Sindicatos e trabalhadores
avisam e exigem responsabilidades

Contra o desemprego

Os sindicatos da Hotelaria do Sul e da Alimentação e Bebidas convocaram para hoje, às 10 horas, uma concentração de trabalhadores da Unidos Panificadores, junto à sede da empresa, em Setúbal, depois da administração ter encerrado a fábrica e uma dezena de lojas e pastelarias, no final de Novembro.
Os mais de 80 trabalhadores receberam uma carta para ficarem em casa durante dois meses e estão sob ameaça de desemprego, caso se concretize a falência proposta em Julho pelos accionistas, disse um dirigente do Sindicato da Hotelaria. À agência Lusa, Inácio Astúcia adiantou que as dificuldades financeiras da empresa já se faziam sentir há alguns meses.
Até hoje, era esperada uma clarificação da situação, com especial preocupação quanto a situações de salários em atraso que se tornam insustentáveis para várias famílias e para algumas mães solteiras. O plenário poderá decidir formas de luta, se não obtiver resposta satisfatória da administração.
O Sindicato dos Jornalistas apelou segunda-feira à unidade dos trabalhadores da Empresa Produtora de Notícias (Emprin), na defesa dos seus legítimos direitos, esperando que, tanto a produtora, como a TVI, assumam as suas responsabilidades. A suspensão da actividade foi anunciada a 30 de Novembro, aos 14 jornalistas e outras duas funcionárias da empresa, responsável pelos noticiários da TVI em cinco distritos da região Centro e que, na prática, funcionava como uma delegação da estação de Queluz (as sete equipas de dois elementos cada ao serviço da Emprin trabalhavam em exclusividade para a TVI). Há mais de um ano o SJ vem denunciando as irregularidades a que têm estado sujeitos aqueles profissionais, recorda-se no comunicado do sindicato.
A Maxampor pretende despedir 39 dos 84 trabalhadores das suas instalações em Alcochete, revelou o sindicato dos Químicos (Sinquifa/CGGTP-IN). A empresa, que faz parte do grupo espanhol Maxam, a quem a Empresa Portuguesa de Defesa (Empordef) vendeu a Sociedade Portuguesa de Explosivos (SPEL), decidiu acabar com a produção de dinamite. Este despedimento foi precedido de sucessivas reduções de pessoal, ao longo dos anos, quer através das chamadas rescisões por mútuo acordo ou de processos de despedimento colectivo, recorda o sindicato.
Na base da decisão, para a qual a empresa alega motivos económicos e de mercado, poderá estar o negócio imobiliário com os terrenos onde se situam as instalações da Maxampor (cerca de 300 hectares).
O mesmo sindicato manifestou preocupação quanto à decisão da CUF (holding do Grupo José de Mello para a indústria química) de parar, desde 20 de Novembro, as fábricas de amoníaco e de ureia, no Lavradio, Barreiro. Embora as administrações apresentem a medida como «suspensão provisória», justificada pelos preços elevados da matéria-prima e do petróleo, que agravam os custos de produção, o Sinquifa questiona se não estará aberto «caminho para outras decisões».
Aos motivos invocados pela Amoníaco de Portugal, o sindicato acrescenta os efeitos da Política Agrícola Comum, com a redução significativa da área cultivada (e, por consequência, a diminuição do consumo de adubos agrícolas) e da política energética, que tem provocado o aumento dos preços da energia.
A Amoníaco de Portugal ocupa, no Lavradio, quase 250 trabalhadores, além de algumas dezenas mais, no quadro de empresas prestadoras de serviços - e mais de metade dessas pessoas estarão afectas às fábricas paradas, pelo que urge retomar o normal funcionamento, sob pena de surgir «um problema socialmente grave», alerta o Sinquifa.
No comunicado, que emitiu a 21 de Novembro, o sindicato refere que os trabalhadores aprovaram várias iniciativas que os seus representantes vão desenvolver no imediato, contactando entidades como a Presidência da República, o Ministério da Economia, os grupos parlamentares, o Governo Civil de Setúbal e a Câmara Municipal do Barreiro, para que, no âmbito das suas competências, promovam «acções e soluções para a continuação deste sector produtivo».
Vão igualmente reclamar, do Grupo José de Mello e dos seus gestores na CUF Adubos de Portugal e na AP Amoníaco de Portugal, que seja retomada a actividade normal «o mais rapidamente possível» e que sejam cumpridos e respeitados os direitos contratuais e legais dos trabalhadores.


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