Unidos pela transformação do país
Jacob Zuma apelou à unidade do povo sul-africano no combate à injustiça social. Nos 96 anos do ANC, também os comunistas lembraram que o partido está mais forte, mais democrático e capaz de liderar a transformação do país.
Os comunistas apelam ao ANC para que mobilize a classe operária
Mais de 20 mil pessoas lotaram, sábado, um estádio de futebol nos arredores de Pretoria, capital da África do Sul, no comício do 96.º aniversário do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla inglesa).
A multidão, entusiasmada pelo resultado da 52.ª Conferência Nacional e pelo rumo político ali apurado após um debate franco envolvendo todo o colectivo partidário, recebeu o recentemente eleito líder do ANC, Jacob Zuma, cantando o histórico hino anti-Apartheid.
O acto simboliza para os cerca de 600 mil militantes daquela formação política e para milhões de sul-africanos que a apoiam, a determinação em construir um país socialmente justo, onde todos sejam iguais em direitos e deveres, apesar dos obstáculos que se colocam a um tal projecto.
A vontade de conduzir o país por um caminho de progresso foi, aliás, um dos sublinhados do discurso de Zuma. Ao longo da sua intervenção, o candidato às presidenciais de 2009 frisou que «os principais desafios que enfrentamos são o desemprego [estimado em aproximadamente 40 por cento da população activa], a pobreza e a desigualdade».
Zuma considera que o período de crescimento económico registado nos últimos anos, apesar de positivo, não conseguiu diminuir o fosso entre ricos e pobres, pelo que se torna necessário reorientar os objectivos políticos do futuro governo para o combate às injustiças, que subsistem mais de uma década depois da queda do regime racista que oprimia a esmagadora maioria da população.
Neste sentido, Zuma apelou à unidade de todo o povo sul-africano em torno da transformação do país, destacando, neste particular, a capacidade de construção colectiva e de conjugação de vontades do ANC.
SACP reforça aliança
Unido na luta ao movimento revolucionário de libertação nacional há mais de 80 anos, o Partido Comunista Sul-Africano (SACP, na sigla inglesa) desejou ao ANC os maiores sucessos e expressou que a sintonia entre ambos se estreita e reforça, especialmente depois da assembleia magna do ANC donde emergiu a possibilidade real «de reconstruir uma aliança revolucionária, baseada nas massas e em contacto permanente com as camadas populares».
O SACP recorda, ainda a propósito da 52.ª Conferência do ANC, que muitas das resoluções aprovadas são convergentes com as decisões tomadas pelos comunistas no seu 12.º Congresso, sobretudo as respeitantes à opção por «um tipo de desenvolvimento comprometido com a alteração do modelo de produção e acumulação de tipo colonial que ainda vigora no país».
Mobilizar os trabalhadores
No comunicado emitido pela direcção do SACP, os comunistas destacam a vontade da nova congénere do ANC em mobilizar, já a partir deste ano, as amplas massas populares para as metas estratégicas, organizacionais e programáticas referidas.
O SACP considera que tal objectivo resulta na alteração da prática recente do ANC, partido que, aduzem, se arriscava a perder parte da sua identidade revolucionária ficando reduzido «a pouco mais que uma máquina eleitoral».
Muito embora assinale efusivamente as correcções introduzidas, o SACP não deixa de apelar para que o ANC faça da mobilização da classe operária uma linha de acção fundamental, integrando e apoiando as campanhas das organizações sindicais, unindo-se às mais justas reivindicações dos trabalhadores no âmbito laboral e social.
A multidão, entusiasmada pelo resultado da 52.ª Conferência Nacional e pelo rumo político ali apurado após um debate franco envolvendo todo o colectivo partidário, recebeu o recentemente eleito líder do ANC, Jacob Zuma, cantando o histórico hino anti-Apartheid.
O acto simboliza para os cerca de 600 mil militantes daquela formação política e para milhões de sul-africanos que a apoiam, a determinação em construir um país socialmente justo, onde todos sejam iguais em direitos e deveres, apesar dos obstáculos que se colocam a um tal projecto.
A vontade de conduzir o país por um caminho de progresso foi, aliás, um dos sublinhados do discurso de Zuma. Ao longo da sua intervenção, o candidato às presidenciais de 2009 frisou que «os principais desafios que enfrentamos são o desemprego [estimado em aproximadamente 40 por cento da população activa], a pobreza e a desigualdade».
Zuma considera que o período de crescimento económico registado nos últimos anos, apesar de positivo, não conseguiu diminuir o fosso entre ricos e pobres, pelo que se torna necessário reorientar os objectivos políticos do futuro governo para o combate às injustiças, que subsistem mais de uma década depois da queda do regime racista que oprimia a esmagadora maioria da população.
Neste sentido, Zuma apelou à unidade de todo o povo sul-africano em torno da transformação do país, destacando, neste particular, a capacidade de construção colectiva e de conjugação de vontades do ANC.
SACP reforça aliança
Unido na luta ao movimento revolucionário de libertação nacional há mais de 80 anos, o Partido Comunista Sul-Africano (SACP, na sigla inglesa) desejou ao ANC os maiores sucessos e expressou que a sintonia entre ambos se estreita e reforça, especialmente depois da assembleia magna do ANC donde emergiu a possibilidade real «de reconstruir uma aliança revolucionária, baseada nas massas e em contacto permanente com as camadas populares».
O SACP recorda, ainda a propósito da 52.ª Conferência do ANC, que muitas das resoluções aprovadas são convergentes com as decisões tomadas pelos comunistas no seu 12.º Congresso, sobretudo as respeitantes à opção por «um tipo de desenvolvimento comprometido com a alteração do modelo de produção e acumulação de tipo colonial que ainda vigora no país».
Mobilizar os trabalhadores
No comunicado emitido pela direcção do SACP, os comunistas destacam a vontade da nova congénere do ANC em mobilizar, já a partir deste ano, as amplas massas populares para as metas estratégicas, organizacionais e programáticas referidas.
O SACP considera que tal objectivo resulta na alteração da prática recente do ANC, partido que, aduzem, se arriscava a perder parte da sua identidade revolucionária ficando reduzido «a pouco mais que uma máquina eleitoral».
Muito embora assinale efusivamente as correcções introduzidas, o SACP não deixa de apelar para que o ANC faça da mobilização da classe operária uma linha de acção fundamental, integrando e apoiando as campanhas das organizações sindicais, unindo-se às mais justas reivindicações dos trabalhadores no âmbito laboral e social.