Comunista eleito presidente
Demetris Christofias, secretário-geral do AKEL, foi eleito, no passado domingo, presidente do Chipre, derrotando por larga margem o candidato da direita.
Christofias é o primeiro presidente comunista no seio da UE
O candidato comunista, de 61 anos, obteve 53,45 por cento dos votos contra 46,55 por cento recolhidos por Ioannis Kasoulides, o seu adversário de direita apoiado pela igreja, que se destacara na primeira volta do escrutínio, realizada uma semana antes, por menos de mil votos. Num universo de 516 mil eleitores inscritos, o sufrágio registou uma taxa de participação de 90 por cento.
Na disputa final, Demetris Christofias contou com o apoio dos sociais-democratas (EDEK), do Partido Democrata (DIKO), a que pertence o presidente cessante, Tassos Papadopoulos, e do movimento ecologista. Estas três formações tinham feito campanha por Papadopoulos que foi afastado na primeira volta.
A vitória de Christofias, líder do principal partido do Chipre, que recentemente ocupou o cargo de presidente do parlamento do país, foi festejada por milhares de pessoas logo a seguir ao anúncio dos primeiros resultados.
Pelas ruas da capital, Nicósia, caravanas automóveis fizeram soar as buzinas, saudando a eleição do novo presidente, o sexto na curta história da independência do Chipre, que se libertou do jugo colonial britânico em 1960.
Frente à sede nacional do AKEL, Partido Progressista do Povo Trabalhador, uma multidão de militantes e simpatizantes comunistas, empunhando bandeiras nacionais e do partido, celebraram o histórico êxito eleitoral e manifestaram confiança num futuro com mais justiça social que conduza à aproximação das comunidades de cipriotas gregos e cipriotas turcos e à rápida unificação da ilha.
A superação da divisão do país, cuja parte norte continua sob ocupação da Turquia desde a invasão do país em 1974, foi de resto o tema que polarizou toda a campanha eleitoral e constitui uma causa prioritária do AKEL.
À saída do local de votação, Christofias dirigiu aos cipriotas turcos uma «mensagem de amizade», apelando «à luta comum para a reunificação da nossa pátria, para que possamos gerir os nossos assuntos sem a intervenção estrangeira».
Em resposta, o dirigente turco, Mehemet Ali Talat, felicitou por telefone o chefe de Estado recém-eleito, e ambos expressaram esperança de poderem encontrar-se em breve.
Uma força decisiva
O AKEL foi fundado, em 1941, por iniciativa do Partido Comunista do Chipre (PCC), então na clandestinidade, com o objectivo de criar condições para a actividade legal dos comunistas e outros democratas. Durante três anos, o PCC completou a sua actividade clandestina com a intervenção legal do AKEL, decidindo fundir-se neste em 1944.
Herdeiro de 82 anos de história de luta em defesa dos interesses do povo cipriota, o AKEL tornou-se o maior partido do país nas legislativas de 2001, alcançando 34,7 por cento dos votos e 20 deputados em 56 lugares. Enquanto líder da maior bancada parlamentar, Demetris Christofias assumiu o cargo de presidente da assembleia da república.
Nas eleições municipais realizadas no mesmo ano, os comunistas concorreram em coligação com o Partido Democrático e com o Movimento dos Sociais-Democratas, conquistando 24 dos 33 municípios em disputa.
Nas presidenciais de 2003, o AKEL voltou a integrar esta frente eleitoral, a que se juntaram os ecologistas e outros movimentos e organizações sociais, conseguindo garantir a eleição do presidente cessante, Tassos Papadopoulos.
Apesar da sua forte influência eleitoral, os comunistas só integraram o governo a partir de 2003, assumindo quatro pastas num total de 11 ministérios.
No referendo de Abril de 2004, apelaram à rejeição do deficiente plano da ONU para a reunificação da ilha, objectivo central da luta dos comunistas cipriotas que determinou a decisão tomada no congresso de 1995 de apoiar a adesão do país à União Europeia.
Nas legislativas de 2006, o AKEL manteve-se o partido mais votado com 32,3 por cento e 18 deputados. Entretanto, no Verão passado, os comunistas cipriotas romperam com a coligação governativa, entregando três ministérios e a presidência do parlamento, e decidiram apresentar, pela primeira vez, uma candidatura própria à presidência da república.
PCP saúda vitória de Christofias
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa enviou uma mensagem de felicitações a Dimitris Christofias, considerando a sua eleição como «uma importante e significativa vitória do povo cipriota» e «um momento de natural alegria» «para os comunistas e as forças do progresso na Europa e no mundo».
Na sua missiva, Jerónimo de Sousa confirmou «a solidariedade dos comunistas portugueses para com a luta do povo cipriota pela reunificação do seu país e a sua determinação em estreitar os laços de amizade e cooperação entre os nossos dois Partidos e entre os povos de Chipre e de Portugal».
No mesmo dia, o Gabinete de Imprensa do PCP emitiu a seguinte nota:
«O PCP congratula-se com a eleição de Demetris Christofias como Presidente da República de Chipre e transmite as suas calorosas e fraternais felicitações aos comunistas e ao povo cipriota por esta tão importante e significativa vitória.
A eleição de Demetris Christofias é expressão do papel histórico do AKEL - Partido Progressista do Povo Trabalhador de Chipre, do qual é secretário-geral - na luta dos trabalhadores e do Povo cipriota pela soberania, o progresso social e o socialismo.
O PCP confia que a eleição de Demetris Christofias constituirá um importante passo em direcção à reunificação de Chipre, causa à qual o AKEL - principal força política do país - se tem dedicado com grande determinação e firmeza.»
Na disputa final, Demetris Christofias contou com o apoio dos sociais-democratas (EDEK), do Partido Democrata (DIKO), a que pertence o presidente cessante, Tassos Papadopoulos, e do movimento ecologista. Estas três formações tinham feito campanha por Papadopoulos que foi afastado na primeira volta.
A vitória de Christofias, líder do principal partido do Chipre, que recentemente ocupou o cargo de presidente do parlamento do país, foi festejada por milhares de pessoas logo a seguir ao anúncio dos primeiros resultados.
Pelas ruas da capital, Nicósia, caravanas automóveis fizeram soar as buzinas, saudando a eleição do novo presidente, o sexto na curta história da independência do Chipre, que se libertou do jugo colonial britânico em 1960.
Frente à sede nacional do AKEL, Partido Progressista do Povo Trabalhador, uma multidão de militantes e simpatizantes comunistas, empunhando bandeiras nacionais e do partido, celebraram o histórico êxito eleitoral e manifestaram confiança num futuro com mais justiça social que conduza à aproximação das comunidades de cipriotas gregos e cipriotas turcos e à rápida unificação da ilha.
A superação da divisão do país, cuja parte norte continua sob ocupação da Turquia desde a invasão do país em 1974, foi de resto o tema que polarizou toda a campanha eleitoral e constitui uma causa prioritária do AKEL.
À saída do local de votação, Christofias dirigiu aos cipriotas turcos uma «mensagem de amizade», apelando «à luta comum para a reunificação da nossa pátria, para que possamos gerir os nossos assuntos sem a intervenção estrangeira».
Em resposta, o dirigente turco, Mehemet Ali Talat, felicitou por telefone o chefe de Estado recém-eleito, e ambos expressaram esperança de poderem encontrar-se em breve.
Uma força decisiva
O AKEL foi fundado, em 1941, por iniciativa do Partido Comunista do Chipre (PCC), então na clandestinidade, com o objectivo de criar condições para a actividade legal dos comunistas e outros democratas. Durante três anos, o PCC completou a sua actividade clandestina com a intervenção legal do AKEL, decidindo fundir-se neste em 1944.
Herdeiro de 82 anos de história de luta em defesa dos interesses do povo cipriota, o AKEL tornou-se o maior partido do país nas legislativas de 2001, alcançando 34,7 por cento dos votos e 20 deputados em 56 lugares. Enquanto líder da maior bancada parlamentar, Demetris Christofias assumiu o cargo de presidente da assembleia da república.
Nas eleições municipais realizadas no mesmo ano, os comunistas concorreram em coligação com o Partido Democrático e com o Movimento dos Sociais-Democratas, conquistando 24 dos 33 municípios em disputa.
Nas presidenciais de 2003, o AKEL voltou a integrar esta frente eleitoral, a que se juntaram os ecologistas e outros movimentos e organizações sociais, conseguindo garantir a eleição do presidente cessante, Tassos Papadopoulos.
Apesar da sua forte influência eleitoral, os comunistas só integraram o governo a partir de 2003, assumindo quatro pastas num total de 11 ministérios.
No referendo de Abril de 2004, apelaram à rejeição do deficiente plano da ONU para a reunificação da ilha, objectivo central da luta dos comunistas cipriotas que determinou a decisão tomada no congresso de 1995 de apoiar a adesão do país à União Europeia.
Nas legislativas de 2006, o AKEL manteve-se o partido mais votado com 32,3 por cento e 18 deputados. Entretanto, no Verão passado, os comunistas cipriotas romperam com a coligação governativa, entregando três ministérios e a presidência do parlamento, e decidiram apresentar, pela primeira vez, uma candidatura própria à presidência da república.
PCP saúda vitória de Christofias
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa enviou uma mensagem de felicitações a Dimitris Christofias, considerando a sua eleição como «uma importante e significativa vitória do povo cipriota» e «um momento de natural alegria» «para os comunistas e as forças do progresso na Europa e no mundo».
Na sua missiva, Jerónimo de Sousa confirmou «a solidariedade dos comunistas portugueses para com a luta do povo cipriota pela reunificação do seu país e a sua determinação em estreitar os laços de amizade e cooperação entre os nossos dois Partidos e entre os povos de Chipre e de Portugal».
No mesmo dia, o Gabinete de Imprensa do PCP emitiu a seguinte nota:
«O PCP congratula-se com a eleição de Demetris Christofias como Presidente da República de Chipre e transmite as suas calorosas e fraternais felicitações aos comunistas e ao povo cipriota por esta tão importante e significativa vitória.
A eleição de Demetris Christofias é expressão do papel histórico do AKEL - Partido Progressista do Povo Trabalhador de Chipre, do qual é secretário-geral - na luta dos trabalhadores e do Povo cipriota pela soberania, o progresso social e o socialismo.
O PCP confia que a eleição de Demetris Christofias constituirá um importante passo em direcção à reunificação de Chipre, causa à qual o AKEL - principal força política do país - se tem dedicado com grande determinação e firmeza.»