Luta com mais ânimo
Reafirmando o êxito e os objectivos da grande manifestação nacional de 18 de Outubro, a CGTP-IN levou a cabo um dia nacional de mobilização dos trabalhadores e sensibilização da opinião pública para as suas propostas e reivindicações.
A mobilização dos trabalhadores garante apoio firme às reivindicações da Inter
No dia 22, quinta-feira, centenas de dirigentes e activistas do movimento sindical unitário distribuíram muitos milhares de exemplares do folheto editado centralmente. As acções de divulgação do documento tiveram lugar, quer nos locais mais movimentados de Lisboa, Porto, Setúbal e outras capitais de distrito, quer junto de grandes empresas e serviços. Houve ainda algumas concentrações e conferências de imprensa.
«O protesto tem de ser ouvido» e «O futuro não se faz sem nós», títulos que sobressaem no folheto da CGTP-IN, sintetizam a mensagem transmitida em todo o País e ilustrada, em vários casos, com declarações acerca da situação social e laboral nos distritos. A central, passados um mês e poucos dias desde a manifestação que juntou mais de 200 mil pessoas no dia da Cimeira da UE, veio salientar que «o patronato não pode continuar a não respeitar as leis e a contratação colectiva» e que «o Governo tem de corresponder aos anseios expressos pelos trabalhadores e pela sociedade».
De 18 de Outubro, a Intersindical Nacional conclui que «uma manifestação assim, imponente, de protesto contra as desigualdade e as injustiças, só pode reforçar-nos» e «dá-nos força e ânimo para persistir», «enche-nos de confiança e de certeza de que vale a pena», pelo que «vamos continuar a lutar».
No documento - do qual foram distribuídos, no distrito do Porto, cerca de cem mil exemplares, em 150 empresas e 200 locais de trabalho, segundo a União de Sindicatos - são retomadas as reivindicações da central para 2008, com destaque para a melhoria dos salários e a fixação do salário mínimo nacional em 426,50 euros, a partir de Janeiro. Em Aveiro, revelou igualmente a União de Sindicatos do distrito, as distribuições abrangeram 94 empresas, considerando apenas dez ramos de actividade do sector privado.
As reivindicações incluem ainda o combate à precariedade, à pobreza e ao agravamento do custo de vida; a criação de emprego digno; a promoção da negociação colectiva; a aplicação do direito à formação; a melhoria da Segurança Social e da qualidade dos serviços públicos; políticas de Saúde dirigidas ao cidadão; melhor Justiça e justiça fiscal; um maior investimento na Educação; e o combate à desertificação do território nacional.
A CGTP-IN realça que «o Governo não pode continuar a recusar-se a negociar na Administração Pública», e que «é essa recusa que vai levar os trabalhadores, mais uma vez, à greve», amanhã. Repisa, ainda, os argumentos de condenação da «flexigurança», que representaria: desprotecção dos trabalhadores; acentuação da precariedade; facilidade no despedimento; aceleração da caducidade da contratação colectiva; redução dos salários; trabalho mais barato; mais lucros para o capital; mais poder ao patronato; limitações ao papel dos sindicatos.
Mais explorados
Os trabalhadores são cada vez mais explorados, comentou a CGTP-IN, reagindo à publicação, pelo Diário de Notícias, no dia 22, de dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional, acerta das ofertas disponíveis nos centros de emprego.
Na nota divulgada à imprensa sexta-feira, dia 23, a central começa por nota que o tipo de emprego oferecido aos trabalhadores no desemprego é de um nível salarial baixíssimo - sendo a média salarial de 516 euros, como apurou o matutino, «temos de concluir que, para um grande número de empregos, o salário oferecido não será superior ao salário mínimo nacional».
Com os dados facultados ao DN pelo IEFP, a Inter viu confirmado a sua tese de que «o emprego criado, continua, na sua maioria, a ser precário, mal pago e não qualificado». É que, salienta, «mesmo nas ofertas destinadas a dirigentes e quadros superiores, a média, segundo é dito pelo IEFP, é de 635 euros, o que demonstra a baixa oferta salarial que é proposta aos trabalhadores com maior qualificação».
As empresas, entretanto, critica a central, «continuam apostar numa política de despedir os trabalhadores mais velhos e mais qualificados, para os substituírem por trabalhadores mais jovens, mal pagos e sem direitos e onde não há nenhuma estabilidade», ou seja, «o emprego tem cada vez menos qualidade», reflectindo «problemas, sobretudo, estruturais».
Se «a competitividade da economia tem assentado, essencialmente, no baixo custo de mão-de-obra e na forte exploração dos trabalhadores», para a CGTP-IN «é imperioso romper com este modelo, que é injusto e promove desigualdades sociais e é desastroso do ponto de vista económico, e optar por um crescimento baseado na inovação, no investimento, nas qualificações e no respeito pelos direitos de quem trabalha».
«O protesto tem de ser ouvido» e «O futuro não se faz sem nós», títulos que sobressaem no folheto da CGTP-IN, sintetizam a mensagem transmitida em todo o País e ilustrada, em vários casos, com declarações acerca da situação social e laboral nos distritos. A central, passados um mês e poucos dias desde a manifestação que juntou mais de 200 mil pessoas no dia da Cimeira da UE, veio salientar que «o patronato não pode continuar a não respeitar as leis e a contratação colectiva» e que «o Governo tem de corresponder aos anseios expressos pelos trabalhadores e pela sociedade».
De 18 de Outubro, a Intersindical Nacional conclui que «uma manifestação assim, imponente, de protesto contra as desigualdade e as injustiças, só pode reforçar-nos» e «dá-nos força e ânimo para persistir», «enche-nos de confiança e de certeza de que vale a pena», pelo que «vamos continuar a lutar».
No documento - do qual foram distribuídos, no distrito do Porto, cerca de cem mil exemplares, em 150 empresas e 200 locais de trabalho, segundo a União de Sindicatos - são retomadas as reivindicações da central para 2008, com destaque para a melhoria dos salários e a fixação do salário mínimo nacional em 426,50 euros, a partir de Janeiro. Em Aveiro, revelou igualmente a União de Sindicatos do distrito, as distribuições abrangeram 94 empresas, considerando apenas dez ramos de actividade do sector privado.
As reivindicações incluem ainda o combate à precariedade, à pobreza e ao agravamento do custo de vida; a criação de emprego digno; a promoção da negociação colectiva; a aplicação do direito à formação; a melhoria da Segurança Social e da qualidade dos serviços públicos; políticas de Saúde dirigidas ao cidadão; melhor Justiça e justiça fiscal; um maior investimento na Educação; e o combate à desertificação do território nacional.
A CGTP-IN realça que «o Governo não pode continuar a recusar-se a negociar na Administração Pública», e que «é essa recusa que vai levar os trabalhadores, mais uma vez, à greve», amanhã. Repisa, ainda, os argumentos de condenação da «flexigurança», que representaria: desprotecção dos trabalhadores; acentuação da precariedade; facilidade no despedimento; aceleração da caducidade da contratação colectiva; redução dos salários; trabalho mais barato; mais lucros para o capital; mais poder ao patronato; limitações ao papel dos sindicatos.
Mais explorados
Os trabalhadores são cada vez mais explorados, comentou a CGTP-IN, reagindo à publicação, pelo Diário de Notícias, no dia 22, de dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional, acerta das ofertas disponíveis nos centros de emprego.
Na nota divulgada à imprensa sexta-feira, dia 23, a central começa por nota que o tipo de emprego oferecido aos trabalhadores no desemprego é de um nível salarial baixíssimo - sendo a média salarial de 516 euros, como apurou o matutino, «temos de concluir que, para um grande número de empregos, o salário oferecido não será superior ao salário mínimo nacional».
Com os dados facultados ao DN pelo IEFP, a Inter viu confirmado a sua tese de que «o emprego criado, continua, na sua maioria, a ser precário, mal pago e não qualificado». É que, salienta, «mesmo nas ofertas destinadas a dirigentes e quadros superiores, a média, segundo é dito pelo IEFP, é de 635 euros, o que demonstra a baixa oferta salarial que é proposta aos trabalhadores com maior qualificação».
As empresas, entretanto, critica a central, «continuam apostar numa política de despedir os trabalhadores mais velhos e mais qualificados, para os substituírem por trabalhadores mais jovens, mal pagos e sem direitos e onde não há nenhuma estabilidade», ou seja, «o emprego tem cada vez menos qualidade», reflectindo «problemas, sobretudo, estruturais».
Se «a competitividade da economia tem assentado, essencialmente, no baixo custo de mão-de-obra e na forte exploração dos trabalhadores», para a CGTP-IN «é imperioso romper com este modelo, que é injusto e promove desigualdades sociais e é desastroso do ponto de vista económico, e optar por um crescimento baseado na inovação, no investimento, nas qualificações e no respeito pelos direitos de quem trabalha».