Lá vai água!
Esta crónica poderia intitular-se «Onde estão os socialistas?» Ou: «Os socialistas no fundo do poço». E não estamos a referir-nos às tiradas recentes de alguns membros do PS, afastados das luzes do poder, como Manuel Alegre, que vê com maus olhos a possível subida dos comunistas nas intenções de voto dos eleitores. Esse tipo de socialistas, que ajudaram freneticamente à contra-revolução e hoje se esganiçam a reclamar pergaminhos de «esquerda» não vêm ao caso – porque, afinal, de socialistas têm pouca ou nenhuma prática e da prática deles surgiu este socratismo, que é uma refinadíssima política de direita. Não faria sequer sentido procurar socialistas no fundo dum poço, porque, atirando-o para lá, não quiseram ir atrás. Como também nenhum socialista terá sido enfiado na gaveta por Mário Soares. Pelo menos nenhum de lá saiu, uma vez que a gaveta então fechada jamais foi aberta.
Preferimos a expressão «Lá vai água», um grito medieval e anti-higiénico de quem fazia os despejos do alto da janela sobre a valeta e os transeuntes. Com que estes socialistas socráticos aspergem os portugueses, gabando-se das suas maléficas medidas.
Agora foi a da água. Com o ministro do Ambiente, Nunes Correia, os jornais da política de direita regozijam-se. Títulos: «Indústria privada da água vai explodir» (Jornal de Negócios); «Privatização da Aquapor é “potencialmente positiva” para a Mota-Engil» (Idem); «Água vai passar das câmaras para privados» (Diário XXI): «Privados vão explorar mercado da água» ou «Água poderá ser vendida por privados» (Correio da Manhã).
A lista é longa. Mas por ela se vê que aquilo que muita gente acreditava – que a água era um bem público e que apenas se pagava o serviço de a extrair, purificar e transportar ao português corrente – já não é verdade. Trata-se, nas mãos deste socialistas de direita, de uma «indústria», de um «mercado». Que fazem com que Nunes Correia (o socialista em serviço de aguadeiro) anuncie um aumento de capital de 300 milhões para tornar mais apetecível a privatização da Águas de Portugal. Cuide-se o povo, que lá vai água!
Preferimos a expressão «Lá vai água», um grito medieval e anti-higiénico de quem fazia os despejos do alto da janela sobre a valeta e os transeuntes. Com que estes socialistas socráticos aspergem os portugueses, gabando-se das suas maléficas medidas.
Agora foi a da água. Com o ministro do Ambiente, Nunes Correia, os jornais da política de direita regozijam-se. Títulos: «Indústria privada da água vai explodir» (Jornal de Negócios); «Privatização da Aquapor é “potencialmente positiva” para a Mota-Engil» (Idem); «Água vai passar das câmaras para privados» (Diário XXI): «Privados vão explorar mercado da água» ou «Água poderá ser vendida por privados» (Correio da Manhã).
A lista é longa. Mas por ela se vê que aquilo que muita gente acreditava – que a água era um bem público e que apenas se pagava o serviço de a extrair, purificar e transportar ao português corrente – já não é verdade. Trata-se, nas mãos deste socialistas de direita, de uma «indústria», de um «mercado». Que fazem com que Nunes Correia (o socialista em serviço de aguadeiro) anuncie um aumento de capital de 300 milhões para tornar mais apetecível a privatização da Águas de Portugal. Cuide-se o povo, que lá vai água!