Encontrar as respostas adequadas
Depois de aprovado pelo Comité Central o texto-base, prossegue a preparação da Conferência Nacional sobre Questões Económicas e Sociais. Anteontem realizou-se uma audição na qual se recolheram importantes contributos.
Aprovado o texto-base, inicia-se uma nova fase de preparação da Conferência
Dezenas de personalidades de várias áreas de intervenção responderam afirmativamente ao convite do PCP e participaram, anteontem, na audição «Outro rumo – Nova política ao serviço do povo e do País». A iniciativa inseria-se na preparação da Conferência Nacional sobre Questões Económicas e Sociais que o Partido realiza nos dias 24 e 25 de Novembro, no Seixal.
Com a aprovação, pelo Comité Central, do texto-base da Conferência, a sua preparação entra agora numa nova fase – o debate em todo o Partido. Ao mesmo tempo, prosseguem as reuniões e encontros de aprofundamento da análise e reflexão sobre a situação económica e social do País e de procura das melhores soluções.
Na audição, para além do secretário-geral do PCP e de vários dirigentes e parlamentares comunistas, estiveram sindicalistas, dirigentes associativos, académicos, economistas. Partindo das suas experiências e conhecimentos concretos, os participantes na audição analisaram com profundidade diferentes aspectos da realidade económica e social portuguesa e europeia e, em alguns casos, avançaram mesmo com algumas sugestões de resposta.
Como afirmou, a encerrar, Jerónimo de Sousa, estas personalidades «vieram enriquecer o amplo debate que por todo o País e nos mais variados sectores temos vindo a promover nestes últimos meses». Do conjunto das intervenções, sublinhou, «se confirma a manutenção dos graves problemas económicos nacionais e o contínuo agravamento dos problemas sociais».
Para o secretário-geral do PCP, «aqui estiveram presentes nas diversas intervenções os problemas que o País enfrenta» – o elevado desemprego; o aumento das desigualdades sociais e das assimetrias regionais; a acentuação do carácter cada vez mais dependente e periférico de uma economia debilitada, com evidência para os seus sectores produtivos; o aumento dos défices estruturais (energético, alimentar, científico); o desordenamento do território; a nossa forte dependência externa e a divergência económica e social face à União Europeia.
Novas ameaças
As novas ameaças «que se perfilam no horizonte», como afirmou Jerónimo de Sousa, também vieram para o debate. Ameaças essas relacionadas nomeadamente com a crise financeira internacional do imobiliário, cujas consequências «já se fazem sentir», sobretudo ao nível do aumento das taxas de juro.
Para o dirigente comunista, secundando muitas opiniões que se fizeram ouvir na sala, estas novas ameaças terão «previsíveis consequências negativas para um País sujeito a uma política que é incapaz de resolver os problemas nacionais, antes acentua as suas fragilidades». Estas fragilidades, acrescentou, têm vindo a aumentar, como se verifica no agravamento da dívida externa, que atinge já 81 por cento do PIB.
Para o futuro, continuou, o que se prevê até 2010, é a evolução «em crescente divergência» com os outros países da União Europeia. Esta perspectiva, e a evolução recente marcada pelo recuo do crescimento do último trimestre, «torna cada vez mais imperativo e urgente o questionamento das orientações políticas dos governos dos últimos anos».
As consequências destas políticas «são muito visíveis e graves», realçou. O desemprego «atingiu um elevadíssimo patamar como há muito não atingia, enquanto o trabalho precário tem vindo a crescer todos os dias, abrangendo mais de um milhão de trabalhadores». Assim, continuou, «Portugal está no topo dos países da União Europeia em matéria de precariedade laboral».
Quando o assunto é a injustiça social, Portugal encontra-se também no topo. «O fosso que separa os 20 por cento mais ricos dos 20 por cento mais pobres tem crescido sistematicamente», avançou. Estudos recentes, que incluem já o primeiro ano do actual Governo, confirmam-no.
O secretário-geral do PCP reafirmou ainda que «não são o défice das contas públicas, os direitos dos trabalhadores e os seus salários ou a rigidez das relações laborais a causa da falta de competitividade da economia, como a política neoliberal propagandeia». A responsabilidade, rematou, é da banca e do grande capital económico e sua sede de lucro.
Há alternativa!
Na intervenção final da audição, Jerónimo de Sousa sublinhou algo que foi por diversas vezes realçado nos contributos dos convidados: que é objectivo da Conferência Nacional «demonstrar que o actual caminho que a política de direita impõe não é único nem inexorável» e que há alternativa. Segundo o secretário-geral do PCP, a Conferência vai demonstrar que «há outras soluções capazes de resolver os problemas nacionais e garantir o desenvolvimento do País e melhores condições de vida aos portugueses».
Prosseguindo, Jerónimo de Sousa especificou ser possível «uma efectiva mudança no modelo de desenvolvimento do País que decididamente promova a valorização do trabalho nacional, com uma efectiva redistribuição do rendimento nacional e uma aposta decidida na educação, na qualificação profissional, no investimento na I&D (investigação e desenvolvimento), no desenvolvimento cultural». E realçou ainda ser possível dar resposta «à grande questão que se tornou num dos problemas centrais da sociedade portuguesa: o crescimento económico, sustentado e vigoroso».
A Conferência demonstrará também, confia, que é possível «outra política orçamental e fiscal, que atenta ao equilíbrio das contas públicas, rompa com o espartilho» do Pacto de Estabilidade e Crescimento e promova o investimento público. A defesa e modernização do aparelho produtivo nacional e o combate aos défices externos são outros objectivos dos comunistas, que a Conferência deverá comprovar da sua possibilidade.
Com a aprovação, pelo Comité Central, do texto-base da Conferência, a sua preparação entra agora numa nova fase – o debate em todo o Partido. Ao mesmo tempo, prosseguem as reuniões e encontros de aprofundamento da análise e reflexão sobre a situação económica e social do País e de procura das melhores soluções.
Na audição, para além do secretário-geral do PCP e de vários dirigentes e parlamentares comunistas, estiveram sindicalistas, dirigentes associativos, académicos, economistas. Partindo das suas experiências e conhecimentos concretos, os participantes na audição analisaram com profundidade diferentes aspectos da realidade económica e social portuguesa e europeia e, em alguns casos, avançaram mesmo com algumas sugestões de resposta.
Como afirmou, a encerrar, Jerónimo de Sousa, estas personalidades «vieram enriquecer o amplo debate que por todo o País e nos mais variados sectores temos vindo a promover nestes últimos meses». Do conjunto das intervenções, sublinhou, «se confirma a manutenção dos graves problemas económicos nacionais e o contínuo agravamento dos problemas sociais».
Para o secretário-geral do PCP, «aqui estiveram presentes nas diversas intervenções os problemas que o País enfrenta» – o elevado desemprego; o aumento das desigualdades sociais e das assimetrias regionais; a acentuação do carácter cada vez mais dependente e periférico de uma economia debilitada, com evidência para os seus sectores produtivos; o aumento dos défices estruturais (energético, alimentar, científico); o desordenamento do território; a nossa forte dependência externa e a divergência económica e social face à União Europeia.
Novas ameaças
As novas ameaças «que se perfilam no horizonte», como afirmou Jerónimo de Sousa, também vieram para o debate. Ameaças essas relacionadas nomeadamente com a crise financeira internacional do imobiliário, cujas consequências «já se fazem sentir», sobretudo ao nível do aumento das taxas de juro.
Para o dirigente comunista, secundando muitas opiniões que se fizeram ouvir na sala, estas novas ameaças terão «previsíveis consequências negativas para um País sujeito a uma política que é incapaz de resolver os problemas nacionais, antes acentua as suas fragilidades». Estas fragilidades, acrescentou, têm vindo a aumentar, como se verifica no agravamento da dívida externa, que atinge já 81 por cento do PIB.
Para o futuro, continuou, o que se prevê até 2010, é a evolução «em crescente divergência» com os outros países da União Europeia. Esta perspectiva, e a evolução recente marcada pelo recuo do crescimento do último trimestre, «torna cada vez mais imperativo e urgente o questionamento das orientações políticas dos governos dos últimos anos».
As consequências destas políticas «são muito visíveis e graves», realçou. O desemprego «atingiu um elevadíssimo patamar como há muito não atingia, enquanto o trabalho precário tem vindo a crescer todos os dias, abrangendo mais de um milhão de trabalhadores». Assim, continuou, «Portugal está no topo dos países da União Europeia em matéria de precariedade laboral».
Quando o assunto é a injustiça social, Portugal encontra-se também no topo. «O fosso que separa os 20 por cento mais ricos dos 20 por cento mais pobres tem crescido sistematicamente», avançou. Estudos recentes, que incluem já o primeiro ano do actual Governo, confirmam-no.
O secretário-geral do PCP reafirmou ainda que «não são o défice das contas públicas, os direitos dos trabalhadores e os seus salários ou a rigidez das relações laborais a causa da falta de competitividade da economia, como a política neoliberal propagandeia». A responsabilidade, rematou, é da banca e do grande capital económico e sua sede de lucro.
Há alternativa!
Na intervenção final da audição, Jerónimo de Sousa sublinhou algo que foi por diversas vezes realçado nos contributos dos convidados: que é objectivo da Conferência Nacional «demonstrar que o actual caminho que a política de direita impõe não é único nem inexorável» e que há alternativa. Segundo o secretário-geral do PCP, a Conferência vai demonstrar que «há outras soluções capazes de resolver os problemas nacionais e garantir o desenvolvimento do País e melhores condições de vida aos portugueses».
Prosseguindo, Jerónimo de Sousa especificou ser possível «uma efectiva mudança no modelo de desenvolvimento do País que decididamente promova a valorização do trabalho nacional, com uma efectiva redistribuição do rendimento nacional e uma aposta decidida na educação, na qualificação profissional, no investimento na I&D (investigação e desenvolvimento), no desenvolvimento cultural». E realçou ainda ser possível dar resposta «à grande questão que se tornou num dos problemas centrais da sociedade portuguesa: o crescimento económico, sustentado e vigoroso».
A Conferência demonstrará também, confia, que é possível «outra política orçamental e fiscal, que atenta ao equilíbrio das contas públicas, rompa com o espartilho» do Pacto de Estabilidade e Crescimento e promova o investimento público. A defesa e modernização do aparelho produtivo nacional e o combate aos défices externos são outros objectivos dos comunistas, que a Conferência deverá comprovar da sua possibilidade.