«Trinta Anos da CNA - Um Projecto Associativo em Movimento»

Agricultores exigem mais apoios

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) defendeu, em Coimbra, que a Política Agrícola Comum (PAC) deve ser «um instrumento de incentivo e apoio à produção e não de eliminação de explorações e agricultores».

De­sa­pa­re­ci­mento con­ti­nuado da agri­cul­tura fa­mi­liar

«A PAC deve fomentar e apoiar um mundo rural vivo, útil e produtivo», exigiu, no sábado, o dirigente Roberto Mileu, ao intervir na Conferência Nacional «Trinta Anos da CNA - Um Projecto Associativo em Movimento».
Na conferência, integrada na comemoração do trigésimo aniversário da CNA, Roberto Mileu sustentou também que o PRODER (Programa de Desenvolvimento Rural para 2007-2013) deve apoiar os jovens e pequenos e médios agricultores, a comercialização dos produtos e o associativismo agrícola e também a bovinicultura, ovinicultura, caprinicultura, suinicultura, leite, arvenses e produtos tradicionais.
A redução da contribuição para a Segurança Social por parte da agricultura familiar, o fim do regime de pagamento único, passando a haver «preços justos à produção», e a revisão e correcção das novas agro-ambientais são outras das várias medidas preconizadas pela CNA.
Por seu lado, João Dinis, também da Direcção Nacional da CNA, observou que, ao longo destes 30 anos, «a agricultura e o mundo rural têm sido objecto de grandes mudanças».
«Infelizmente, tais mudanças não têm tido como objectivo final a melhoria das condições de vida e do trabalho dos homens, mulheres e crianças que criam e dão sentido ao mundo rural», criticou.
João Dinis comparou ainda a PAC e a Organização Mundial do Comércio a «rolos compressores» da agricultura familiar e dos mercados locais e regionais, que «provocaram muitas das alterações [no sector] e que vão acelerar nos próximos tempos».
«Porém, quase sempre, as principais mudanças a que temos sido submetidos têm como maior objectivo proporcionar o lucro máximo aos maiores de entre os maiores produtores e às grandes multinacionais do "negócio agro-alimentar"», censurou.
Para João Dinis, «os maus resultados estão bem à vista», com «o desaparecimento continuado da agricultura familiar e, em consequência, com a ruína do mundo rural».
«É pois tempo de travar e de travar a fundo. É tempo de os nossos governantes mudarem as políticas agro-rurais e de mercados», sublinhou.
Na conferência, que decorreu no Teatro Paulo Quintela da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, foram também evocados os fundadores, dirigentes e associados da CNA já falecidos, numa intervenção proferida pelo fundador Manuel Moreira.
No contexto do Dia Internacional da Mulher, foi ainda aprovada uma moção, apresentada pela dirigente Berta Santos, que alerta para os problemas específicos da mulher agricultora e rural, considerando necessárias «outras e melhores políticas agrícolas e sociais».
A fundação da CNA aconteceu a 26 de Fevereiro de 1978 no «Encontro das Organizações da Lavoura do Minho, Douro, Trás-os-Montes e Beiras (e Delegações de outras Províncias)» que juntou em Coimbra quatro ml agricultores.


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