Um «aviso geral»
A Intersindical Nacional decidiu convocar duas grandes manifestações, no Porto e em Lisboa, contra a revisão para pior do Código do Trabalho e das leis laborais aplicáveis à Administração Pública.
Milhares de trabalhadores conseguiram aumentos reais dos salários
O Conselho Nacional da CGTP-IN reuniu no dia 19, quarta-feira, em Lisboa, para fazer o balanço da intervenção e luta dos trabalhadores e analisar as perspectivas da acção sindical e da intervenção institucional, para implementação da «Carta Reivindicativa de Todos os Trabalhadores», que foi aprovada no recente congresso da central.
Das conclusões da reunião, apresentadas nessa tarde em conferência de imprensa, sobressai a marcação de duas «grandes manifestações», para proporcionar aos trabalhadores expressarem o seu protesto contra a revisão gravosa do Código do Trabalho e das leis laborais da Administração Pública, mas também para dar força a reivindicações de melhoria dos salários, de combate à precariedade de emprego, de defesa do emprego com direitos, de respeito pela negociação e contratação colectiva, bem como para prosseguir a denúncia do agravamento das desigualdades e a exigência de mudança de rumo nas políticas sociais.
A jornada, denominada de «aviso geral», decorre no Porto, dia 16, e em Lisboa, no dia seguinte, sendo encarada pela Inter como mais um momento alto na luta dos trabalhadores portugueses.
Lutas e resultados
Que os últimos tempos têm sido de luta intensa evidencia o levantamento divulgado pela CGTP-IN, que contabiliza mais de três dezenas de greves, concentrações, manifestações e outras iniciativas com impacto público, realizadas ou a realizar no mês de Março, e mais uma dezena já anunciadas para Abril - incluindo, por exemplo, a «marcha da indignação» dos professores e as manifestações de 12 e 14 de Março, da administração local e de outros sectores da Administração Pública, mas também concentrações da hotelaria, dos antigos trabalhadores da ENU e dos mineiros das minas de sal, dos operários da Gestnave e da Erecta ou de pessoal do sector dos transportes; a greve e manifestação dos CTT, na semana passada, e acções dos trabalhadores da Sisaqua, em greve desde 6 de Fevereiro; greves na Moveaveiro, na Renault Chelas, na Visteon, na Esteves, Braga & Andrea, nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, na Saint Gobain Mondego, na Santos Barosa e na Gallo Vidro, no Centro Hospitalar de Lisboa Oriental, nas limpezas industriais, no Hotel Marriott.
Dos resultados obtidos com recurso à luta colectiva dos trabalhadores ou, em vários casos, apenas com a manifestação clara de unidade e disposição de lutar, fala outro balanço, saído também desta reunião do Conselho Nacional da CGTP-IN. Numa «primeira amostra» de actualizações salariais ocorridas em 2008, que contempla mais de 80 sub-sectores e empresas, todos os valores se situam acima da inflação, a maioria fixa-se em três por cento e muitos vão a níveis superiores.
A central refere, entre outros casos: aumentos de quatro por cento, na negociação dos contratos colectivos da Agricultura do Ribatejo e do Baixo Alentejo (abrangendo ambos cerca de 13400 trabalhadores); aumentos entre 3,5 e quatro por cento, na Panificação do Centro e de Lisboa (mais de nove mil trabalhadores), e de três por cento na Panificação do Norte (mais de 12500 trabalhadores); mais de três por cento na Hotelaria e similares do Norte (37 mil trabalhadores) e do Centro (nove mil); acima da inflação verificada, nos acordos de empresa da Secil, da CMP e da SGGP; mais quatro por cento, no Comércio Retalhista e nas Carnes de Aveiro; mais 3,5 por cento nos grupos EDP e REN; mais 4,1 por cento na Petrogal e mais 3,9 na Gás de Portugal; mais 5,1 por cento na Thyssen Krupp Elevadores.
O balanço refere ainda aumentos mínimos de 70 euros, nos Estaleiros Navais do Mondego; de 60 euros, na Naval Centro; de 45 euros, na Dyrup; de 30 euros, na Iberol; de 35 euros, na Sakhti; de 40 euros, nas Pirites Alentejanas e na Lustrarte; de 50 euros, na Metalurgia Sena, na Greif, na Impormol.
Os três por cento de aumento salarial médio, acordados no início deste ano na Valorsul, diziam respeito ao ano de 2007; nesta empresa, as negociações para 2008 iniciaram-se há duas semanas.
Das conclusões da reunião, apresentadas nessa tarde em conferência de imprensa, sobressai a marcação de duas «grandes manifestações», para proporcionar aos trabalhadores expressarem o seu protesto contra a revisão gravosa do Código do Trabalho e das leis laborais da Administração Pública, mas também para dar força a reivindicações de melhoria dos salários, de combate à precariedade de emprego, de defesa do emprego com direitos, de respeito pela negociação e contratação colectiva, bem como para prosseguir a denúncia do agravamento das desigualdades e a exigência de mudança de rumo nas políticas sociais.
A jornada, denominada de «aviso geral», decorre no Porto, dia 16, e em Lisboa, no dia seguinte, sendo encarada pela Inter como mais um momento alto na luta dos trabalhadores portugueses.
Lutas e resultados
Que os últimos tempos têm sido de luta intensa evidencia o levantamento divulgado pela CGTP-IN, que contabiliza mais de três dezenas de greves, concentrações, manifestações e outras iniciativas com impacto público, realizadas ou a realizar no mês de Março, e mais uma dezena já anunciadas para Abril - incluindo, por exemplo, a «marcha da indignação» dos professores e as manifestações de 12 e 14 de Março, da administração local e de outros sectores da Administração Pública, mas também concentrações da hotelaria, dos antigos trabalhadores da ENU e dos mineiros das minas de sal, dos operários da Gestnave e da Erecta ou de pessoal do sector dos transportes; a greve e manifestação dos CTT, na semana passada, e acções dos trabalhadores da Sisaqua, em greve desde 6 de Fevereiro; greves na Moveaveiro, na Renault Chelas, na Visteon, na Esteves, Braga & Andrea, nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, na Saint Gobain Mondego, na Santos Barosa e na Gallo Vidro, no Centro Hospitalar de Lisboa Oriental, nas limpezas industriais, no Hotel Marriott.
Dos resultados obtidos com recurso à luta colectiva dos trabalhadores ou, em vários casos, apenas com a manifestação clara de unidade e disposição de lutar, fala outro balanço, saído também desta reunião do Conselho Nacional da CGTP-IN. Numa «primeira amostra» de actualizações salariais ocorridas em 2008, que contempla mais de 80 sub-sectores e empresas, todos os valores se situam acima da inflação, a maioria fixa-se em três por cento e muitos vão a níveis superiores.
A central refere, entre outros casos: aumentos de quatro por cento, na negociação dos contratos colectivos da Agricultura do Ribatejo e do Baixo Alentejo (abrangendo ambos cerca de 13400 trabalhadores); aumentos entre 3,5 e quatro por cento, na Panificação do Centro e de Lisboa (mais de nove mil trabalhadores), e de três por cento na Panificação do Norte (mais de 12500 trabalhadores); mais de três por cento na Hotelaria e similares do Norte (37 mil trabalhadores) e do Centro (nove mil); acima da inflação verificada, nos acordos de empresa da Secil, da CMP e da SGGP; mais quatro por cento, no Comércio Retalhista e nas Carnes de Aveiro; mais 3,5 por cento nos grupos EDP e REN; mais 4,1 por cento na Petrogal e mais 3,9 na Gás de Portugal; mais 5,1 por cento na Thyssen Krupp Elevadores.
O balanço refere ainda aumentos mínimos de 70 euros, nos Estaleiros Navais do Mondego; de 60 euros, na Naval Centro; de 45 euros, na Dyrup; de 30 euros, na Iberol; de 35 euros, na Sakhti; de 40 euros, nas Pirites Alentejanas e na Lustrarte; de 50 euros, na Metalurgia Sena, na Greif, na Impormol.
Os três por cento de aumento salarial médio, acordados no início deste ano na Valorsul, diziam respeito ao ano de 2007; nesta empresa, as negociações para 2008 iniciaram-se há duas semanas.