Alcochete leva a melhor
O novo aeroporto será construído em Alcochete. Anunciada pelo primeiro-ministro, a decisão teve por base o relatório elaborado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).
O Estado não pode alienar a rede aeroportuária nacional
No Parlamento, faz hoje oito dias, Sócrates explicou que esta «opção preliminar» do Executivo pelo campo de tiro de Alcochete em detrimento da Ota não assenta em critérios de ordem «financeira» - deste ponto de vista a vantagem é «ligeira», referiu -, mas, sobretudo, em critérios de «segurança, operacionalidade e flexibilidade» da nova infra-estrutura aeroportuária.
Horas antes, em conferência de imprensa, no final do conselho de ministros, Sócrates revelara que a escolha por Alcochete só se tornará definitiva após a realização de uma avaliação ambiental estratégica.
Corrigido o erro
Reagindo ao anúncio do Governo, Jerónimo de Sousa considerou que «esta decisão, sustentada em pareceres técnicos, é a correcção de um erro».
Sem personalizar de forma directa a crítica no ministro das Obras Públicas, que neste processo assumiu uma obstinada preferência pela Ota, o dirigente do PCP não deixou de interpretar a decisão como um revés e um castigo para Mário Lino e para todos os que se fixaram naquela solução, impedindo de forma arrogante que outros cenários de localização tivessem sido devidamente ponderados há mais tempo.
«Não é mal assumir e corrigir um erro. A autocrítica já está verificada» por parte daquele responsável, disse o líder comunista, que falava aos jornalistas na Assembleia da República.
Questão essencial para a qual chamou ainda a atenção, pensando em termos de futuro, é a que se prende com o ordenamento territorial e o desenvolvimento urbanístico em toda a região. «É preciso um «combate à especulação», sublinhou Jerónimo, que, por outro lado, não esqueceu o que chamou de «papel estratégico» assumido pela ANA.
Sobre o aeroporto da Portela aconselhou prudência - «não deve haver precipitações», frisou - , defendendo que o mesmo deverá manter-se em funcionamento.
Questões por esclarecer
O deputado comunista Bruno Dias, no debate que se seguiu às explicações dadas pelo chefe do Governo, agora que a opção pela Ota «borregou», segundo as suas palavras, e que «há uma alteração do sentido das decisões», baseada numa análise comparada, como os comunistas sempre reclamaram, defendeu a necessidade de clarificar algumas questões. A primeira, referiu, é «o alcance exacto da palavra «preliminar» e o que acontecerá «nas etapas que se seguem». A segunda, dada a possibilidade de uma construção faseada do aeroporto, prende-se com a avaliação do futuro funcionamento do aeroporto da Portela. A terceira, em síntese, tem a ver com o modelo de financiamento e exploração (ver caixa). «Vai o Governo manter a opção de transformar um bem público, como é a rede aeroportuária nacional, num monopólio privado, comprometendo o interesse e a soberania nacional?», foi a pergunta formulada por Bruno Dias, perante um primeiro-ministro e um ministro das Obras Públicas que sobre estas questões centrais mantiveram um nebuloso e comprometido silêncio.
Horas antes, em conferência de imprensa, no final do conselho de ministros, Sócrates revelara que a escolha por Alcochete só se tornará definitiva após a realização de uma avaliação ambiental estratégica.
Corrigido o erro
Reagindo ao anúncio do Governo, Jerónimo de Sousa considerou que «esta decisão, sustentada em pareceres técnicos, é a correcção de um erro».
Sem personalizar de forma directa a crítica no ministro das Obras Públicas, que neste processo assumiu uma obstinada preferência pela Ota, o dirigente do PCP não deixou de interpretar a decisão como um revés e um castigo para Mário Lino e para todos os que se fixaram naquela solução, impedindo de forma arrogante que outros cenários de localização tivessem sido devidamente ponderados há mais tempo.
«Não é mal assumir e corrigir um erro. A autocrítica já está verificada» por parte daquele responsável, disse o líder comunista, que falava aos jornalistas na Assembleia da República.
Questão essencial para a qual chamou ainda a atenção, pensando em termos de futuro, é a que se prende com o ordenamento territorial e o desenvolvimento urbanístico em toda a região. «É preciso um «combate à especulação», sublinhou Jerónimo, que, por outro lado, não esqueceu o que chamou de «papel estratégico» assumido pela ANA.
Sobre o aeroporto da Portela aconselhou prudência - «não deve haver precipitações», frisou - , defendendo que o mesmo deverá manter-se em funcionamento.
Questões por esclarecer
O deputado comunista Bruno Dias, no debate que se seguiu às explicações dadas pelo chefe do Governo, agora que a opção pela Ota «borregou», segundo as suas palavras, e que «há uma alteração do sentido das decisões», baseada numa análise comparada, como os comunistas sempre reclamaram, defendeu a necessidade de clarificar algumas questões. A primeira, referiu, é «o alcance exacto da palavra «preliminar» e o que acontecerá «nas etapas que se seguem». A segunda, dada a possibilidade de uma construção faseada do aeroporto, prende-se com a avaliação do futuro funcionamento do aeroporto da Portela. A terceira, em síntese, tem a ver com o modelo de financiamento e exploração (ver caixa). «Vai o Governo manter a opção de transformar um bem público, como é a rede aeroportuária nacional, num monopólio privado, comprometendo o interesse e a soberania nacional?», foi a pergunta formulada por Bruno Dias, perante um primeiro-ministro e um ministro das Obras Públicas que sobre estas questões centrais mantiveram um nebuloso e comprometido silêncio.