Privados lucram com desgraça na saúde
O secretário-geral do PCP acusou o Governo de mentir ao povo no que à garantia dos cuidados de saúde diz respeito, e de promover os negócios privados no sector.
O PCP exige a imediata suspensão dos encerramentos
Mais de uma centena de pessoas concentraram-se, sábado, na Agualva-Cacém, numa tarde de protesto pela melhoria das condições de saúde no concelho de Sintra, contra os encerramentos e a sanha privatizadora do Governo no sector.
A iniciativa promovida pelo PCP no âmbito da campanha nacional Basta de injustiças! Mudar de política para uma vida melhor contou com a presença do secretário-geral do Partido, Jerónimo de Sousa, que numa tribuna junto ao Centro de Saúde local, lembrou aos presentes que a política do executivo de José Sócrates nesta área representa a «maior ofensiva de sempre contra essa grande conquista revolucionária do que é o Serviço Nacional de Saúde, um pilar fundamental do regime democrático e uma componente essencial da democracia social que a Constituição consagrou».
Neste contexto, sublinhou Jerónimo de Sousa, a luta travada pelas populações «é não só uma resposta às reais necessidades de defesa do direito de cada um e de todos à prestação de cuidados de saúde com qualidade, mas um imperativo de cidadania e de defesa do nosso regime democrático», cujo justo objectivo é assegurar a existência do «serviço público de saúde, universal, geral e tendencialmente gratuito e não tendencialmente pago como quer o Governo do PS», aduziu.
Mãos amigas dos privados
Nos cartazes ostentados pelos participantes podia-se ler que «A saúde não é um negócio!», mas o facto é que as orientações neoliberais apontam no sentido inverso, tanto mais que o Governo «joga deliberadamente na degradação dos serviços públicos de saúde, na sua ineficácia e inadequação, para melhor impor a política de privatização», referiu Jerónimo de Sousa. Em consequência, o chamado «mercado da saúde» floresce onde serviços públicos são encerrados ou revelam incapacidade de resposta, com a factura – que hoje é já de 14 mil milhões de euros, precisou o secretário-geral - a pesar no bolso dos portugueses.
Como se não bastassem as carências na qualidade e quantidade dos serviços prestados; o desprezo pela promoção de cuidados de saúde primários; as consultas de especialidade que demoram meses e anos; a ruptura dos serviços de urgência agravada pelo encerramento dos SAP's ou as listas de espera para cirurgia que acumulam mais de 220 mil utentes, o Governo procura demitir-se das suas responsabilidades, tornando cada vez mais evidente a orientação de «empurrar as famílias para o seguros de saúde dominados pelos grandes grupos financeiros que têm na saúde uma das mais importantes áreas de negócio», destacou o dirigente comunista.
Na memória de todos estão os casos ocorridos nos últimos dias em várias localidades, exemplos da «política do fecha e depois logo se vê», disse Jerónimo de Sousa, a qual, «a não ser travada no imediato terá como consequência o aumento do número de vítimas por falta de assistência atempada, o aumento do número de mães que fazem o parto numa ambulância e contribuirá para criar ainda mais dificuldades na qualificação da resposta dos serviços de urgência em muitos hospitais».
«Mentiu o ministro da Saúde quando afirmou que fechava mas que garantia os meios de socorro necessários à deslocação em tempo útil dos doentes para as urgências de referência», acusou ainda o líder comunista.
Um caso concreto
Sintra é um paradigma da política de direita em matéria de saúde. Faltam médicos de família para 70 mil utentes, falta uma rede de cuidados primários dotada de meios humanos e técnicos e com valências adequadas, frisou Jerónimo de Sousa, mas o cenário adensa-se porque o único hospital do concelho está sob gestão privada, com graves consequências para a saúde dos munícipes e custos que lesam o Estado em muitos milhões de euros, sublinhou.
Ainda assim, manteve-se o contrato com o Grupo Mello no Amadora-Sintra e prepara-se o estabelecimento de uma parceria para o novo hospital do concelho, chegando ao ponto de se redimensionar a estrutura de 350 camas previstas para apenas 150, o que não resulta «de qualquer alteração nas necessidades da população e do concelho, mas tão só do facto do Governo ter compromissos de se transformar no principal cliente dos novos hospitais privados que crescem na região de Lisboa como cogumelos», sintetizou o secretário-geral do Partido.
Ministro foge da população
Na segunda-feira dia 21, Correia de Campos tinha planeado visitar quatro centros de saúde do concelho de Sintra, mas perante o protesto das populações, decidiu cancelar a agenda em dois deles, Belas e Agualva.
O PCP pretendia entregar uma carta ao responsável governamental onde se exige a construção de um hospital de gestão pública; a abertura imediata do novo centro de saúde de Massamá; a construção de centros de saúde que substituam os que funcionam em instalações desadequadas, como são os casos de Agualva, Queluz, Belas e Mem-Martins; e a disponibilização de novas valências onde praticamente só existe medicina familiar.
Não tendo sido possível confrontar o ministro, os comunistas não deixaram de trazer as reivindicações para a rua e contactaram com a população, entre quinta-feira e sábado, em quase uma dezena de acções.
A iniciativa promovida pelo PCP no âmbito da campanha nacional Basta de injustiças! Mudar de política para uma vida melhor contou com a presença do secretário-geral do Partido, Jerónimo de Sousa, que numa tribuna junto ao Centro de Saúde local, lembrou aos presentes que a política do executivo de José Sócrates nesta área representa a «maior ofensiva de sempre contra essa grande conquista revolucionária do que é o Serviço Nacional de Saúde, um pilar fundamental do regime democrático e uma componente essencial da democracia social que a Constituição consagrou».
Neste contexto, sublinhou Jerónimo de Sousa, a luta travada pelas populações «é não só uma resposta às reais necessidades de defesa do direito de cada um e de todos à prestação de cuidados de saúde com qualidade, mas um imperativo de cidadania e de defesa do nosso regime democrático», cujo justo objectivo é assegurar a existência do «serviço público de saúde, universal, geral e tendencialmente gratuito e não tendencialmente pago como quer o Governo do PS», aduziu.
Mãos amigas dos privados
Nos cartazes ostentados pelos participantes podia-se ler que «A saúde não é um negócio!», mas o facto é que as orientações neoliberais apontam no sentido inverso, tanto mais que o Governo «joga deliberadamente na degradação dos serviços públicos de saúde, na sua ineficácia e inadequação, para melhor impor a política de privatização», referiu Jerónimo de Sousa. Em consequência, o chamado «mercado da saúde» floresce onde serviços públicos são encerrados ou revelam incapacidade de resposta, com a factura – que hoje é já de 14 mil milhões de euros, precisou o secretário-geral - a pesar no bolso dos portugueses.
Como se não bastassem as carências na qualidade e quantidade dos serviços prestados; o desprezo pela promoção de cuidados de saúde primários; as consultas de especialidade que demoram meses e anos; a ruptura dos serviços de urgência agravada pelo encerramento dos SAP's ou as listas de espera para cirurgia que acumulam mais de 220 mil utentes, o Governo procura demitir-se das suas responsabilidades, tornando cada vez mais evidente a orientação de «empurrar as famílias para o seguros de saúde dominados pelos grandes grupos financeiros que têm na saúde uma das mais importantes áreas de negócio», destacou o dirigente comunista.
Na memória de todos estão os casos ocorridos nos últimos dias em várias localidades, exemplos da «política do fecha e depois logo se vê», disse Jerónimo de Sousa, a qual, «a não ser travada no imediato terá como consequência o aumento do número de vítimas por falta de assistência atempada, o aumento do número de mães que fazem o parto numa ambulância e contribuirá para criar ainda mais dificuldades na qualificação da resposta dos serviços de urgência em muitos hospitais».
«Mentiu o ministro da Saúde quando afirmou que fechava mas que garantia os meios de socorro necessários à deslocação em tempo útil dos doentes para as urgências de referência», acusou ainda o líder comunista.
Um caso concreto
Sintra é um paradigma da política de direita em matéria de saúde. Faltam médicos de família para 70 mil utentes, falta uma rede de cuidados primários dotada de meios humanos e técnicos e com valências adequadas, frisou Jerónimo de Sousa, mas o cenário adensa-se porque o único hospital do concelho está sob gestão privada, com graves consequências para a saúde dos munícipes e custos que lesam o Estado em muitos milhões de euros, sublinhou.
Ainda assim, manteve-se o contrato com o Grupo Mello no Amadora-Sintra e prepara-se o estabelecimento de uma parceria para o novo hospital do concelho, chegando ao ponto de se redimensionar a estrutura de 350 camas previstas para apenas 150, o que não resulta «de qualquer alteração nas necessidades da população e do concelho, mas tão só do facto do Governo ter compromissos de se transformar no principal cliente dos novos hospitais privados que crescem na região de Lisboa como cogumelos», sintetizou o secretário-geral do Partido.
Ministro foge da população
Na segunda-feira dia 21, Correia de Campos tinha planeado visitar quatro centros de saúde do concelho de Sintra, mas perante o protesto das populações, decidiu cancelar a agenda em dois deles, Belas e Agualva.
O PCP pretendia entregar uma carta ao responsável governamental onde se exige a construção de um hospital de gestão pública; a abertura imediata do novo centro de saúde de Massamá; a construção de centros de saúde que substituam os que funcionam em instalações desadequadas, como são os casos de Agualva, Queluz, Belas e Mem-Martins; e a disponibilização de novas valências onde praticamente só existe medicina familiar.
Não tendo sido possível confrontar o ministro, os comunistas não deixaram de trazer as reivindicações para a rua e contactaram com a população, entre quinta-feira e sábado, em quase uma dezena de acções.