo constata a Confederação Europeia de Sindicatos (CES), organização que promoveu a marcha na Eslovénia , no conjunto dos 27 países que integram a UE, a parte dos salários no total da riqueza produzida baixou em média seis por cento desde 2001, a favor dos lucros e dos dividendos dos accionistas.
Ao mesmo tempo, nota ainda a CES, «os baixos salários e os elevados lucros» não provocaram um aumento do emprego, mas pelo contrário, «minaram a procura interna global».
Num momento em que a recessão é uma ameaça real, a política de austeridade apenas irá agravar a situação geral da economia já que, é sabido, o consumo das famílias, isto é, a elevação do bem-estar dos trabalhadores constitui o principal motor do crescimento. Porém, esta nunca foi a lógica do capitalismo, onde a obtenção do lucro máximo tenderá sempre para a pauperização dos trabalhadores, condenando a sociedade às «inevitáveis» crises cíclicas de sobreprodução.