Bolívia contra a secessão
As cúpulas políticas de Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija avançaram, domingo, para a autonomia. O governo da Bolívia chama à unidade e ao respeito pela Constituição.
«Grupos armados estrangeiros foram desmantelados em todo o país»
Em resposta ao decreto secessionista das províncias da chamada «Meia Lua», o governo do Movimento para o Socialismo (MAS) apelou ao povo boliviano para que se mobilize e derrote as intenções de fragmentação do País.
«Essas cinco ou dez famílias que se marginalizaram podem protestar, mostrar a sua oposição, mas não insistam no separatismo, porque se assim o fizerem encontraram nove milhões de bolivianos que lhes dirão: não passarão!», disse o vice-presidente Álvaro Linera.
Linera lembrou que a oposição ao MAS foi diversas vezes convidada a participar nos debates relativos ao novo texto constitucional, mas respondeu sempre com insultos, violência, boicotes e ameaças «perdendo a oportunidade para dialogar», aduziu.
O presidente do Congresso Nacional acusou ainda os autoproclamados governadores de incorrerem «num grave erro ao promoverem o federalismo». Entre outras medidas, os dirigentes da região da «Meia Lua» pretendem desmembrar as autoridades judiciais e as forças da ordem redistribuindo os cargos por homens da confiança dos latifundiários e oligarcas; levantar barreiras à livre circulação dos bolivianos na província de Santa Cruz – impondo um pedido de visto para entrar naquela parcela do território –; e promover a divisão dos recursos naturais como a água, a terra ou os hidrocarbonetos pelos detentores do poder local, explicou Álvaro Linera.
Responsáveis pela violência
Entretanto, a polícia boliviana anunciou que está em curso uma operação de grande envergadura com o objectivo de apurar o alegado envolvimento de grupos armados estrangeiros nos confrontos de Novembro em Sucre.
Miguel Vásquez, comandante da Policia Nacional, disse que o contingente em Santa Cruz vai ser reforçado porque existem fortes suspeitas da presença de organizações criminosas que «planeiam fomentar uma situação crítica», afirmou.
A confirmarem-se tais indícios, o facto não constitui novidade, uma vez que foi o próprio Vásquez quem sublinhou o desmantelamento recente de 15 bandos violentos estrangeiros em todo o país.
Marcha apoia Constituição
Sábado, o presidente Evo Morales saudou os milhares de pessoas que se concentraram em La Paz, capital administrativa da Bolívia, para assistirem à entrega formal do projecto de nova carta magna do país.
Representantes de 80 movimentos e organizações sociais, e dos 36 povos autóctones bolivianos viram a presidente da Assembleia Constituinte, Silvia Lazarte, entregar o documento a Morales, momento que simboliza o fim de um capítulo na luta pela soberania e pelo estabelecimento de um regime e de uma política ao serviço do povo, não mais refém dos interesses do capital nacional e multinacional.
«Essas cinco ou dez famílias que se marginalizaram podem protestar, mostrar a sua oposição, mas não insistam no separatismo, porque se assim o fizerem encontraram nove milhões de bolivianos que lhes dirão: não passarão!», disse o vice-presidente Álvaro Linera.
Linera lembrou que a oposição ao MAS foi diversas vezes convidada a participar nos debates relativos ao novo texto constitucional, mas respondeu sempre com insultos, violência, boicotes e ameaças «perdendo a oportunidade para dialogar», aduziu.
O presidente do Congresso Nacional acusou ainda os autoproclamados governadores de incorrerem «num grave erro ao promoverem o federalismo». Entre outras medidas, os dirigentes da região da «Meia Lua» pretendem desmembrar as autoridades judiciais e as forças da ordem redistribuindo os cargos por homens da confiança dos latifundiários e oligarcas; levantar barreiras à livre circulação dos bolivianos na província de Santa Cruz – impondo um pedido de visto para entrar naquela parcela do território –; e promover a divisão dos recursos naturais como a água, a terra ou os hidrocarbonetos pelos detentores do poder local, explicou Álvaro Linera.
Responsáveis pela violência
Entretanto, a polícia boliviana anunciou que está em curso uma operação de grande envergadura com o objectivo de apurar o alegado envolvimento de grupos armados estrangeiros nos confrontos de Novembro em Sucre.
Miguel Vásquez, comandante da Policia Nacional, disse que o contingente em Santa Cruz vai ser reforçado porque existem fortes suspeitas da presença de organizações criminosas que «planeiam fomentar uma situação crítica», afirmou.
A confirmarem-se tais indícios, o facto não constitui novidade, uma vez que foi o próprio Vásquez quem sublinhou o desmantelamento recente de 15 bandos violentos estrangeiros em todo o país.
Marcha apoia Constituição
Sábado, o presidente Evo Morales saudou os milhares de pessoas que se concentraram em La Paz, capital administrativa da Bolívia, para assistirem à entrega formal do projecto de nova carta magna do país.
Representantes de 80 movimentos e organizações sociais, e dos 36 povos autóctones bolivianos viram a presidente da Assembleia Constituinte, Silvia Lazarte, entregar o documento a Morales, momento que simboliza o fim de um capítulo na luta pela soberania e pelo estabelecimento de um regime e de uma política ao serviço do povo, não mais refém dos interesses do capital nacional e multinacional.