Ideias
Há uns anos, realizou-se nos EUA um estudo sociológico com o objectivo de detectar as causas das elevadíssimas taxas de abstenção verificadas naquele país – onde, não obstante o folclore pseudo democrático que antecede o acto eleitoral, a participação dos que escolhem o Presidente se situa, por vezes, abaixo dos 20%.
O estudo concluiu que a mais expressiva dessas causas residia no facto de os eleitores saberem que o seu voto de nada valia, que tudo estava já decidido antes das eleições e que o vencedor seria, sempre, o representante de um partido do sistema. E dava nota, ainda, de uma muito generalizada opinião de que as eleições não passavam de uma farsa, de um jogo viciado com regras viciadas - e, pensando no futuro, havia quem opinasse que quando eles sentirem que as eleições podem pôr em causa o sistema, acabam com elas.
Esta ideia de «acabar com as eleições» aparece com alguma frequência – nem sempre formulada com tal simplicidade e nem sempre vinda donde nos pretendem fazer crer os paladinos do sufrágio- universal-pilar-essencial-da-democracia.
Lembro-me de, numa fila de voto nas presidenciais em que o candidato da direita era Soares Carneiro, ouvir uma velhinha-mal-vestida - tendo na mão um saco de plástico com um pacote de açúcar e outro de arroz que uma senhora-bem-vestida acabara de lhe oferecer – a dizer que ia votar para «acabar com as eleições» - a ideia no patamar primário.
Lembro-me de uma ideia em tempos surgida e debatida na Alemanha, que consistia em acabar com as eleições substituindo-as por «mega sondagens de opinião» - a ideia no patamar do pragmatismo.
E chega-nos agora – vinda de Espanha, onde vai passar a ser aplicada – a ideia de, nas campanhas eleitorais, os tempos de antena dos vários partidos serem substituídos por «modernos spots publicitários de 30 segundos» - a ideia no patamar da modernidade.
Se juntarmos a estas, as ideias da «chapelada», da fraude descarada, das promessas para não cumprir, da intervenção interessada dos média dominantes, etc, etc., ficamos a saber por que é que os indivíduos eleitos na base destes conjuntos de ideias dizem, de si próprios, que foram democraticamente eleitos.
O estudo concluiu que a mais expressiva dessas causas residia no facto de os eleitores saberem que o seu voto de nada valia, que tudo estava já decidido antes das eleições e que o vencedor seria, sempre, o representante de um partido do sistema. E dava nota, ainda, de uma muito generalizada opinião de que as eleições não passavam de uma farsa, de um jogo viciado com regras viciadas - e, pensando no futuro, havia quem opinasse que quando eles sentirem que as eleições podem pôr em causa o sistema, acabam com elas.
Esta ideia de «acabar com as eleições» aparece com alguma frequência – nem sempre formulada com tal simplicidade e nem sempre vinda donde nos pretendem fazer crer os paladinos do sufrágio- universal-pilar-essencial-da-democracia.
Lembro-me de, numa fila de voto nas presidenciais em que o candidato da direita era Soares Carneiro, ouvir uma velhinha-mal-vestida - tendo na mão um saco de plástico com um pacote de açúcar e outro de arroz que uma senhora-bem-vestida acabara de lhe oferecer – a dizer que ia votar para «acabar com as eleições» - a ideia no patamar primário.
Lembro-me de uma ideia em tempos surgida e debatida na Alemanha, que consistia em acabar com as eleições substituindo-as por «mega sondagens de opinião» - a ideia no patamar do pragmatismo.
E chega-nos agora – vinda de Espanha, onde vai passar a ser aplicada – a ideia de, nas campanhas eleitorais, os tempos de antena dos vários partidos serem substituídos por «modernos spots publicitários de 30 segundos» - a ideia no patamar da modernidade.
Se juntarmos a estas, as ideias da «chapelada», da fraude descarada, das promessas para não cumprir, da intervenção interessada dos média dominantes, etc, etc., ficamos a saber por que é que os indivíduos eleitos na base destes conjuntos de ideias dizem, de si próprios, que foram democraticamente eleitos.