Até receberem na Pereira da Costa

Ninguém arreda pé!

Os trabalhadores da Pereira da Costa que foram ilegalmente despedidos mantêm a vigília à porta das instalações da empresa, na Amadora, até que sejam depositadas as indemnizações nas respectivas contas bancárias.
Entretanto, os cerca de 50 funcionários que a empresa decidiu manter têm salários e subsídios em atraso, revelou ao Avante!, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção do Sul/CGTP-IN, João Serpa.
Os trabalhadores que resistem ao despedimento e a administração chegaram a um acordo de princípio, mediado pelo IAPMEI e aguardam que lhes seja pago um milhão e seiscentos mil euros de créditos.
Como ficou combinado entre as partes na reunião de mediação, há três semanas, o sindicato redigiu, no dia seguinte, o texto do acordo e encaminhou-o para o IAPMEI, tendo a empresa ficado de verificar se o mesmo correspondia ao que foi decidido, mas só na quinta-feira da semana passada é que a administração fez chegar a sua resposta ao instituto, «que terá confirmado o texto que elaborámos baseados no acordo», esclareceu João Serpa.
«A empresa reconheceu a dívida, que paga integralmente os direitos destes trabalhadores, incluindo as indemnizações na sua globalidade», afirmou. «Quando tiverem o acordo final assinado e o dinheiro na mão, os trabalhadores darão por terminada a vigília, pois esse é o propósito desta luta iniciada há mais de um ano», garantiu.
Para dia 29 está marcado o julgamento do processo de insolvência interposto no Tribunal do Comércio de Lisboa. Assim, «se a administração pretender salvar o dinheiro do sinal e manter a empresa, terá de o fazer até essa data», avisou João Serpa, lembrando que cabe à administração confirmar, no julgamento, o acordo conseguido no IAPMEI, que também assegura o pagamento dos créditos do Estado.
Confirmando-se os pagamentos, ambas as partes concordaram em desistir de todos os processos.

Salários em atraso

Com os salários de Setembro e Outubro em atraso estão os cerca de 50 trabalhadores da Pereira da Costa Construções que, por esse motivo e num acto impulsivo, cumpriram uma greve espontânea de três dias, sem pré-aviso, na terça, quarta e quinta-feira da semana passada. Alertado para a situação, o Sindicato da Construção do Sul aconselhou os trabalhadores a suspenderem a luta por agora, uma vez que não estavam a ser cumpridos os requisitos legais e a empresa estava a considerar as paragens como faltas injustificadas, o que poderia proporcionar-lhe avançar com despedimentos com justa causa, caso a luta se prolongasse por mais tempo, recordou João Serpa.
A suspensão da luta «foi compreendida pelos trabalhadores e, caso a situação se mantenha, avançaremos com um pré-aviso», avisou, recordando a possibilidade de os trabalhadores suspenderem os contratos, caso o entendam, para poderem receber o subsídio de desemprego.
Entretanto, a administração comprometeu-se a pagar metade do mês de Setembro e os trabalhadores aguardam a concretização da promessa.
Na Pereira da Costa Construções «os trabalhadores estão praticamente sem trabalho e há cerca de quatro meses que recebem os salários em prestações». Também não receberam o subsídio de férias e o 13.º mês do ano passado.


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