PCP sobre as trocas no Governo

Mudar sim, mas de política

Esta remodelação «é expressão de um profundo desgaste e descredibilização da política do Governo, cuja insustentabilidade se expressa na amplitude da luta e do protesto dos trabalhadores e das populações».

Mudar as caras não responde aos problemas do País

«Aquilo de que o País precisa é de uma nova política, que, em ruptura com a política de direita do Governo PS, promova uma mais justa distribuição do rendimento, a defesa da soberania e da produção nacional, mais investimento público, a defesa e valorização dos serviços públicos, um país mais justo, fraterno e solidário», reafirma o PCP, numa nota do Gabinete de Imprensa divulgada anteontem, a propósito da anunciada remodelação governamental.
Com ela, «o Governo pretende branquear as suas responsabilidades e as gravíssimas consequências da sua política, recorrendo ao mesmo truque de sempre, para salvar o essencial dos seus objectivos e compromissos».
Para o Partido, «não é a mudança de caras, ou qualquer outra operação de cosmética, que dá resposta aos reais problemas do País, ou que disfarça o fracasso das opções do Governo na sua resolução», uma vez que «os verdadeiros problemas não se encontram neste ou naquele ministro, mas numa política errada, decorrente dos compromissos do Governo com os grandes interesses económicos e financeiros, e que tem como consequência o brutal agravamento das condições de vida da esmagadora maioria da população».
«Com esta remodelação, não é este ou aquele ministro, mas sim o Governo, a sua política e o primeiro-ministro que sairão condenados e derrotados», salienta-se na nota.
O primeiro-ministro anunciou, ao fim da tarde de terça-feira, a demissão dos ministros da Saúde e da Cultura e do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
Correia de Campos foi substituído pela médica Ana Jorge, até agora directora do serviço de Pediatria do Hospital Garcia de Orta, em Almada, e que foi presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, entre 1997 e 2000.
Para o lugar de Isabel Pires de Lima vai José António de Melo Pinto Ribeiro, advogado, fundador e presidente da Direcção do Fórum Justiça e Liberdades, que era administrador da PT Multimédia e da Fundação de Arte Moderna e Contemporânea «Colecção Berardo».
O novo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, que substitui João Amaral Tomaz, é Carlos Manuel Baptista Lobo, assistente na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e que foi adjunto do gabinete do ministro das Finanças, em 1995, e, no Governo seguinte, até Julho de 2001, assessor do ministro das Finanças.


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