Crise imparável
As principais bolsas mundiais voltaram a cair confirmando a dimensão da crise inicialmente restrita ao subprime. O FMI anunciou uma revisão em baixa das previsões de crescimento para a economia mundial, e o ex-presidente da Reserva Federal, Alan Greenspan, diz que a crise é a mais grave desde 1945.
O dólar continua a derrapar face ao euro, e a recessão económica nos EUA prevê-se severa
Segunda-feira, dia 17 de Março de 2008, ficará na história como mais um dia negro nas bolsas mundiais. A crise nos mercados financeiros provocou um novo crash nas principais praças, repetindo o cenário do passado dia 21 de Janeiro.
O epicentro situou-se nos EUA, com os reflexos da crise iniciada com o colapso do crédito imobiliário de alto risco, em Agosto do ano passado, a fazerem-se sentir com brutalidade.
Bancos como o Citigroup, o Morgan Stanley e o Lehaman Brothers encerraram com perdas significativas no valor das acções – este último com uma desvalorização na ordem dos 48 por cento devido às suspeitas de bancarrota -, sinal da desconfiança reinante relativamente à saúde financeira das instituições. A curto prazo, o valor dos títulos dos maiores bancos podem diminuir para metade do actual registo, admite-se.
Na Ásia e nas principais bolsas da Europa, a média das perdas rondou os 3 a 3,5 por cento. Em Lisboa, o índice PSI20 não fugiu à regra e caiu 3,48 por cento.
Só numa sessão, a bolsa onde estão cotadas as 20 maiores empresas portuguesas viu o seu valor global decair 2,6 mil milhões de euros. Desde o início do ano, o PSI20 já assinalou perdas num total de mais de 20 mil milhões de euros.
Com o agravamento de uma crise mundial que os especialistas afirmam ter vindo para ficar, é «natural» que as principais entidades bancárias nacionais, dependentes do financiamento exterior, coloquem maiores entraves na concessão de empréstimos, sobretudo para compra de habitação, e procedam a continuados aumentos nas taxas de juro, com «natural» prejuízo para os clientes.
A falência da especulação
Um dos factores que fez desencadear o efeito dominó nas bolsas foi a aquisição de emergência do banco de investimentos Bear Stearns, o quinto maior dos EUA, pelo homólogo e concorrente JP Morgan Chase.
A operação decidida no espaço de dois dias teve a cobertura da Reserva Federal norte-americana (FED), que decidiu financiar a compra do banco e abrir ainda uma linha de crédito direccionada às principais operadoras de Wall Street.
Uma acção do Bear Stearns chegou a valer, em 2007, quase 160 dólares. A semana passada, os títulos estavam cotados a 70 dólares. Sexta-feira, quando começaram a circular informações alarmantes sobre o Stearns, uma acção valia 30 dólares. A JP Morgan comprou a instituição por um valor global de 263 milhões de dólares, isto é, 2 dólares por acção.
Acresce que a FED decidiu, domingo, baixar para 3,25 por cento a chamada taxa de desconto, a qual regula os empréstimos de curto prazo concedidos pela Reserva a bancos com problemas temporários de liquidez. A iniciativa, extremamente rara, faz temer que outras empresas possam seguir o caminho da Bear Stearns, ou seja, que as falências se sucedam em catadupa.
Desde o segundo semestre de 2007, a FED já baixou por seis vezes a taxa de juro de referência e injectou centenas de milhar de milhões de dólares no sistema. A última injecção de capital foi à nove dias com a libertação de 200 mil milhões de dólares. O Banco de Inglaterra seguiu o exemplo e canalizou de emergência outros 6,4 mil milhões de euros no mercado monetário.
Entretanto, o Fundo Monetário Internacional já veio alertar para um abrandamento no crescimento da economia, e o ex-responsável da FED, Alan Greenspan, escreveu um artigo no Fiancial Times onde considera que «a crise financeira nos EUA será provavelmente julgada, em retrospectiva, como a mais grave desde o fim da Segunda Guerra Mundial».
O epicentro situou-se nos EUA, com os reflexos da crise iniciada com o colapso do crédito imobiliário de alto risco, em Agosto do ano passado, a fazerem-se sentir com brutalidade.
Bancos como o Citigroup, o Morgan Stanley e o Lehaman Brothers encerraram com perdas significativas no valor das acções – este último com uma desvalorização na ordem dos 48 por cento devido às suspeitas de bancarrota -, sinal da desconfiança reinante relativamente à saúde financeira das instituições. A curto prazo, o valor dos títulos dos maiores bancos podem diminuir para metade do actual registo, admite-se.
Na Ásia e nas principais bolsas da Europa, a média das perdas rondou os 3 a 3,5 por cento. Em Lisboa, o índice PSI20 não fugiu à regra e caiu 3,48 por cento.
Só numa sessão, a bolsa onde estão cotadas as 20 maiores empresas portuguesas viu o seu valor global decair 2,6 mil milhões de euros. Desde o início do ano, o PSI20 já assinalou perdas num total de mais de 20 mil milhões de euros.
Com o agravamento de uma crise mundial que os especialistas afirmam ter vindo para ficar, é «natural» que as principais entidades bancárias nacionais, dependentes do financiamento exterior, coloquem maiores entraves na concessão de empréstimos, sobretudo para compra de habitação, e procedam a continuados aumentos nas taxas de juro, com «natural» prejuízo para os clientes.
A falência da especulação
Um dos factores que fez desencadear o efeito dominó nas bolsas foi a aquisição de emergência do banco de investimentos Bear Stearns, o quinto maior dos EUA, pelo homólogo e concorrente JP Morgan Chase.
A operação decidida no espaço de dois dias teve a cobertura da Reserva Federal norte-americana (FED), que decidiu financiar a compra do banco e abrir ainda uma linha de crédito direccionada às principais operadoras de Wall Street.
Uma acção do Bear Stearns chegou a valer, em 2007, quase 160 dólares. A semana passada, os títulos estavam cotados a 70 dólares. Sexta-feira, quando começaram a circular informações alarmantes sobre o Stearns, uma acção valia 30 dólares. A JP Morgan comprou a instituição por um valor global de 263 milhões de dólares, isto é, 2 dólares por acção.
Acresce que a FED decidiu, domingo, baixar para 3,25 por cento a chamada taxa de desconto, a qual regula os empréstimos de curto prazo concedidos pela Reserva a bancos com problemas temporários de liquidez. A iniciativa, extremamente rara, faz temer que outras empresas possam seguir o caminho da Bear Stearns, ou seja, que as falências se sucedam em catadupa.
Desde o segundo semestre de 2007, a FED já baixou por seis vezes a taxa de juro de referência e injectou centenas de milhar de milhões de dólares no sistema. A última injecção de capital foi à nove dias com a libertação de 200 mil milhões de dólares. O Banco de Inglaterra seguiu o exemplo e canalizou de emergência outros 6,4 mil milhões de euros no mercado monetário.
Entretanto, o Fundo Monetário Internacional já veio alertar para um abrandamento no crescimento da economia, e o ex-responsável da FED, Alan Greenspan, escreveu um artigo no Fiancial Times onde considera que «a crise financeira nos EUA será provavelmente julgada, em retrospectiva, como a mais grave desde o fim da Segunda Guerra Mundial».