Eleições em Hamburgo

Esquerda avança

As eleições para a cidade-estado de Hamburgo resultaram num novo avanço do partido Die Linke (A Esquerda) e em mais um revés para os correligionários cristãos-democratas da chanceler alemã Ângela Merkel.

A Esquerda soma eleitos em quatro parlamentos regionais do Oeste

Um mês depois dos êxitos eleitorais nos estados de Hessen e da Baixa Saxónia, o novo partido Die Linke confirmou, no domingo passado, a sua crescente implantação em toda a Alemanha, alcançando uma votação de 6,4 por cento que lhe permitiu eleger, pela primeira vez, oito deputados para o parlamento regional.
Ao contrário, os cristãos-democratas registaram uma queda significativa passando de 47,2 por cento e 62 deputados, obtidos em 2004, para 42,6 por cento e 56 eleitos dos 121 possíveis.
Igual tendência registaram os Verdes, descendo de 12,3 para 9,6 por cento e 13 deputados. Por seu lado, os sociais-democratas, coligados com os conservadores no governo federal, sobem de votação, alcançando 34,1 por cento (30,5% em 2004), e elegem 44 deputados.
Tendo perdido a maioria absoluta, o presidente conservador de Hamburgo declarou-se pronto a constituir uma coligação com todas as formações representadas à excepção do Die Linke. «Manteremos os comunistas e a extrema-esquerda fora do governo», afirmou Olé von Beust.
Também os Verdes se apressaram a excluir qualquer entendimento com a Esquerda, alinhando com o discurso dos sociais-democratas que acusam o novo partido em ascensão de estar ligado à antiga Alemanha de Leste.
Este pavor anticomunista levou ao impasse político no estado de Hessen, onde a direita foi derrotada no mês passado e a Esquerda emergiu como uma força imprescindível para a viabilização de um governo do SPD.
Sem outra alternativa, o presidente dos social-democratas, Kurt Beck, foi obrigado a admitir, na semana passada, que a sua cabeça de lista em Hessen, Andrea Ypsilanti, poderá ser eleita com o voto dos deputados do Die Linke, sem que tal represente uma aliança com este partido.
Apesar de mitigado, a perspectiva de um acordo com a Esquerda provocou duras críticas no seio do SPD e entre os seus parceiros da grande coligação governativa. O líder dos cristãos-democratas da Baviera, Erwin Huber, chegou mesmo a ameaçar o SPD com a ruptura da coligação e a convocação de eleições federais antecipadas.
Revelando extraordinária resistência aos mais violentos ataques e campanhas, a Esquerda continua a afirmar-se no cenário político alemão. Com o resultado de domingo, passou a estar representada em quatro parlamentos regionais no Oeste da Alemanha (presença inaugurada em Maio de 2007 no estado de Bremen), a que se somam outros seis parlamentos regionais no território da ex-RDA, onde dispõe de uma forte influência eleitoral.


Mais artigos de: Europa

Comunista eleito presidente

Demetris Christofias, secretário-geral do AKEL, foi eleito, no passado domingo, presidente do Chipre, derrotando por larga margem o candidato da direita.

Serviços mínimos furam greve

Os trabalhadores da empresa de transportes de Madrid (EMT) iniciaram, dia 22, uma série de nove greves, cinco das quais de 24 horas, convocadas por todos os sindicatos para exigir a conclusão do novo acordo colectivo.Apesar de a adesão ter sido quase total, de acordo com declarações sindicais, a lei draconiana que impõe...

Volkert condenado a prisão

O antigo responsável pelo comité de empresa do grupo Volkswagen, Klaus Volkert, foi condenado, dia 22, no processo de corrupção que permitiu à administração aliciar representantes dos trabalhadores para obter a «paz social», entre 1995 e 2005.Klaus Volkert, ex-sindicalista que recebeu quase dois milhões de euros em...

Carestia de vida alarma franceses

O governo francês anunciou, na segunda-feira, medidas de combate ao brusco encarecimento dos alimentos básicos nos últimos meses, acusando indústrias edistribuidores de «abusos».O primeiro-ministro, François Fillon, declarou que autoridades irão investigar o «comportamento das margens» comerciais, com o objectivo de...

Escândalos

Estiveram em destaque, na última sessão de Estrasburgo, algumas questões da maior importância pelas implicações que podem ter na vida das populações dos diferentes estados-membros, como foi o debate em torno do lançamento do novo ciclo da Estratégia de Lisboa e das orientações económicas para 2008, em que insistem no...