O Referendo na Venezuela
«Perdeu-se uma batalha, mas não a guerra contra o imperialismo»
Ao reflectir sobre os resultados do referendo na Venezuela surgem naturalmente as palavras de Marx: «Seria muito cómodo fazer a História se entrássemos na luta somente com probabilidades infalivelmente favoráveis».
Quem porventura julgasse que o aprofundamento democrático e revolucionário do processo Bolivariano iria prosseguir isento de sobressaltos, de avanços e recuos, de interrogações e incertezas quanto ao seu desfecho, estaria a cometer um de dois erros:
ou ignoraria que o actual processo na Venezuela é de facto um processo com características revolucionárias ou, reconhecendo o seu carácter revolucionário, não teria presente que - como afirmou Lenine - uma revolução não é um processo linear, é feita de sobressaltos, fruto da violenta agudização da luta de classes provocada por um processo com essas características e da constante alteração da correlação de forças inerente a esse mesmo processo.
A vitória, ainda que de «Pirro», da oposição às alterações constitucionais (1,4% em 9 milhões de votos) deve, já está, e irá com certeza suscitar a reflexão dos revolucionários. Mas, uma reflexão que é feita natural e necessariamente numa perspectiva de continuação da luta do povo venezuelano e, obviamente, de continuação do apoio e solidariedade a essa luta por parte dos reais progressistas e revolucionários de todo o mundo.
Uma análise em que há que ter em conta factores diversos e em que o carácter inédito na História de plebiscitar a constitucionalização do objectivo de construção do socialismo tem necessariamente peso. Uma análise que naturalmente se debruça sobre factores internos como: os ritmos do processo e as condições políticas, económicas e culturais para avanços como o que estava em causa; a questão do poder económico e mediático, concentrado ainda na sua esmagadora maioria no grande capital venezuelano; a unidade das forças progressistas e revolucionárias que apoiam o processo bolivariano; o papel do partido revolucionário como factor agregador, mobilizador e construtor da unidade do povo em torno do objectivo do socialismo; o papel do colectivo e do indivíduo na direcção de um processo revolucionário; o oportunismo e a traição que necessariamente surgem num processo de «separação de águas» e ainda o papel da teoria revolucionária e da luta ideológica na consciencialização política de todo um povo.
Mas uma análise que não pode também deixar de ter em conta o papel central do imperialismo na instigação, organização, unidade táctica, financiamento, formação e treino da reacção venezuelana. Como o demonstrou o referendo venezuelano e o está a demonstrar a explosiva situação na Bolívia, os EUA e outras potências actuam hoje decididos para tentar conter a torrente progressista e revolucionária que brota na América Latina. Actuam, usando os mesmos métodos de sempre: corrupção e injecção de fabulosas fortunas nos bolsos da reacção, boicotes, greves de distribuição, mentiras e caricaturas, incitamento ao separatismo, ameaças veladas de intervenção e atentados terroristas como o acontecido na passada terça-feira contra um dirigente do MAS em La Paz, Bolívia.
Mas, mesmo perante esse impressionante leque de acções e manobras de subversão cerca de 4 milhões de Venezuelanos foram às urnas no passado dia 2 de Dezembro dizer que querem construir o socialismo e isso continua a assustar o imperialismo, e muito! Como referiu Oscar Figuera, Secretário Geral do Partido Comunista da Venezuela «Perdeu-se uma batalha, mas não a guerra contra o imperialismo». É este também o modo como os comunistas portugueses olham a Venezuela Bolivariana, com confiança e grande solidariedade.
Quem porventura julgasse que o aprofundamento democrático e revolucionário do processo Bolivariano iria prosseguir isento de sobressaltos, de avanços e recuos, de interrogações e incertezas quanto ao seu desfecho, estaria a cometer um de dois erros:
ou ignoraria que o actual processo na Venezuela é de facto um processo com características revolucionárias ou, reconhecendo o seu carácter revolucionário, não teria presente que - como afirmou Lenine - uma revolução não é um processo linear, é feita de sobressaltos, fruto da violenta agudização da luta de classes provocada por um processo com essas características e da constante alteração da correlação de forças inerente a esse mesmo processo.
A vitória, ainda que de «Pirro», da oposição às alterações constitucionais (1,4% em 9 milhões de votos) deve, já está, e irá com certeza suscitar a reflexão dos revolucionários. Mas, uma reflexão que é feita natural e necessariamente numa perspectiva de continuação da luta do povo venezuelano e, obviamente, de continuação do apoio e solidariedade a essa luta por parte dos reais progressistas e revolucionários de todo o mundo.
Uma análise em que há que ter em conta factores diversos e em que o carácter inédito na História de plebiscitar a constitucionalização do objectivo de construção do socialismo tem necessariamente peso. Uma análise que naturalmente se debruça sobre factores internos como: os ritmos do processo e as condições políticas, económicas e culturais para avanços como o que estava em causa; a questão do poder económico e mediático, concentrado ainda na sua esmagadora maioria no grande capital venezuelano; a unidade das forças progressistas e revolucionárias que apoiam o processo bolivariano; o papel do partido revolucionário como factor agregador, mobilizador e construtor da unidade do povo em torno do objectivo do socialismo; o papel do colectivo e do indivíduo na direcção de um processo revolucionário; o oportunismo e a traição que necessariamente surgem num processo de «separação de águas» e ainda o papel da teoria revolucionária e da luta ideológica na consciencialização política de todo um povo.
Mas uma análise que não pode também deixar de ter em conta o papel central do imperialismo na instigação, organização, unidade táctica, financiamento, formação e treino da reacção venezuelana. Como o demonstrou o referendo venezuelano e o está a demonstrar a explosiva situação na Bolívia, os EUA e outras potências actuam hoje decididos para tentar conter a torrente progressista e revolucionária que brota na América Latina. Actuam, usando os mesmos métodos de sempre: corrupção e injecção de fabulosas fortunas nos bolsos da reacção, boicotes, greves de distribuição, mentiras e caricaturas, incitamento ao separatismo, ameaças veladas de intervenção e atentados terroristas como o acontecido na passada terça-feira contra um dirigente do MAS em La Paz, Bolívia.
Mas, mesmo perante esse impressionante leque de acções e manobras de subversão cerca de 4 milhões de Venezuelanos foram às urnas no passado dia 2 de Dezembro dizer que querem construir o socialismo e isso continua a assustar o imperialismo, e muito! Como referiu Oscar Figuera, Secretário Geral do Partido Comunista da Venezuela «Perdeu-se uma batalha, mas não a guerra contra o imperialismo». É este também o modo como os comunistas portugueses olham a Venezuela Bolivariana, com confiança e grande solidariedade.